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Por Vitor Burgareli
No sábado, dia 19 de maio, ocorreu o lançamento do documentário “Afastando Muros”, que mostra a trajetória de vida do ex-padre Arnaldo Lemos Filho, de 81 anos, que há 50 anos atua como professor da PUC-Campinas, nos cursos de Ciências Sociais, Direito, Pedagogia e Serviço Social. O longa-metragem foi apresentado no cinema do Galleria Shopping e teve a presença de mais de 200 pessoas. O evento contou com uma recepção aos convidados e um coquetel após a exibição do filme.

Banner divulgação da exibição do documentário (Divulgação)
A ideia de produzir o documentário veio do sociólogo e também professor da PUC-Campinas, Glauco Barsalini, do amigo Oscar Merllim e das filhas de Arnaldo, que passaram essa ideia para a cineasta Ana Petta, convidando-a para dirigir o trabalho. Mesmo com poucos recursos, principalmente financeiro, Ana disse que a produção do filme foi possível graças, principalmente, a um financiamento coletivo. “Nós tivemos também o apoio da Associação dos Professores da PUC (Apropuc) com equipamento, da PUC-Campinas e da Universidade de Guaxupé (MG)”. Ele foi todo produzido em Campinas e em Guaxupé e levou cerca de dois meses de gravação.
O documentário mostra como o Prof. Arnaldo Lemos, que viveu acontecimentos históricos e políticos brasileiros do século XX, em plena Ditadura Civil-Militar, deixou a Igreja Católica para se empenhar em outras causas como a educação e o humanismo. Mostra por exemplo, que quando ainda padre, seus sermões ficaram famosos por tratarem de injustiças sociais e democracia, dando a ele a fama de padre comunista. A obra dá destaque especial para a importância que os filmes exercem no papel didático-pedagógico do professor Arnaldo em sala de aula, sempre com o objetivo de despertar a criticidade e a consciência de seus alunos para as problemáticas sociais.

Professor Arnaldo Lemos, protagonista do documentário (Foto: Vitor Burgareli)
Para a diretora do longa, Ana Petta, o documentário foi exibido em um momento oportuno e importante, em que a sociedade volta a debater a Regime Militar no Brasil (1964-1984). “Estamos vivendo uma onda conservadora muito forte, pessoas pedindo a volta da ditadura militar. Falar sobre esse momento da história, é importante para que a gente não repita os erros do passado”, afirmou.
A divulgação de alguns documentos da CIA (Agência de inteligência civil do governo dos Estados Unidos), que revelam a ocorrência de execuções e torturas de opositores ao regime, colocou novamente em pauta o debate sobre os métodos utilizados pelos militares no Brasil durante aquele período. Para o professor Arnaldo Lemos, esses documentos mostram algo sobre uma política de estado que existiu. “Esses documentos da CIA vieram comprovar aquilo que a gente já sabia. A repressão e a tortura não eram uma iniciativa particular, de algum militar mais sádico, era uma política de estado, aquilo era uma política do próprio governo”, disse.

Sessão cheia do cinema do Galleria Shopping em Campinas (Foto: Vitor Burgareli)
Felipe Vivas, de 27 anos, ex-aluno de direito do professor Arnaldo Lemos, esteve presente no evento de lançamento, assistiu ao documentário, e saiu bem satisfeito com tudo que viu. Ele disse que a obra é imperdível para todo mundo que quer entender melhor a história. “Gostei bastante, achei que foi tudo muito bem organizado”, afirma Felipe.
O professor Arnaldo ressaltou que ficou muito contente com o resultado final de todo evento e estava emocionado com tudo que vivenciou. “Gostei da presença de amigos, de alunos e de professores. Fiquei emocionado, evidentemente. Ver sua vida na tela, emociona muito, fico muito emocionado com tudo que aconteceu”, concluiu.
Editado por Giovanna Abbá
Orientação de Prof. Carlos Gilberto Roldão
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