Noticiário Geral
Consciência corporal é a meta do tratamento que busca qualidade de vida, como evitar a incontinência urinária
Por: Isabela Meletti e Luísa Oyama
A profissional Ana Paula Dias é fisioterapeuta, especialista na saúde da mulher e trabalha com o procedimento da fisioterapia pélvica. Ela atende mulheres em todos os ciclos da vida que desejam um cuidado mais específico e minucioso da saúde feminina. De acordo com ela, o tratamento oferece como principal resultado, o ganho da consciência corporal. “Muitas vezes as mulheres, por falta de orientação ou educação sexual não possuem o conhecimento de alguns funcionamentos do próprio organismo e como cuidar da melhor maneira, podendo ter a saúde prejudicada por conta disso. Com o trabalho da fisioterapia pélvica, as pacientes entendem como funcionam seus corpos e sexualidades, e obtém maior percepção corporal, resultando em mais qualidade de vida”, explica a especialista.
O tratamento, em geral, é composto por exercícios pélvicos, mudança de hábitos como higienização e acompanhamento da saúde ginecológica e mental da mulher. A fisioterapeuta Ana Paula afirma que o atendimento “é muito individualizado”, ou seja, é necessário ter um método específico para cada paciente. “Para uma mulher com incontinência urinária ou com alguma dificuldade física nas relações sexuais, por exemplo, trabalha-se com exercícios de movimento, fortalecimento e relaxamento do assoalho pélvico, estimulando a consciência corporal”, explica.
Ana Paula Dias reitera que nessa área é preciso prestar atenção na saúde física, mental e ginecológica da paciente para que o tratamento seja 100% eficiente. É o que diz também a ginecologista Ana Júlia Rizzanti, ao recomendar o acompanhamento multidisciplinar. “Os casos de pacientes que são acompanhadas interdisciplinarmente têm um resultado melhor e mais vantajoso”, relata.
O principal benefício da fisioterapia pélvica está na promoção de autoconhecimento e qualidade de vida para as mulheres. Com o procedimento, as pacientes podem entender que, algumas situações que parecem normais, não são normais. “Elas aprendem a olhar para a saúde de seus corpos com mais cuidado,” relata Ana Paula, ao ressaltar ser importante levar a informação para que as mulheres entendam que problemas, como a incontinência urinária, “têm solução e podem ser evitados com o tratamento de fortalecimento do assoalho pélvico e acompanhamento semanal da saúde da pélvis”.
Em mulheres na fase da menopausa podem surgir algumas disfunções ginecológicas e hormonais que podem ser tratadas pela fisioterapia pélvica. Conforme ela, o procedimento oferece benefícios como ganho de mobilização do tecido vaginal, alongamento do assoalho pélvico, da vulva e da região interna da coxa, produção de células sanguíneas que produzem maior lubrificação e orientações sobre os funcionamentos do corpo da paciente, resultando em um maior conforto às mulheres que estão no processo da menopausa.
O tratamento também pode ajudar paciente com câncer de mama ou ginecológico que estejam passando por procedimentos quimioterápicos, radioterápicos ou cirurgias oncológicas. Nesses casos, o processo da fisioterapia é realizado por dois motivos, por prevenção e por reabilitação. “O método de reabilitação cuida da cicatrização de tecidos e do ganho de amplitude de movimentos perdidos ou limitados, com a prática de exercícios nas consultas”, frisa Ana Paula.
As queixas mais comuns das mulheres, relata, estão ligadas à incontinência urinária, a disfunção sexual e a menopausa. “Muitas vezes isso se torna de uma magnitude tão grande que a mulher não sabe falar, porque ela acha que é normal, e todo mundo fala que é normal. Ela não sabe quem procurar para pedir ajuda”, observa a fisioterapeuta.
Uma paciente da fisioterapia pélvica é F.V, de 27 anos, que teve indicação da sua psicóloga por conta de queixas de dores no momento das relações sexuais. Ela relata que demorou para procurar ajuda por insegurança. “De início passei a me conhecer melhor, a me entender melhor”, confessa. Seguindo um tratamento que durou em média três meses, revela que seu problema tinha origem psicológica. “Aprendi a deixar essa insegurança para trás, a deixar o medo da dor”.
A falta de educação sexual é outro fator que, muitas vezes, impede as mulheres de buscarem ajuda especializada, já que as mulheres sempre foram desencorajadas a conhecer seu próprio corpo e a associar esse autoconhecimento a algo errado e impuro. Ana Paula relata que mulheres mais velhas procuram o tratamento, mas estranham o procedimento clínico. A profissional já presenciou diversas reações, que vão desde o choro às risadas.
Por se tratar de uma área relativamente nova na fisioterapia a fisioterapia pélvica não pode ser considerada acessível no Brasil. As consultas são particulares, sem cobertura de planos de saúde ou do SUS.
Orientação: Profa. Rose Bars
Edição: Murilo Sacardi
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