Cultura & Espetáculos
Obras em papel tiveram 4 vezes mais procura que as digitais na biblioteca da universidade
Por: Allane Moraes
O número de livros impressos emprestados pelas unidades físicas das bibliotecas do Campus I da PUC-Campinas, em março de 2022, foi de 3.914. No mesmo mês, a quantidade de e-books acessados pelos alunos do campus I e II na biblioteca virtual Pearson foi de 919. Os dados foram fornecidos pela unidade 1 da Biblioteca do Campus I da PUC-Campinas.
A unidade 1 da biblioteca foi a maior responsável pelo empréstimo de livros impressos no mês de março. Foram emprestados 2.393 títulos. O acervo atende aos cursos de Administração, Arquitetura e Urbanismo, Artes Visuais e Design, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Comunicações, Engenharias, Geografia, Letras, Matemática, Química e Sistemas de Informação.
Para a bibliotecária Ana Paula Galletta, responsável pela unidade 1, o volume de empréstimos expressa a demanda parcial dos alunos. Ela explica que “muitos dos livros que são indicados pelos professores não estão na biblioteca virtual Pearson; temos apenas eles impressos na estrutura física da biblioteca, por isso eles são mais emprestados”.
A biblioteca virtual foi adquirida pela Universidade, em 2021, durante a pandemia. A bibliotecária afirma, porém, que ainda não é possível mensurar de modo conclusivo a preferência dos alunos. O uso da biblioteca Pearson é recente e está sendo divulgado pela universidade, então nem todos os alunos sabem que ela existe. Desde o retorno das aulas presenciais em fevereiro, as três bibliotecas físicas e a virtual estão disponíveis para empréstimo de livros.
A professora Cristina Betioli, do curso de Letras da PUC-Campinas, explica que uma das vantagens do livro impresso é a experiência sensorial. O leitor pode olhar, tocar e sentir o cheiro das páginas lidas. Para a professora isso faz parte da apreciação da obra.
Ela afirma que esse pode ser um motivo para a possível preferência pelo livro impresso. “Existe admiração pelo objeto-livro, a materialidade de sua arte, a possibilidade de colecioná-lo e expô-lo na estante e ainda tê-lo concretamente como ‘companheiro’ de leitura ou estudo”.
Gabriela Souza (20), estudante de Jornalismo da PUC-Campinas, diz que prefere ler digitais. Ela afirma que sente mais flexibilidade porque consegue ler mais rápido e pode grifar e fazer anotações sem se sentir culpada por estragar o livro. Gabriela conta que não costuma frequentar a biblioteca da universidade por esse mesmo motivo. Ela explica que, se é um livro acadêmico, vai usá-lo para estudar e aprender. “Quero sempre ter acesso ao livro para poder fazer consultas ou revisar conteúdo, mas se ele é da biblioteca, preciso devolver intacto”.
A professora Cristina Betioli diz que uma das vantagens do livro digital é a sustentabilidade. O fato de ele dispensar a impressão em papel o torna menos agressivo ao meio ambiente. Outra vantagem desse livro apontada pela professora é a praticidade. Facilmente acessado através de dispositivos móveis, como celulares e tablets, ele não ocupa espaço extra e não pesa ao ser transportado pelo leitor. Mesmo dispositivos de leitura específicos, como o Kindle, são pequenos e leves. A locomoção é mais fácil e conveniente do que do livro impresso.
A professora observa que as pessoas podem desenvolver mais o gosto pela leitura depois de experimentarem a aquisição de livros digitais. “Por conseguirem acessá-los com facilidade em ônibus, viagens e espera de atendimentos, elas criam o hábito de ler nesses momentos”.
Gabriela Arcanjo, estudante de Relações Públicas na PUC-Campinas, diz que a facilidade de acesso não é suficiente para ela preferir livros digitais. Apesar de também os ler, ainda têm preferência pelo livro impresso. “Eu me envolvo muito mais na leitura de um livro físico, ele prende a minha atenção e eu tenho mais facilidade para absorver o conteúdo”. Gabriela diz que possui o hábito de frequentar a biblioteca da universidade.
A Pandemia da Covid-19 impulsionou o consumo de livros digitais. Segundo pesquisa divulgada pela Câmara Brasileira do Livro, em 2020, o número de livros digitais vendidos no Brasil cresceu 83% em comparação ao ano anterior. Já a venda de livros impressos teve queda de 18%, mas os impressos ainda são os mais consumidos no país. A cada e-book vendido no Brasil são vendidos 42 livros impressos.
Orientação: Prof. Marcel Cheida
Edição: João Vitor Bueno
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