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Heloísa Souza aponta a importância de campanhas como o Abril Azul para desconstruir tabus
Por: Letícia Almeida
Para a doutora em psicologia e professora da PUC-Campinas, Heloísa Aparecida de Souza, o tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA) implica equipes e habilidades interdisciplinares: “a participação de diversos profissionais é importante para a realização de um diagnóstico mais preciso”, explicou.
Heloísa Souza acredita que estamos avançando no debate sobre o autismo e destaca a importância de campanhas como o Abril Azul para desconstruir tabus e minimizar preconceitos. “Precisamos preparar famílias, escolas e o mercado de trabalho para lidar com a diversidade, para lidar com pessoas com deficiência, que possuem direitos. Por isso, o primeiro passo é a conscientização”, afirmou.
Várias especialidades podem contribuir para o tratamento interdisciplinar do autismo, incluindo medicina, psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e fisioterapia. Alguns especialistas dedicados ao TEA também mencionam terapias complementares como musicoterapia, equoterapia, aromaterapia e cromoterapia. O tratamento deve ser individualizado e integrado, respeitando as características, interesses e objetivos de cada pessoa com autismo.
Segundo estimativas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, cerca de 1% da população mundial tem autismo. Em Campinas, esse número corresponderia a aproximadamente 12,2 mil pessoas. Um quadro mais preciso da situação deve ser fornecido por meio do Censo de 2022, já que a Lei 13.861/2019 obrigou o IBGE a incluir as especificidades inerentes ao TEA no censo populacional.
As pessoas com autismo têm características e necessidades específicas, que podem variar de acordo com o grau do transtorno e a personalidade de cada um. Por isso, é preciso respeitar a diversidade e buscar formas de promover a inclusão e a qualidade de vida dessas pessoas.
Algumas das dificuldades que as pessoas com autismo enfrentam são compreender e se expressar em situações sociais, lidar com mudanças na rotina, adaptar-se a ambientes ruidosos ou com muitos estímulos sensoriais, desenvolver habilidades acadêmicas e profissionais, entre outras. Para superar esses desafios, é fundamental que as pessoas com autismo recebam apoio especializado, como terapias, acompanhamento médico e psicológico, intervenções pedagógicas e adaptações curriculares.
Por isso, para lidar com o TEA, Heloísa Souza vê a necessidade de um tratamento abrangente, que olhe as necessidades da pessoa autista: habilidades sociais, linguagem, comunicação, emoção, habilidades motoras, entre outras.
Vulnerabilidade social
Para Heloísa Souza, o apoio interdisciplinar é importante também para oferecer suporte à família, principalmente aquelas que estão em situação de vulnerabilidade social. Uma família que já se encontra em vulnerabilidade social precisa de um apoio maior para suprir as demandas dessa pessoa com autismo. É preciso ajudar a família a acolher, a tratar desse indivíduo”, destacou.
A psicóloga também enfatiza que é importante disseminar cada vez mais informações para que haja o diagnóstico precoce do autismo. “Muitas famílias demoram a buscar ajuda, deixam de estimular as crianças, por desconhecimento, por negação. Então, ao conversarmos e debatermos o assunto, ele vai se tornando menos tabu, o que contribui, inclusive, para um tratamento eficaz e para uma melhor inclusão social dessas pessoas”, destacou a especialista.
Edição e orientação: Prof. Artur Araujo
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