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Casos de Mpox em Campinas não têm relação com emergência declarada pela OMS

Por Mario Casemiro

Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou uma emergência de saúde pública internacional devido à circulação da cepa 1B do vírus Mpox na região centro-africana. No entanto, os casos registrados em Campinas entre 2022 e 2024 não têm relação com essa situação. Até o momento, a cidade contabilizou oito casos de Mpox neste ano, todos causados por uma variante diferente da que motivou o alerta da OMS.

De acordo com a infectologista da Secretaria de Saúde de Campinas, Valéria Almeida, a cepa 1B, que circula na África e gerou o estado de emergência, apresenta uma alta taxa de transmissão e mortalidade. “Essa cepa é caracterizada por causar uma doença mais generalizada, com sintomas como febre alta, dor de cabeça, aparecimento de gânglios (‘ínguas’) e lesões de pele semelhantes a pequenas bolhas em todo o corpo”, explica Valéria. 

Em Campinas, os casos de Mpox foram causados pela cepa 2 do vírus, que provoca lesões de pele e tem  transmissão sexual. “A declaração de emergência de saúde pública é de interesse internacional e tem como objetivo alertar os países para que reforcem seus sistemas de vigilância em relação à introdução e detecção precoce desta cepa em seus territórios”, destaca a infectologista.

Dra Vera Rufeisen infectologista do Hospital Vera Cruz (Crédito: Matheus Campos)

Vera Rufeisen, infectologista do Hospital Vera Cruz, acrescenta que a Mpox teve uma presença notável na região em 2022 e no início de 2023, com grande número de casos causados pela cepa 2. Ela esclarece que a infecção nunca deixou de existir na África, onde é endêmica e ocorre em surtos epidêmicos. “Recentemente, uma nova variante do tipo 1B, muito mais virulenta, foi identificada. Um caso dessa cepa foi registrado na Suécia, o que gerou um alerta da OMS sobre a possibilidade de sua disseminação para outros países, dado seu alto potencial de transmissão”, explica.

Vera também detalha sobre o ciclo da doença. “O curso  dura de 14 a 21 dias e a pessoa é considerada curada apenas quando todas as crostas caem e a pele se regenera completamente”, ressalta.

Ela também enfatiza que, embora a maioria dos casos não seja grave, a doença pode levar a complicações como infecções respiratórias, comprometimento do sistema nervoso central e quadros de sepse, especialmente em pacientes imunossuprimidos. A transmissão ocorre principalmente por contato próximo, pele a pele, e também pode ser transmitida por objetos contaminados, como roupas de cama.

Doença pode causar cansaço e aumento de linfonodos (Foto: iStockphoto)

Em Campinas no ano de 2022 foram 96 confirmações; em 2023, um caso foi registrado, e em 2024, até o momento, oito casos foram confirmados. Felizmente, não houve nenhum óbito relacionado à doença na cidade.

Quais são os sintomas da Mpox:

Os sintomas são semelhantes aos da varíola humana e necessitam de atenção imediata. Os mais comuns incluem:

●  Febre alta de início abrupto; 

●  Mal-estar;

●  Fraqueza;

●  Cansaço;

●  Dores no corpo;

●  Aumento de linfonodos;

●  Lesões na pele, que podem coçar e doer, principalmente na face, nos membros e na região genital.

Orientação: Profa. Karla Ehrenberg

Edição: Mariana Dadamo


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