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Quanto mais peso, menos saúde

Segundo estimativas da OMS, mais de 3 milhões de crianças brasileiras podem ser consideradas obesas

Por: Lucca Panzarini Marson e Luís Matheus de Souza Silva

A obesidade infantil é um problema que vem aumentando cada vez mais nos últimos anos. Considerando dados da OMS, 9,4% das meninas e 12,4% dos meninos brasileiros são obesos. “A obesidade infantil é uma doença multifatorial podendo ser desencadeada por fatores genéticos, comportamentais, que atuam em vários contextos: familiar, escolar, social. Fatores que podem ocorrer ainda na gestação também influenciam, como a nutrição inadequada da mãe e o excesso de peso. Além do desmame precoce e introdução de alimentos de forma inadequada”, disse a nutricionista infantil Renata del Santo.

Segundo del Santo, a maioria das crianças obesas apresentam comportamentos ansiosos, e trazem consigo um apetite aumentado, fazendo com que, consequentemente, ingiram uma quantidade de alimento acima do que é recomendado a elas. A nutricionista ressalta que o ambiente em que a criança vive também faz diferença, pois os hábitos alimentares são os mesmos que os de sua família.

Para a nutricionista esportiva Lilian Silva, o ambiente no qual a criança está inserida é o principal fator para se tornar obesa, pois ela não tem a autonomia necessária para fazer suas próprias escolhas.

Para as duas profissionais, a pandemia teve um papel importante nesse aumento. Com o isolamento social, as crianças foram impedidas de brincarem fora de casa, o que favoreceu o sedentarismo, por meio das aulas e jogos online. Além disso, a escassez de alimento e o aumento de pessoas num quadro de insegurança alimentar fizeram com que famílias dependessem cada vez mais de doações de cestas básicas, contendo muitos alimentos ultra processados, os quais possuem alto valor calórico e baixo valor nutricional. A soma dos fatores resulta no enorme aumento da obesidade infantil. A ansiedade em meio à pandemia se choca com a falta de opções para uma alimentação saudável, fazendo com que as crianças descontem seus problemas no consumo.

Amanda Santos* é mãe de um menino de 5 anos, que pesa 45 quilos. Segundo ela, seu filho sempre sofreu com esse problema. Amanda diz que na escola, muitas crianças tinham medo de brincar com seu filho, por causa do tamanho, elas achavam que iam se machucar.

A mãe diz que como mãe solteira, é muito difícil aplicar dietas em casa: “Não tenho tanto tempo para preparar as refeições, então os alimentos processados são bastante consumidos. O pai dele vem buscar ele todo fim de semana e sempre o leva ao McDonald’s”.

Além de todos os fatores indicados pelas nutricionistas, o depoimento da mãe nos permite dizer que a vida corrida dos pais também se encaixa como um dos principais fatores para o aumento da obesidade infantil, não só no Brasil, mas também no mundo.

*Nome fictício. A entrevistada não quis se identificar.

Orientação e edição: Prof. Artur Araujo


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