Cultura & Espetáculos

Obras no Centro de Convivência preocupa comerciantes  

Fechado em 2020 e com vários adiamentos dos prazos para finalizar a reforma, moradores deixem de frequentar o espaço público 

Por: Laura Saroa 

Cartão postal de Campinas, o Centro de Convivência Cultural “Carlos Gomes”, no bairro do Cambuí, próximo à área central da cidade, está fechado desde outubro de 2020. O local foi interditado pela Prefeitura de após detectar problemas na infraestrutura. Com um plano de reforma previsto para ser entregue em dois anos, as obras foram adiadas depois de uma série de questionamentos técnicos feitos por empresas licitantes. 

A primeira fase, orçada em R$ 23.535.776,66, está na reta final e deve ser concluída em novembro. A entrega é esperada, principalmente, por cerca de 300 expositores da feira mais tradicional da cidade, a Feira Hippie, que fica na área externa, na praça. 

Marco Vinícius: “Visualmente a feira estaria mais bonita, se estivesse tudo funcionando, sem esse tapume, com certeza”. Fotografia: Laura Saroa. 

Marcos Vinícius Rodrigues Caceses, expositor de uma barraca de produtos terapêuticos, está na feira há mais de 25 anos e pôde notar com clareza, uma diminuição de público no Centro de Convivência. Segundo ele, “no tempo em que o Teatro Arena estava aberto, tinha muito mais gente circulando aqui. Desde que as obras começaram, as pessoas ficam esperando para ver como vai ficar e, no fim das contas, deixaram de frequentar o lugar”, relata. Ele acredita que os moradores da cidade se esqueceram que ainda tem as atrações culturais. “Isso acabou prejudicando a gente que é comerciante, o movimento fica fraco”. 

Eveli Armando: “Antigamente, aqui no Centro havia mais árvores e também pessoas circulando, hoje não tem quase ninguém, muito triste”. Fotografia: Laura Saroa. 

Quem também acompanha de perto o andamento das obras é Eveli Armando, expositora na Feira Hippie há 34 anos. Proprietária da barraca de brinquedos artesanais construídos com madeira de demolição, ela destaca que “antes da reforma, as pessoas costumavam ficar aqui [no Centro] o final de semana todo. Hoje, com tudo fechado, falta banheiro, por exemplo, um estacionamento para as pessoas virem e ficarem”. 

Questionada sobre o movimento na feira aos finais de semana, Eveli afirma que, quanto mais tempo demorar a reforma no Centro de Convivência, menor será o movimento dos moradores no local “e mais difícil ficará para aqueles que tiram seu sustento do local”, reflete. 

O secretário de Infraestrutura de Campinas, Carlos José Barreiro, explica que a interrupção das obras do teatro ocorreu devido à um período inesperado de chuvas, entre os meses de junho e julho, que impediram o processo de impermeabilização da escadaria, um passo considerado importante, segundo ele, para garantir a conservação do local. De acordo com Barreiro, “é um produto importado, com aplicação muito específica. É trabalho muito especializado e ele [polimetilmetacrilato] exige que a sua aplicação seja feita com o tempo extremamente seco.”, descreve. 

Secretário de Infraestrutura, Carlos José Barreiro, afirma que a segunda fase da reforma será a “cereja do bolo” para a abertura do Teatro Arena. Fotografia: Reprodução / Skype.

Outra situação, conta, foi a dificuldade que a empresa teve em adquiri-lo. “Houve esse atraso em relação a este ponto da reforma”. O secretário reforça que o prazo para a conclusão das obras se mantém para o fim do ano de 2024.  

Em nota, a Associação Comercial e Industrial de Campinas (ACIC) ponderou que “acompanha constantemente, inclusive através de reuniões com os lojistas, as obras no Centro de Convivência e busca sempre uma solução através do diálogo permanente com a Prefeitura de Campinas”. A entidade reforça que “acredita na importância do término das obras antes do final do ano”.  

No início de setembro, foi entregue à Prefeitura de Campinas, documentos de onze empresas licitantes para o início da segunda fase da reforma e passa por análise da Administração. 

Orientação: Profa. Rose Bars

Edição: Théo Miranda


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