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Instituição visa especializar moradores da comunidade na área de estética
Por: Fayollah Souza
Desde 2022, o Instituto Nacional Casa de Apoio a Família (INCAF), vem especializando jovens e adultos na área da estética, na cidade de Monte Mor, localizada a cerca de 30 kms de Campinas. Os cursos são abertos para todos os públicos que queiram se especializar como cabeleireiro feminino, barbearia, designer de sobrancelha, extensão de cílios, maquiagem e brown ilumination de forma totalmente gratuita.
O primeiro passo da instituição começou em 2018, quando Diana e Marcelo Oliveira, que prestavam serviço voluntário para moradores de rua e alcoólatras da região de Monte Mor, ação que tinha um cunho religiosos, denominava – se como “Vivendo para Deus”. O movimento teve uma boa repercussão na comunidade, as famílias começaram a procurá-los constantemente.
O casal ficou conhecido, e se tornaram referência aos moradores de Monte Mor. Mas ao analisar todo os problemas dessas famílias, e procurando formas de ajudá-los, Diana e Marcelo perceberam que precisavam profissionalizar esses jovens. Por conta da pandemia em 2020, a taxa de desemprego no país aumentava, e o projeto do casal seria uma boa opção aos moradores.
“Percebemos que precisávamos profissionalizar essas pessoas que não tinham condição de ter um certificado ou de apenas se especializar em alguma área” explica Diana. Porém, eles precisavam de um lugar físico, onde pudessem oferecer os cursos. Após quatro anos de ação, o casal conseguiu através de doação, um ambiente onde a sede pudesse existir de forma oficial.
Foi em 2022 que o órgão conseguiu ser documentado e já podia trabalhar como uma Organização Social Civil (OSC). As aulas já poderim começar, mas era preciso algumas mudanças no nome da instituição. “As pessoas achavam que era uma ONG cristã, mas sempre procuramos fazer ações que acolhesse a todos, sem considerar religião ou etnia. Queremos acolher as famílias que precisam de nós” afirma Diana.
No espaço improvisado, Diana começou a fazer e receber proposta de pessoas que seriam os professores das aulas profissionalizantes. O primeiro professor a ser convidado é o Renato Candido, especialista na área de cabelos femininos, morador de Monte Mor desde que nasceu e amigo do casal. Ele aceitou aplicar seus conhecimentos de forma voluntária.
“Eu aceitei mesmo com medo, sempre quis ajudar as pessoas. Para mim todo mundo é gente e tem os seus direitos” comenta Renato, que hoje aplica do básico ao avançado cuidado para cabelos femininos. Todos os professores que aplicam as aulas profissionalizantes e as aulas abertas para o público infantil que atende cerca de 80 crianças nos cursos de Hiphop, Ballet e Futebol, são voluntários.
Nathan Bolandim, foi aluno de Renato em 2022, participou da primeira e segunda turma de barbearia. “Consegui me formar em três cursos na INCAF. Sei que atualmente um curso na área de estética é muito caro. Fiz dois cursos de barbeiro, cheguei a pagar cerca de R$ 4 mil em seis meses de curso, muito longe do orçamento da maioria da população. A INCAF da oportunidade de você fazer um curso de referências e de graça”.
Além dos cursos, a instituição desenvolveu outras ações que pudessem ajudar, como a distribuição de cestas básicas para mães solo em uma má condição financeira, pessoas acamadas e com câncer. Todo o recurso das cestas vem através do orçamento dos voluntários. A Colheita do Bem, também foi algo que a ONG desenvolveu, onde é distribuído para a comunidade verduras que foram cultivadas no quintal da sede.
O que antes era apenas um sonho de um casal, hoje conta com 12 pessoas voluntárias, além dos professores que também auxiliam nas necessidades da ONG. A ação chegou a atingir pessoas de comunidades de cidades vizinhas, como Sumaré, Hortolândia e Valinhos. “Não esperávamos que instituição tivesse toda essa repercussão, mas vamos melhorar, para conseguir acolher a todos que precisam”.
Por conta desse crescimento, as formas de inscrição para participar dos cursos são feitas através de um site que os voluntários desenvolveram. O site busca priorizar famílias que ganham na média de R$1.700,00. O inscrito entra na lista de espera que é dividida por números de vagas aberta em cada curso. Toda essa seleção é feita de forma orgânica.
Pensando em um desenvolvimento coletivo a ONG procura auxiliar e melhorar as comunidades da região, além de oferecer recursos cada vez melhores. Um trabalho totalmente independente, sem ajuda governamental, a instituição sobrevive com o amor e atenção de todos os moradores, presidente, vice-presidente e voluntários.
Orientação: Prof. Gilberto Roldão
Edição: Giovanna Sottero
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