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Professor da PUC-Campinas e historiador, explica que cinema é ferramenta poderosa para divulgação histórica das sociedades
Por: Giovanna Sottero e Larissa Fortunato
Historiador e professor da PUC-Campinas, Lindener Pareto, em entrevista para o Portal Digitais, afirmou que apesar das distorções de fatos históricos, “o cinema sempre foi uma poderosa ferramenta para a divulgação da história das sociedades e dos indivíduos”. O historiador pontuou também que, após o falecimento da Rainha Elizabeth II no último dia (8), no Palácio de Balmoral, na Escócia – e toda a cobertura midiática que está sendo feita ao redor do mundo – é natural que boa parte do público que ainda não conhece a história da realeza britânica, se interesse pela série “The Crown”, um original Netflix, que retrata a chegada de Elizabeth II ao poder e revela momentos históricos da realeza britânica.
Segundo dados divulgados pela revista Variety, a quantidade de visualizações de “The Crown”, registradas entre os dias 9 e 11 de setembro entre o público do Reino Unido é 800% maior que a contabilização feita na semana anterior ao falecimento da monarca, entre os dias 2 e 4 de setembro e estima-se um crescimento de 400% mundialmente.
O estudante de relações públicas da PUC-Campinas, Daniel Cristiani, conta que há cerca de quatro anos possui a curiosidade em assistir a série “The Crown”, e o falecimento da Rainha Elizabeth II “trouxe à tona” seu interesse pela série. “Eu sou um amante de história, sou apaixonado por isso e acho muito válido conhecer um pouco mais sobre ela [a rainha]”, revela Daniel, que também disse conhecer muito pouco sobre a monarquia britânica.
Para Lindener, como historiador – por não se tratar de uma série documental e sim ficcional – “The Crown” não tem um compromisso efetivo em narrar o que de fato aconteceu, ou seja, não pode ser considerada um “documento de verdade”, mas como um documento dramatúrgico que interpreta uma história real. O professor ainda pontuou que a construção feita neste original Netflix é um retrato positivo da monarquia, mostrando que os personagens envolvidos são humanos e não possuem nenhum poder divino. “Mostra que existe glamour, mas ao mesmo tempo, são pessoas comuns, que erram, traem e são cruéis de vez em quando. Essa é a grande questão”, afirma.
Estudante de fisioterapia e telespectadora do seriado, Isabelle Sereghete Negreiros, explica que a história da Rainha Elizabeth II chamava muito a sua atenção. “Sempre tive interesse pela família real e quando saiu a série, achei a oportunidade perfeita para conhecer a verdadeira história da realeza”, enfatiza. Isabelle também revelou que a série entra em seu “top list” das favoritas e indica para todos que ainda não assistiram.
Carolina Rossan, estudante de medicina veterinária, conta que não conhecia nada sobre a história da monarquia britânica até assistir “The Crown”, e revela também que seu interesse surgiu em função de sua professora de história do ensino médio que comentava sobre a série e sobre os episódios históricos que eram retratados. “A série é inteira representada em manter as aparências, e isso me chocou”, diz Carolina.
Sophia de Castro, estudante de jornalismo da PUC-Campinas, diz que apesar de não conhecer profundamente os fatos históricos sobre a realeza britânica, desde nova possui curiosidade pelas tramas que cercam a família real, e desde o falecimento da Rainha Elizabeth II, seu interesse por “The Crown” aumentou.
“Eu acho que deveríamos ter mais séries documentais e histórias que pudessem também fazer a narrativa profissional da história, sem a gente se perder muito na ficção”, lamenta o historiador ao se referir às poucas obras cinematográficas que retratam a monarquia britânica com fidelidade aos fatos históricos.
“The Crown” está atualmente com quatro temporadas e criador e showrunner da série, Peter Morgan, revelou que a produção deverá entrar em pausa após o anúncio do falecimento da Rainha Elizabeth II.
Orientação: Prof. Gilberto Roldão
Edição: Giovanna Sottero
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