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Movimento é para alterar o encerramento das creches da cidade, que entregam as crianças às 16 horas
Por Mariana Landin de Carvalho e João Victor Fortunato
Um grupo de 66 mães se reuni desde março reivindicando a ampliação dos horários das creches conveniadas com a Prefeitura de Indaiatuba. Segundo as mães, o novo expediente das escolas infantis não condiz com os horários de trabalho delas, e isso acabou atrapalhando a vida pessoal e profissional. Hoje, as crianças entram às 7 horas e devem deixar as creches às 16 horas, sendo que a maioria das mães deixam seus trabalhos às 17 horas.

A última manifestação presencial aconteceu no mês da mulher, dia 11 de março, no centro de Indaiatuba, praça Dom Pedro. A mobilização contou com o apoio de representantes da Unidade Popular, em conjunto com o PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado), além do apoio do Partido dos Trabalhadores. Nessa mobilização as mães aproveitaram para arrecadar mais assinaturas para o abaixo assinado e apresentar às autoridades locais.
A assessora de imprensa da Secretaria de Relações Institucionais e Comunicação, Renata Luppi, disse que o horário de atendimento das creches municipais para entrada das 7h e saída às 16h foram alteradas em 2016 atendendo as diretrizes da lei 9394/1996, que diz que a educação infantil deixou de ser uma responsabilidade das Secretarias de Assistência Social, passando a ser da Secretaria de Educação, ou seja, deixou de ser assistencialista e passou a ser um espaço educacional.
A presidenta do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) de Indaiatuba. Érica Mano, disse que as mães compreendem a resposta dada pela Secretaria de Educação, entretanto, disse que não há nenhum dispositivo na lei que impeça que as creches funcionem com horários flexíveis. “Por que a creche não pode educar uma criança até às 17h? Enquanto a mãe trabalha ou realiza outras atividades, a criança se desenvolve em um local seguro com profissionais capacitadas. Existe apenas uma orientação para que as crianças não passem mais do que 10h dentro das creches, porém a cidade não atende nem mesmo a essa orientação, já que as creches funcionam apenas por 9h.”

Dentro do grupo de membros desta luta houve relatos de mães que perderam o emprego ou tiveram que pedir demissão, justamente porque o horário de funcionamento das creches não permitia a elas buscarem os filhos na hora estipulada. “Quando meu filho completou quatro meses eu voltei a trabalhar. Sou formada em educação física, então trabalhava em uma academia das 14h às 19h. Quando ele não podia entrar na creche, ficava com a minha sogra, que desistiu de trabalhar para ficar com meu filho. Mas o horário das 7h às 16h interferiu demais, porque meu marido também não consegue buscar nosso filho, por causa do horário de trabalho dele. Se a creche funcionasse até as 17h pelo menos, a madrinha dele conseguiria sair do trabalho e buscar ele para mim”, relata.
A mãe I.G contou que conversou com a chefe, que propôs a ela um novo horário, das 7h ao meio-dia, porém a creche abre as 7h, então não teria como levar a criança no período da manhã. “Eu não quero que as monitoras e professoras trabalhem mais do que devem. Eu só gostaria que a prefeitura tomasse frente, abrisse mais vagas para monitoras de creches e dividisse a carga horária entre elas.” Ela afirmou ter tentado fazer acordos com a empresa para que pudesse chegar um pouco depois do horário, mas não conseguiu. Resolveu pedir demissão e agora está parada.

Outra mãe também contou que precisou sair do emprego. “No ano passado, eu tinha conseguido um emprego em uma firma e minha filha ia para creche. Eu não tinha condições de pagar uma van e também não confiava em babá para cuidar dela até que eu voltasse do trabalho, então pedi as contas, relatou. As mães optaram por não ser identificadas, para preservarem a identidade e segurança de seus filhos.
No dia 31 de maio as mães e o PSOL de Indaiatuba publicaram uma nota de repúdio na conta do Instagram @creches.indaiatuba ao secretário da educação Edivilson Cardoso Rafaeta, que decidiu não se reunir com as mães, que alegam ser ignoradas pela Prefeitura e pela Secretaria de Educação.
Orientação: Profa. Rose Bars
Edição: Gabriela Lamas
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