Digitais Recomenda
por Rafaella Bonassi
Diferentemente do esperado, por se tratar de uma exposição de obras descontraídas, um conjunto de 75 trabalhos exibidos como parte da programação do 45° Salão do Humor de Piracicaba promove reflexões sobre o papel da mulher e o sofrimento delas com o machismo e diversas outras formas de violência. É o lado mal humorado do evento anual que se encerra no próximo dia 8 de abril, no armazém 5 do Engenho Central.
“O papel da arte é nos dar voz. Quando não somos caladas, somos mais fortes. Através da arte podemos contar nossas próprias histórias e talvez inspirar outras mulheres a fazerem o mesmo. Quando empoderadas, somos donas de nossas próprias trajetórias”, afirma a ilustradora Evelin Debei, 33, auxiliar administrativa da Prefeitura de Piracicaba, que teve dois de seus trabalhos selecionados para o evento.
Os trabalhos de Evelin integram a 8ª edição da vertente “Batom, Lápis e TPM”, incluída no tradicional Salão do Humor piracicabano. Ao todo, 54 artistas estão ali representando 17 países: Alemanha, Bélgica, Belarus, Bulgária, Colômbia, China, Espanha, Egito, Japão, Holanda, Itália, Irã, Polônia, Romênia, Sérvia e Turquia. Do conjunto, 33 são artistas brasileiras.
Segundo o diretor do Salão e um dos responsáveis pela exibição, Erasmo Spadotto, a mostra tem por objetivo incentivar as mulheres a ingressarem em um universo até então pouco explorado por elas. “O universo da charge, cartum e caricaturas era dominado pelos homens, já que, pelo menos até dez anos atrás, as mulheres estavam muito mais inseridas no mercado de livros infantis. Com a mostra, elas avaliam o critério do público de julgar um trabalho que tem, na maioria das vezes, mais sensibilidade que o dos homens”, disse.
Evelin participa desta vertente do evento desde sua primeira edição, em 2012. Por estar presente desde o começo, a ilustradora tem boa noção do que é poder representar as mulheres nessa esfera artística. “Participar da mostra é, para mim, motivo de grande orgulho. São trabalhos feitos por mulheres e para mulheres. Se, através do meu trabalho, outras mulheres passando por situações parecidas possam se identificar e tomar consciência de que não estão passando por nada sozinhas, eu me considero vitoriosa. E é disso que precisamos, de representatividade, sororidade e poder para sermos quem quisermos ser”, declarou.
Evelin avalia também que a arte é uma alternativa para que as mulheres possam seguir na luta contra a diferença de gênero. “Em um mundo onde ainda somos consideradas inferiores e onde há uma absurda disparidade de gêneros, ser mulher é resistir. E se tivermos a arte como arma, nossa luta se torna mais bonita.”
O Salão do Humor, com entrada gratuita, funciona de terça a sexta, das 10h às 16h. Aos sábados e domingos, das 11h às 17h. Como parte essencial da programação do 45° Salão Internacional do Humor da cidade, a exposição é promovida pela Prefeitura de Piracicaba através da Secretaria Municipal da Ação Cultural e Turismo (SemacTur), o Centro Nacional de Documentação, Pesquisa e Divulgação do Humor Gráfico de Piracicaba (CEDHU) e o Salão Internacional do Humor.
Editado por Giovanna Leal
Orientação de Prof. Carlos Alberto Zanotti
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