Consumo
Preços são sentidos pelos produtores, que repassam custos para o consumidor final
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Por Luana da Fonte
Após queda nos últimos três meses de 2024, o preço do leite ao produtor voltou a subir no início de 2025. Segundo levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq/USP, em janeiro o litro do leite foi de R$ 2,6492, o que representa uma alta de 2,5% em relação a dezembro do ano anterior e de 18,7% quando comparado ao primeiro mês de 2024.
O aumento no preço da matéria-prima refletiu diretamente nos produtos derivados, como o leite UHT e a muçarela. Para o economista Ricardo Buratini, trata-se de um movimento sazonal. “Como todo início de ano, existem alguns fatores que influenciam o aumento do preço. Alguns custos, mas principalmente a produção de leite que cai. E como são empresas oligopólicas, elas podem aumentar o preço e passar esse custo para os consumidores”, explica.

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Além da oferta mais restrita, o Cepea aponta que os custos de produção também subiram. Em fevereiro, o índice de custo da pecuária leiteira teve alta de 0,49%, puxado principalmente pelo encarecimento de insumos não alimentares, apesar da estabilidade nos preços das rações.
Outro fator que influenciou o mercado foi o desempenho do comércio exterior. As exportações de lácteos cresceram 26,92% em fevereiro em relação ao mês anterior, mas estão 63,89% abaixo do volume registrado em fevereiro de 2024. Já as importações aumentaram 3,76% no mesmo período. Com isso, a balança comercial do setor fechou com um déficit de 210,1 milhões de litros e saldo negativo de US$92,6 milhões.
Segundo Buratini, o impacto no consumidor é imediato, já que o leite é a base para diversos produtos. “Afeta diretamente, na medida em que o leite é um insumo para todos esses produtos: leite UHT, muçarela e iogurte”.
Para o economista, o modelo de mercado também ajuda a explicar a pressão nos preços. “A cadeia do leite é formada por muitos produtores e poucas empresas compradoras. Esses produtores precisam vender rapidamente, porque o leite é perecível, e as empresas, por serem oligopólios, têm maior poder de decisão sobre preços e repasses. Isso dificulta o controle de preços no mercado”, afirma Buratini.
Embora o governo tenha poucas ferramentas para regular um produto tão perecível, o economista sugere alternativas como a taxação dos lucros de grandes empresas do setor para criação de subsídios que aliviem o custo ao consumidor final.
Na prática, famílias que consomem leite diariamente já perceberam a diferença no orçamento. A psicóloga Sabrina Costa, mãe de três crianças, conta que o leite é item essencial em casa. Sua família consume 12 litros na semana. “Deixamos de comprar outras coisas, escolhemos a marca com melhor preço, mas mantemos o tipo A. Quase não compramos mais queijo e, para garantir qualidade e quantidade, passamos a fazer iogurte em casa”.
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Edição: Murilo Sacardi
Orientação: Profa. Rose Bars
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