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Mulheres de bairros periféricos de Campinas serão atendidas durante 18 meses, com aulas sobre seus corpos
Por Rita de Cássia
As mulheres em situação de vulnerabilidade serão acolhidas no projeto da Organização Mulheres de Fases e da Fundação Feac durante 18 meses, a partir de novembro, com distribuição de absorventes. A proposta é o combate à pobreza menstrual, com o objetivo de desenvolver capacidade de autopercepção das jovens quanto a seus corpos e ações de protagonismo. Para a defesa de direitos menstruais, essa distribuição irá atender as moradores dos bairros Parque Oziel, Jardim Santa Mônica e Conjunto Habitacional Vida Nova, em Campinas.
O Projeto Acolhimento Menstrual terá, versão digital, dois guias educacionais com dados sobre manejo seguros para a higiene menstrual, como forma de promover a autopercepção corporal, como explicou o mobilizador social Mario Nunes. As mulheres atendidas pela Organização recebem os agentes de educação menstrual com timidez, mas querendo entender o próprio corpo. “Existe um entusiasmo em relação à temática. Eu acredito que deve haver uma busca interna, mesmo que a mulher não tenha tanto conhecimento”, avalia.
Segundo a educadora menstrual Marina Carvalho, é possível perceber duas situações contraditórias, ao mesmo tempo. “Há o entusiasmo e o desconforto com as informações recebidas”, compara. O trabalho realizado pelos educadores tem como objetivo apoiar as mulheres para que resgatem a autoestima. “Essas mulheres nunca tiveram informações em suas escolas ou dos profissionais de saúde”, sustenta.
Dados da Organização e do Centro de Referência e Apoio à Mulher (Ceamo) mostram que 25% (19.759) das 79.036 jovens de 10 a 19 anos de Campinas não têm acesso a produtos de higiene menstrual. Segundo a Fundação Getúlio Vargas Social, 13% (27 milhões) da população brasileira vivem com menos de R$ 246 mensais. A advogada da LBS Advogadas e Advogados, Maria Gabriela Vicente, ressalta que uma pessoa pode gastar de 10 a 30 reais mensais com absorvente, e “pode avaliar que que menstruar é caro”. O preço do absorvente é resultado da Taxa Rosa, se o mesmo produto existir para homem e para mulher, será mais caro apenas por ser destinado ao público feminino.
No Brasil, há a lei 14.214/21 que assegura a oferta gratuita de cuidados básicos de saúde menstrual, porém nunca entrou em vigor de fato porque o Ministério da Saúde dizia estar aguardando o orçamento. O governo Lula retomou a lei em março e passou
a distribuir absorventes. Maria Gabriela frisa que “muitas mulheres não sabem como usá-los, porque nunca tiveram acesso a ele, somado à falta de informação em relação ao próprio corpo”, pondera.
Orientação Profa. Rose Bars
Edição: Théo Miranda
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