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Os dados levantados pelo portal Digitais revelam uma brecha no que diz respeito à conscientização
Por: Luísa Viana

Proprietários e trabalhadores de bares, restaurantes e casas noturnas desconhecem um curso obrigatório, oferecido pelo Estado de São Paulo, intitulado “Não Se Cale”, que tem como objetivo padronizar práticas de acolhimento e proteção às mulheres em ambientes de entretenimento e lazer. A iniciativa prevê que os estabelecimentos que concluírem o curso serão atestados pelo selo “Estabelecimento Amigo da Mulher”, conferido pela Secretaria Estadual de Políticas para a Mulher.
O curso, com 30 horas de duração, começou dia 1º e é oferecido totalmente online, abordando conscientização, procedimentos de atendimento e redes de proteção. Os conteúdos, desenvolvidos pelo Governo de São Paulo, em colaboração com a Universidade Virtual de São Paulo (Univesp), Fundação Vanzolini e TV Cultura, englobam as áreas de segurança, saúde e assistência.
A certificação, obrigatória por lei, é requisito para a obtenção do selo, bem como para a participação do estabelecimento no prêmio homônimo, ambos promovendo a capacitação e a adoção dos materiais oficiais de comunicação da campanha. Afixar cartaz oficial em locais visíveis, inclusive nos banheiros femininos, é também um requisito obrigatório, o que assegura o compromisso com a conscientização e a segurança das mulheres.
Uma sondagem realizada pelo portal Digitais apurou que, de 10 estabelecimentos consultados nas cidades de Campinas e Jundiaí, 7 não possuíam informação alguma da iniciativa governamental. Entre os que sabiam, apenas dois tinham conhecimento sobre o curso e realizaram suas inscrições. O bar Santa Leda, por exemplo, localizado em Jundiaí, selecionou a gerente de marketing Mariana Bianchi como sua representante nas atividades do curso, enquanto o Buteco do Fortão, de Campinas, optou por matricular o garçom Marcelo Pereira Rocha como seu representante.

Marcelo, do Buteco do Fortão, contou que os responsáveis pelo estabelecimento tomaram conhecimento da lei por meio da televisão e obtiveram mais informações sobre o curso visitando o site www.mulher.sp.gov.br/naoscale/. “Nosso público é predominantemente composto por mulheres. É fundamental para nós que os clientes se sintam seguros em nosso estabelecimento e saibam que podem contar com nosso apoio em caso de qualquer incidente”, explicou o garçom.
O Banana Café também se inscreveu no curso, embora já tenha passado por um treinamento relacionado à lei 17.621/23, que exige medidas de ajuda às mulheres que se encontram em situação de risco. A casa providenciou a instalação de placas informativas em banheiros femininos, fornecendo um código às clientes para uma discreta solicitação de ajuda, além de instalar placas em banheiros acessíveis, destacando a assistência disponível para mulheres.
A atendente Camila Coratti, do Banana Café, disse que a casa se preocupa constantemente em preparar o estabelecimento para dar segurança aos clientes. “Nossos funcionários estão preparados para responder a essas circunstâncias, garantindo que todos os clientes se sintam seguros. Além disso, em nossos banheiros acessíveis, colocamos placas que destacam claramente a assistência disponível para as mulheres. Essas placas informam que, se uma cliente se sentir em risco, nossos funcionários estão prontos para acionar a polícia ou acompanhá-la até seu veículo”.
A sondagem feita pelo Digitais também revelou que sete dos estabelecimentos pesquisados desconheciam a existência do curso. Dentro desse grupo, dois não manifestaram interesse em saber como participar da campanha. Os outros cinco estabelecimentos demonstraram interesse em obter informações mais detalhadas e pediram o link de inscrição.
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Melyssa Kell
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