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O país é o maior consumidor do mercado das “bets” no mundo, o que já afeta o poder de consumo
Por Henrique Alves e Enzo Zaros
As apostas esportivas online, mais conhecidas como ‘Bets’ protagonizaram um crescimento desenfreado no Brasil, o que já causa grandes problemas no “bolso” e na saúde mental de parte da população brasileira. De acordo com estudo realizado pela SimilarWeb, companhia de tecnologia inglesa, desde 2022, o Brasil se tornou o país com mais acessos em a sites de apostas esportivas, representando 25% do tráfego global.
Além do maior número de usuários do planeta, o Brasil também se destaca pelos valores incluídos nas apostas. Segundo dados registrados pelo Banco Central (BC), os brasileiros apostaram cerca de R$20,8 bilhões somente através do PIX, método de transferência monetária instantânea. Porém, os efeitos causados pelo vício em apostas não se restringem somente ao campo financeiro.

As “Bets” também oferecem riscos à saúde mental e física da vítima do vício em apostas. No áudio abaixo, psicóloga Letícia Gabriele comenta sobre os malefícios desse tipo de vício.
Letícia compara o efeito das apostas com o vício em drogas, mais comum no país. “É muito comum que o vício em apostas, surja vinculado com algum outro. Ambos estimulam a liberação de dopamina, ação associada ao sistema de prazer. Além disso, os viciados sentem a necessidade de aumentar o valor das apostas, assim como o aumento das doses de drogas”, compara a psicóloga.

A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, suspendeu a publicidade de “Bets” para crianças e adolescentes, através de medida cautelar. Além de definir uma multa diária de R$50 mil às empresas que descumprirem a decisão.
De acordo com a psicóloga, o que pode ter motivado a suspensão é o fato de que as crianças possuem dificuldade em discernir as consequências de suas ações. Além disso, a maioria dos adolescentes estão presentes nas redes sociais, onde são veiculados grande parte destas propagandas, muitos jovens também possuem cartões financeiros cadastrados em seus dispositivos, permitindo que comprometam o dinheiro dos responsáveis sem supervisão.
Para evitar que estes problemas se propaguem e sejam cada vez mais comuns, Letícia propõe medidas preventivas, visando diminuir os prejuízos e riscos à saúde. Entre elas, a criação de campanhas educativas para conscientização, a limitação de propagandas, principalmente a vinculação de influencers digitais com casas de apostas, além do limites de depósitos e/ou apostas diários e a proibição do uso de cartões de crédito nas plataformas.
De acordo com Fabrício Pessato, Mestre em Economia, no ano de 2024, as casas de apostas já estão afetando a economia nacional em mais de um setor. No vídeo abaixo o economista dá mais detalhes desse assunto.
Pessato também explicou como a proibição do mercado, pode potencializar os malefícios das apostas. “Seria péssimo. Porque quase tudo que é proibido leva a criação de um mercado paralelo, comandado por organizações criminosas. O melhor tratamento se assemelha ao aplicado com o cigarro, expondo os malefícios, proibindo a propaganda e aumentando os impostos, medidas que reduziram os números de tabagismo no Brasil,” aponta o economista.
Um jovem desempregado de 19 anos que preferiu não se identificar, relatou que, ao acordar, sua primeira tarefa é conferir as partidas de futebol do dia e planejar as apostas. Ele também relatou que na noite anterior, apostou o valor de R$100 no cassino em um site, conseguindo alavancar o valor até R$800, o que representaria um lucro de 800%. Porém, movido pela ganância de alcançar o valor de mil reais, o jovem acabou perdendo tudo o que conquistou no site.
Edição: Murilo Sacardi
Orientação: Profa. Karla Ehrenberg
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