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O excesso de tempo lendo e a baixa luminosidade podem aumentar o risco de problemas oculares, como miopias
Por: Eduarda Abrantes e Gustavo Costa
O hábito da leitura, embora não tão comum na sociedade brasileira, traz inúmeros benefícios para o desenvolvimento intelectual, emocional e psíquico. Divulgada em 2020, a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil mostra que 4,6 milhões de brasileiros perderam o hábito da leitura entre 2015 e 2019.
Para a pedagoga e especialista em Educação Especial pela PUC-Campinas, Sandra Aparecida da Silva, “a leitura é de suma importância para o desenvolvimento humano, já que aumenta o repertório, dá novas possibilidades, abre novos caminhos, torna você mais perspicaz e aumenta seu grau de resolução”, analisa.
Apesar disso, existem pessoas que, alimentando o hábito de ler e encontrando esses benefícios, desenvolvem problemas associados à visão.
Segundo coordenador do Departamento de Oftalmologia da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas Kleyton Barella, a miopia está associada a fatores genéticos e a esforços da visão para perto, durante períodos intensos em ambientes pouco iluminados. “A pessoa que lê demais, em um ambiente pouco iluminado, tem um risco maior do que aquelas que não possuem esse hábito”, diz.
Barella completa que o excesso de leitura pode causar secura nos olhos e, com a concentração em excesso, a pessoa pisca menos, “o que não permite uma lubrificação adequada do globo ocular, causando queixas como olho irritado e astenopia, mais comumente chamada de cansaço visual”, descreve.
Segundo o oftalmologista, é possível desenvolver o hábito da leitura sem causar danos para a visão. Ele destaca que é importante estar em um local bem iluminado, sentar-se de forma correta, manter o livro ou a tela do computador de 40 a 50 centímetros de distância dos olhos, piscar o máximo de vezes possível e fazer um intervalo a cada duas horas. “Tomar esses cuidados para desenvolver de forma saudável o hábito de ler é essencial”, afirma.
Heliangela Yamanaka, formada em Recursos Humanos, tem o hábito de ler desde os sete anos de idade. Sua paixão por livros surgiu, segundo ela, quando conheceu a série Vaga-lume na escola e, desde então, o hábito se tornou o que mais gosta de fazer em seu tempo livre.
“Não fico sem leitura. Os livros são essenciais na minha vida”, conta. Seu gosto de literatura é peculiar, pois abandonou os clássicos e se apegou aos livros de suspense. Heliangela é um exemplo de quem desenvolveu problemas de visão. Ela tem miopia.
A pedagoga Sandra da Silva, que realiza um projeto no Centro de Incentivo à Leitura, atualmente no Centro Educacional Unificado Bonsucesso de Guarulhos, fala que a literatura pode ampliar muito os horizontes, devido a quantidade de gêneros literários existentes. “Os livros de romance estimulam e cuidam da parte emocional; os infantis estimulam a imaginação; as fábulas nos fazem repensar algumas situações, trazendo uma moral; os de ficção ampliam os horizontes de uma forma mais lúdica e as leituras acadêmicas ampliam o nosso repertório”, afirma.
O historiador e pós-graduado em Literatura Brasileira, Gabriel Wallace, compara o sonho com a literatura.
Segundo ele, o sonho é resultado de uma mistura de elementos da fantasia com a realidade, sendo que um tipo deles se sobressai sobre o outro, e na literatura acontece o mesmo. “Há o real e a ficção e em cada gênero uma dessas características se sobressai”.
Para Wallace, “a literatura expande o nosso horizonte de perspectiva e faz com que possamos compreender melhor o mundo e o outro”. Assim como Heliangela, Wallace possui problemas de visão, no caso dele, seis graus de miopia e um baixo grau de astigmatismo.
Orientação: Profa. Rose Bars
Edição: Marina Fávaro
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