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Com início nesta semana, jogos beneficiam a saúde dos estudantes após retorno das aulas presenciais
Por: Leonardo Crivelaro e Pietra Mesquita
Depois de dois anos de paralisação, os Jogos Universitários de Comunicação e Artes, conhecido como JUCA, terá início nesta semana, dia 16 de junho, com encerramento previsto para o dia 19, contando com a presença das universidades ECA-USP, Cásper Líbero e Anhembi Morumbi, PUC-Campinas, PUC-São Paulo, Metodista, São Judas e Belas Artes. O evento será realizado na cidade de São Carlos, localizada a 230 Km da capital paulista. Todas as atléticas presentes precisam apresentar equipes para cada modalidade, reforçando o envolvimento total com os jogos.
O estudante de Engenharia de Software, André Laudares Soares (19), da PUC-Campinas, conta que passou a praticar os esportes oferecidos por sua atlética, assim que entrou na faculdade, com as aulas já no modelo presencial. “Eu entrei nos esportes por conta de termos ficado muito tempo em quarentena, e eu acho que eu precisava praticar muito esporte novamente. Eu era muito ativo antes, e quando veio a quarentena eu parei totalmente com a prática, mas agora voltei com tudo com o início da faculdade”, afirma.
André ainda ressalta suas expectativas ao fazer parte das equipes esportivas. O estudante conta que gosta muito de estar com a “galera” e conhecer novas pessoas. Nesse mesmo sentido, ele comenta sobre os benefícios que essa participação vem trazendo para o seu dia a dia na nova rotina. “Certamente o fato de conhecer pessoas novas nesse meio, e até mesmo ser chamado para sair com uma galera nova, faz rolar muita integração entre as pessoas nesse tipo de hobbie. Mas os benefícios principais são na parte da saúde, voltar a praticar exercícios me deixou menos estressado, já que eu fico muito mais tranquilo quando faço esporte, me sinto menos preso, então é toda a questão da saúde, desde a parte de respirar melhor e até as coisas mais complexas, como evitar doenças e problemas futuros”, finaliza.
Lucca Bezzon (20), estudante de Ciências Econômicas da UNICAMP, conta que optou por praticar as atividades físicas disponibilizadas pelo coletivo universitário, pois queria complementar sua rotina e enfrentar novos desafios. “Eu já praticava esportes antes de entrar na faculdade, frequento a academia e faço aulas de handebol, então vi a oportunidade de me integrar com pessoas que gostam de fazer o mesmo, treinar e competir”, afirma.
O estudante ainda ressalta um ponto que o chamou muita atenção nesse mundo esportivo, ele diz que o que lhe atraiu foi a oportunidade de praticar esportes que ele não teria contato fora da universidade, como por exemplo beisebol. “Os estudantes que organizam os treinos também disponibilizam aulas para a gente conhecer os esportes e ver se gostaríamos de praticar, o beisebol foi um esporte em que fiz alguns treinos e estou pensando em levar mais a sério, estou conhecendo e quero me envolver mais”, conclui.
Vale ressaltar que, por mais que nos campis universitários se tenha áreas esportivas destinadas aos alunos, os jovens querem ir além. Grupos estudantis, caracterizados como atléticas são organizados pelos universitários responsáveis pela ação esportiva e social extracurricular dos estudantes. “As atléticas universitárias são como um grêmio estudantil, focado em realizar eventos esportivos e sociais, entre outras coisas para a faculdade”, afirma Igor Marqueti (22), estudante de Publicidade e Propaganda, da PUC Campinas e membro da Atlética de Comunicação. Igor também explica que os grupos responsáveis representam sua faculdade fora do campus. O vínculo com a instituição é apenas simbólico, já que as atléticas se promovem por conta própria.
Saúde, prática esportiva e atléticas
Um estudo sueco elaborado no final de 2021, da Universidade de Gotemburgo, aponta ótimos resultados em uma pesquisa feita com um milhão e 200 mil jovens universitários em testes esportivos seguidos de provas de QI. A pesquisa apontou a existência de um vínculo bem claro entre a prática de exercícios físicos e a atividade cerebral. De acordo com o Departamento de Fisiologia da UNIFESP, o desempenho de raciocínio e aprendizado é maior para os esportistas. Isso se dá por conta do aumento do fluxo sanguíneo para uma determinada área do cérebro chamada hipocampo, que ao se exercitar, contribui positivamente para o desenvolvimento do raciocínio e memória. Já a socialização proveniente dos esportes vai além da parte fisiológica, uma vez que, a partir dos treinos e dos encontros com os demais atletas, os laços vão se estreitando por meio das interações sociais.
Com o retorno das atividades presenciais na esfera universitária, a movimentação das atléticas voltou a se agitar, após dois anos relativamente paradas por conta da pandemia. O acolhimento a novos jovens estudantes, promoção de festas e arrecadação de dinheiro já é assunto novamente entre os alunos nos corredores do campus, que estão animados com a volta dos esportes. O estudante de publicidade Igor Marqueti, ressalta que a maior dedicação do grupo estudantil é a disponibilização de treinos para os atletas, para que participem de competições ligadas aos jogos universitários.
As competições se caracterizam por jogos esportivos no âmbito universitário, que envolvem algumas das mais famosas instituições de ensino público e particular do estado de São Paulo. Durante os dias de jogos, uma vez ao ano, as cidades sedes dos eventos recebem por volta de 8 a 15 mil estudantes, movimentando milhões de reais nas economias locais. O ECONOMÍADAS, por exemplo, são os jogos organizados pela Nova LAACE (Liga Atlética Acadêmica das Ciências Econômicas), já realizado esse ano, entre os dias 21 a 24 de abril, gerando R$ 8 milhões. Nos grandes torneios são disputadas diferentes modalidades, tendo competições de futebol, futsal, basquete, handebol, voleibol, natação, rugby, tênis de mesa, tênis, xadrez e cheerleader.
Durante os anos de 1996 e 2006, o JUCA passou por uma dinastia Mackenzista, já que a atlética Tubarão, da universidade Presbiteriana, conquistou todos os títulos do período, mas no ano de 2019, acabou se prejudicando, uma vez que foi punida e banida temporariamente dos jogos, por escalação irregular de jogadores. Esse ano, a universidade volta a competir, porém na Liga Prata, que conta também com as universidades Faculdades Metropolitanas Unidas, Universidade de Araraquara e Universidade Estadual de Londrina.
Em decorrência da pandemia, os jogos universitários não aconteceram nos últimos dois anos. No caso do JUCA, sua última edição foi em 2019, tendo Americana, interior de São Paulo, como a sede do evento, e a atlética Grifo, pertencente a Anhembi Morumbi, foi tetracampeã da competição.
Orientação: Prof. Gilberto Roldão
Edição: Laura Nardi
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