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Exibição foi no bairro Antônio Zanaga, com o objetivo de divulgar a filosofia da sustentabilidade
Por: Monike Vitorio
Em uma cidade que não conta com nenhuma sala de cinema, a exibição de sessões gratuitas de filmes, com o uso de energia solar, reuniu pelo menos 200 pessoas no início da noite de quarta-feira (17) em Americana. O local escolhido foi a praça Vinicius de Moraes, no bairro Antônio Zanaga.
Na década de 1960, Americana chegou a ter três cinemas. Na atualidade, com 239.597 habitantes, a cidade já não tem mais nenhuma sala de projeção.

O projeto itinerante CineSolar, patrocinado pela CPFL há uma década, tem por função estimular o acesso à cinematografia, em especial junto às comunidades carentes. “É um projeto muito importante por, exatamente, preencher uma lacuna relacionada às questões socioculturais no Brasil. Infelizmente a cultura ainda não é entendida como um direito e é subjugada na nossa sociedade”, diz Cynthia Alario, coordenadora e idealizadora do projeto.
Conforme explica Cynthia, existem atualmente algumas fontes diferentes para a geração de energia elétrica. No caso do CineSolar, a utilizada para projeções de filmes é a fotovoltaica. Renovável, ela é obtida no processo da convergência da luz solar em eletricidade.
A estrutura do cinema é montada ao ar livre. As duas vans, que levam o nome de Amarrura e Tupã, são responsáveis pelas exibições, armazenando o sistema de geração de energia, um banco de baterias e as placas solares, no teto das vans. O projetor é colocado em um espaço público, juntamente com as cadeiras para o público. O interior dos veículos ainda se transforma em um ambiente de aula de tecnologia.
O morador do bairro Antônio Zanaga, Rodrigo Henrique Batista, de 30 anos, levou 10 crianças para ver a sessão dos filmes apresentados em Americana. “Peguei as crianças das minhas amigas e trouxe. Eu achei muito bom e acho que deveria ter mais vezes, para as crianças ter o que fazer, pois é um ótimo lazer”, comentou.

Rodrigo gosta de frequentar o cinema. No entanto, quando quer ver um filme tem que se deslocar para a cidade do lado, Santa Bárbara d´Oeste. “Acho que as autoridades poderiam estar proporcionando mais vezes eventos como esse ou estimular a criação de um cinema de verdade, porque toda forma de lazer é válida”, completou.
Nas sessões em Americana, foram exibidos curtas-metragens e o longa “Um Tio Quase Perfeito 2”. Todos os filmes que são exibidos passam por um processo de curadoria para a exibição. “Fazemos parcerias com festivais, por exemplo, festival de Cinema Infantil de Florianópolis e Ciranda Cirandinha, entre outros”, afirmou Cynthia.
As produtoras Mariana Neves e Paula Navarro, associadas ao projeto, falaram da importância da iniciativa para bairros periféricos, como o Zanaga. “O propósito do CineSolar é chegar em cidades como Americana e proporcionar o acesso à arte, cultura e cinema com viés em sustentabilidade”. O projeto já alcançou cerca de 284 mil pessoas, por quase essas 600 cidades por onde passaram.
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Melyssa Kell
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