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Céu carregado de nuvens escuras será comum nos próximos meses na região em consequência do aumento do fenômeno La Niña, que já começou na primavera brasileira, podendo influenciar a quantidade de chuvas até março
Por Mario Casemiro
O alerta foi dado na COP27, realizada este mês, em Sharm-El- Sheikh, no litoral do Egito. Os desastres naturais continuarão castigando o planeta enquanto os países não mudarem suas políticas e comportamentos em relação aos sintomas da crise climática.
Ao longo de 12 dias, líderes e membros da sociedade civil de todo o mundo debateram na Conferência do Clima a crise provocada pelas mudanças climáticas no planeta, sem chegar a um acordo para uma questão nevrálgica para todos os países, dos ricos aos emergentes: como acelerar o corte de emissões de modo a evitar que o aquecimento global ultrapasse 1,5oC neste século.
Para o diretor da faculdade de Geografia da PUC-Campinas, Estéfano Gobbi, ainda há tempo para tentar reverter as mudanças climáticas por meio de novos hábitos e a implementação de tecnologias que sejam menos impactantes ao ambiente. “A mudança deve começar na compreensão do problema climático sob todos os seus aspectos. Para que o aumento das temperaturas médias globais seja contido deve-se compreender o ambiente, a economia e a sociedade de maneira indissociável. Andar de bicicleta, comer menos carne e abraçar árvores ajuda, mas não resolve. É preciso compreender a situação para propor mudanças e modificar”, afirma.
Uma das consequências da crise climática é o aumento do fenômeno La Niña, que já começou na primavera brasileira e continuará até o final do verão, podendo influenciar a quantidade de chuvas até março, segundo o diretor da faculdade de Geografia da PUC-Campinas. Dados do Climatempo preveem para a Região Metropolitana de Campinas (RMC) um volume de chuvas nos meses de janeiro, fevereiro e março abaixo da média, apesar da temporada ser de chuvas em forma de pancadas.
A emissão de gases tóxicos na atmosfera provocam mudanças climáticas no mundo tudo. “As normas climáticas para os municípios da RMC são as mesmas, pois os gráficos estabelecem padrões de precipitações e temperatura por métodos estatísticos considerando os últimos 30 anos. Ou seja, o clima do próximo verão será igual ao do verão passado – quente e chuvoso – característico da área em que a RMC está localizada”, explica Gobbi.
La Niña
O fenômeno conhecido como La Niña causa um resfriamento de parte das águas superficiais do Pacífico, o que influencia o ciclo de precipitação e o clima de certas regiões do mundo. A zona tropical do Pacífico está sob a influência de La Niña, com breves interrupções, desde setembro de 2020.
Pelas previsões do Climatempo, o verão 2023 será menos quente do que os anteriores em função dos efeitos causados pelo fenômeno La Niña, que provoca queda na temperatura e maior concentração de ar úmido no centro-norte do Brasil em função da circulação dos ventos.
“Esse é um dos motivos pelos quais vamos ter menos chuva do que o normal, no estado de São Paulo”, explica o professor da PUC-Campinas. Ele ressalta que este verão poderá ser um pouco “fora das estáticas”, tendo em vista as temperaturas baixas na primavera, na RMC. “A tendência é gerar um verão mais ameno”, diz ele. Este será o terceiro ano seguido que o fenômeno El Niña continuará no Brasil.
COP27
O secretário geral da ONU, António Guterres, fez duras críticas na COP 27 para que os países se juntem e combatam a emissão em massa dos gases de efeito estufa, ao redor do mundo. “Estamos na luta de nossas vidas. E estamos perdendo. As emissões de gases de efeito estufa continuam crescendo. As temperaturas globais continuam subindo. E nosso planeta está se aproximando rapidamente de pontos de inflexão que tornarão o caos climático irreversível”, afirmou o secretário, em um de seus discursos.
Presente ao evento, o atual presidente eleito do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, ressaltou a projeção feita pela ONU sobre as mortes provocadas pelo aquecimento global, de 2030 e 2050. “Segundo projeções da Organização, o aquecimento global poderá causar aproximadamente 250 mil mortes adicionais ao ano por desnutrição, malária, diarreia e estresse, provocados pelo calor excessivo”, disse. Durante seu discurso, a plateia ovacionou a presença de Lula quando proferiu a frase: “O Brasil voltou”.
Orientação: Profa. Cecília Toledo
Edição: Ana Clara Ornelas
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