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Repórter Raphael Pio relata perda de audiência, em debate com Camila Godoy e Carolina Rodrigues
Por: Bruno Leoni
Nos últimos anos, uma das principais emissoras de rádio da região de Campinas, a CBN, perdeu 85% de seus ouvintes nos programas esportivos. A emissora, que foi recentemente adquirida pela EPTV, contava com 20 mil ouvintes por minuto em 2006, número que caiu para 3 mil ao longo das medições de audiência do ano passado.
“Se em 16 anos caiu assim, quem garante que o rádio não irá acabar?”, indagou o coordenador de esportes da emissora, Raphael Pio, ao participar na noite desta quarta-feira (29), do painel “Ouviu a notícia? O radiojornalismo no século XXI”, promovido pela Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas. O evento, que teve a intensa participação do público, contou também com a participação da apresentadora Camila Godoy, da Rádio Brasil, e Carolina Rodrigues, da CBN-Campinas.

Em sua análise, o radialista Pio ponderou que, à medida que o formato radiofônico envelhece, também envelhece o público que o acompanha, sem que novos ouvintes sejam incorporados à sua audiência. Haverá um momento em que não existirá mais audiência interessada no próprio meio, que vem repartindo audiência com inúmeras outras formas de acesso à informações jornalísticas e programação musical.
O jornalista fez um paralelo da atual disputa pela audiência que ainda resta ao meio com os antigos programas de rádio, os chamados “programas populares”, que, como o próprio nome diz, brigavam por audiência. Estes programas eram de entretenimento e participação do público, e Raphael reiterou que, quanto mais o formato envelhece, mais as pessoas que o acompanham também.
“As audiências não estão se renovando, o que leva ao envelhecimento da audiência. Será que um jovem vai acompanhar o rádio e ouvir esses programas?”, questionou.
Para a apresentadora do programa “CBN em Meia Hora”, Carolina Rodrigues, apesar das mudanças com o advento de novas mídias, o rádio se manteve quando outros meios já estavam estabelecidos no mercado consumidor.

“Sempre houve esse papo de que um meio passaria em cima do outro. Nenhum veículo morre, ele se adapta. Nós somos cíclicos. Não vejo um fim, vejo uma mudança na forma de se comunicar. Tudo é fase”, apostou a jornalista, que disse ter audiência junto a várias parcelas da população.
“Tenho ouvintes de todas as idades e classes. Tenho idoso, tenho médico e até jovem como ouvinte, disse Carolina, apontando que o meio vem se relacionando de diferentes formas com seus diversos públicos. “Para se ter uma ideia, hoje eu falo pelo vídeo, pelo rádio e pela internet”.
Um consenso entre os convidados é a modificação do rádio como meio informativo e como formato. Outro ponto em comum na discussão é de que a atualização do formato e do meio comunicacional pode ser boa ou ruim, sendo a incerteza a única certeza a respeito do futuro do meio.
“Minha audiência é excelente no AM. Mas, quem tem rádio AM hoje?”, questionou Camila Godoy ao afirmar que há pessoas que lhe telefonam para saber como poderiam fazer para ouvir seu programa.
“Aí, sempre pergunto se já tentaram pelo site, se receberam link do programa no Whatsapp. Falo isso, pois meu nicho é específico, mas o específico também precisa de informação, de entretenimento, e a gente vai se modernizando. Tem que prender o ouvinte, nunca ficar na mesma ideia”, disse a apresentadora.
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Melyssa Kell
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