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Com celulares, eles registraram o cotidiano no ensino remoto e nas aulas com distanciamento social
Por Allane Moraes
“Um filme como esse é fundamental para que aqueles que uma vez foram desconsiderados sejam ouvidos”, anunciou o professor João Augusto Pires, que atuou como diretor de um curta metragem produzido coletivamente com estudantes de Mogi Mirim, onde lecionava na época a disciplina de História no ensino médio do Centro Paula Souza.
A obra, de caráter reflexivo e bem-humorado, foi apresentada e debatida na quinta-feira (14), na Faculdade de Educação da Unicamp. A intenção foi registrar as dificuldades enfrentadas por alunos e professores no período de isolamento durante a pandemia da Covid-19.
A ideia do projeto foi do próprio diretor do filme, que é doutor em História e, à época, professor no Centro Paula Souza. Também envolvido na realidade das aulas online, João notou as dificuldades enfrentadas pelos alunos.

“Eles tiveram que aprender a usar uma ferramenta desconhecida para assistir aulas. Alguns sequer tinham computador, então faziam tudo pelo celular”, afirmou o docente durante a apresentação do documentário. Foi através dessa percepção que ele decidiu pôr o projeto em prática e, quando propôs a ideia para sua turma, os jovens adoraram e já começaram a produzir o conteúdo.
Para o professor Pires, é importante mostrar a visão pessoal de cada um dos estudantes com relação à educação na pandemia. Por isso, pediu para que os próprios jovens fizessem o registro de suas realidades com o celular. Os vídeos, que foram gravados entre os anos 2021 e 2022, mostram tanto o período de isolamento quanto o retorno ao presencial, quando foi adotado o uso de máscara e o distanciamento social.
A produtora do curta, Gabriela Perissionotto, que também estava presente na exibição, conta que quando terminaram as gravações havia uma grande quantidade de material para decupar. “Acho que os adolescentes pensaram ‘Você quer me ouvir? Então eu vou falar’ e produziram tanto conteúdo que foi difícil escolher o que usar”, declarou. Para fazer essa seleção, ela e Pires começaram a procurar semelhanças nas declarações dos estudantes.

Apesar de o resultado do projeto focar a visão pessimista do ensino na pandemia, especialmente quando se trata da educação a distância, também houve um lado positivo nele. Pelo menos é nisso que acredita Julia Quédma, 19 anos, uma das alunas que participou da produção do curta e foi à exibição relatar a experiência.
Na época, a estudante cursava o primeiro ano do ensino médio e sentiu na pele as dificuldades do ensino a distância, mas notou uma união maior entre os colegas nesse período. “Nós conversávamos muito e sempre ajudávamos quando alguém tinha dificuldade. Ficamos juntos mesmo separados”, disse ela.
Já Gabriela Perissionotto viu outro benefício no ensino a distância. Para ela, agora que as escolas e alunos já tiveram contato com ferramentas digitais, elas devem continuar sendo aproveitadas. “O audiovisual, principalmente, é muito útil e pode tornar a aula mais acessível, facilitando o aprendizado”, afirma.
Com 15 minutos de duração, o documentário Educação em tempos de Pandemia está disponível no Acervo Formiga, tendo participado também de uma mostra anterior no próprio Centro Paula Souza de Mogi Mirim.
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Melyssa Kell
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