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Feira reuniu empresárias, como a nutricionista Silvana, que criou o próprio negócio após superar depressão
Por Alanis Mancini
A Feira das Mulheres Empreendedoras, realizada em Campinas como parte da comemoração do mês das mulheres, reuniu 215 novas empresárias para a exposição de seus negócios. A ideia inicial do evento surgiu a partir da necessidade de apresentar ao público os negócios de mulheres que sofreram violência doméstica em relacionamentos dos quais não conseguiam se desvencilhar em função da dependência de seus maridos. Com o tempo, o movimento abriga hoje segmentos como artesanato, gastronomia e moda, além de ter se transformado em um ponto de recomeço para muitas delas.
A nutricionista Silvana Loria iniciou seu empreendimento na área de licores artesanais durante a pandemia, em meio a uma crise de depressão pela qual vinha passando. Trabalhando em Campinas, ela produz licores que harmonizam sabores e texturas para atender melhor o paladar, com quantidades de calorias e açúcares balanceados.
“Quando fiz o primeiro licor, em meio à depressão, eu não tinha tudo isso, mas ficou bom. E no dia seguinte, eu saí da cama em que estava paralisada há dias, para comprar os materiais e continuar fazendo”, afirma a dona do “Destilloria Licores”.
A cosplayer Julia Peres ingressou no ramo de acessórios de vestuário e descobriu, no início de seu negócio, que oferecer qualidade, beleza e preço acessível era a chave das vendas. O seu empreendimento, o “Artesanato da Madrugada”, surgiu a partir da necessidade de produzir acessórios diferenciados. Seus negócios ganharam vida após perder o emprego quando diagnosticada com fibromialgia, aos 21 anos.
“Estar na Feira está sendo muito importante, porque eu encontro pessoas que valorizam a minha arte. Eu não sei quem seria se não fosse artista”, diz Julia. Ela comenta que a união que a Feira propõe é ponto crucial para motivar as mulheres. “Acredito que, mesmo que a mulher não tenha apoio em casa, aqui a gente encontra um espaço para se sentir valorizada e seguir com nossos negócios”.
A psicóloga e idealizadora do projeto em Campinas Grazi Coutinho afirmou que, ao longo dos anos, a Feira se expandiu também para mulheres em situação de vulnerabilidade.
A ex-gerente de recursos humanos Alessandra Pereira, atualmente dona do negócio “Lessa Arts”, lembra que muitas mulheres produzem no ramo de artesanato e culinária, mas não conseguem expor e gerar vendas para sair da situação de violência e vulnerabilidade.
“Mulheres que não conseguiam nem sair do bairro pra vender seus produtos, agora conseguem mostrar pra cidade inteira seus produtos. É isso que precisamos: a mulher se empoderar e mostrar o seu trabalho”, comenta Alessandra.
A publicitária Adriele Paulino montou o seu negócio “Pipoca Ok” em Campinas pouco antes da pandemia, com toda insegurança de deixar um trabalho com carteira assinada para abrir um negócio.
“Trabalhei com carteira assinada até 2019, mas em 2020 abri o Pipoca Ok e minha agência de marketing. Eu sinto que é mais difícil para a mulher empreender, mas hoje em dia estamos mais unidas, fortalecendo umas às outras, e isso faz superarmos as dificuldades de iniciar nessa área”, afirma.
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Melyssa Kell
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