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O alerta é dos pesquisadores Karin Vasquez e Marco Grocco, que debateram sustentabilidade e economia
Por Renata Germano
Em seminário remoto, nesta quinta-feira (9), pelo YouTube, a pesquisadora e economista Karin Costa Vazquez, do Center for China and Globalization, e o professor Marco Crocco, da Faculdade de Economia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), criticaram o atraso na adesão do Brasil às metas de implementação da sustentabilidade na economia. A adoção de políticas públicas para uma baixa emissão de carbono contribuiria para atingir objetivos sustentáveis.
O debate, realizado pelo Instituto de Economia (IE) da Unicamp, abordou a construção de práticas sustentáveis para a economia e a sociedade brasileira, além da importância de seguir as agendas climáticas e do financiamento da transição de uma energia poluente para um modelo sustentável.
Karin Vazquez é formada em economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e possui pesquisa desenvolvida na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos. É especialista em políticas nas áreas de cooperação internacional e financiamento para o desenvolvimento sustentável e mora na China para realizar pesquisas na área.
Vazquez, que estava na China durante a transmissão, enfatizou que a sustentabilidade não se refere apenas a questões ambientais, mas, também, a metas sociais e econômicas. Para a especialista, o Brasil está atrasado na adesão aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), que devem ser cumpridos pelos países signatários até 2030.
Entre os objetivos listados estão a erradicação da pobreza, desenvolvimento de uma agricultura sustentável, redução das desigualdades sociais, consumo e produção responsáveis, cidades e comunidades sustentáveis, ação contra a mudança global do clima e energia limpa e acessível.
Segundo levantamento de 2021 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 62,5 milhões de brasileiros vivem abaixo da linha de pobreza. “A redução desse percentual é uma das metas presentes nos ODS, que não são cumpridas”, afirmou a pesquisadora.
A especialista disse que, para a transição sustentável acontecer, é necessário a fixação de políticas públicas e a cooperação entre países visando construir o ecossistema sustentável e diminuir os problemas ambientais, climáticos e sociais brasileiros. “A implementação de frentes comerciais sustentáveis, como de indústrias de baixo carbono, desenvolve o processo de descarbonização das economias do mundo”, afirmou a economista.
Marco Crocco, que falou partir de Belo Horizonte, é formado em economia pela UFMG e possui doutorado na área pela Universidade de Londres e pós-doutorado realizado na Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Hoje, é CEO do Parque Tecnológico de Belo Horizonte e pesquisa políticas industriais e de inovação.
Crocco disse que a sustentabilidade deve ser prioridade, mas que o subdesenvolvimento do país dificulta o financiamento para combater os desastres climáticos.
“A maior parte do orçamento para implementação de práticas sustentáveis é originado no próprio país onde é aplicado. Os países desenvolvidos conseguem alavancar mudanças sustentáveis, já para os em desenvolvimento isso ainda não é uma prioridade”, analisou o professor.
O economista afirmou que outro desafio do Brasil na questão da sustentabilidade é o transporte urbano, que emite gases poluentes e, também, o mau planejamento das cidades, o qual deve ser endereçado ao poder público. “O Brasil pode construir mais indústrias limpas, é um desafio e uma oportunidade, assim como adaptação de áreas de risco, por exemplo, que são um problema urbano”, exemplificou.
A íntegra do debate está disponível no link: https://www.youtube.com/live/K8zk8EyyCs8?feature=share
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Melyssa Kell
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