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Em Campinas, Operação Inverno e Campanha do Agasalho buscam fazer o acolhimento da população necessitada
Por: Clara Prado
Com a chegada do frio em Campinas, a população em vulnerabilidade social, é a que mais sofre com as consequências das baixas temperaturas, pelo fato de não terem recursos para se proteger. Com isso, surgem as campanhas de arrecadação de roupas de frio e cobertores para ajudar os mais necessitados, entre elas estão a Campanha do Agasalho 2022 e a Operação Inverno.
“Inverno Mais Quente Com a Ajuda da Gente” é o tema deste ano da Campanha do Agasalho 2022, que será realizada até o dia 30 de julho, podendo ser prolongada em caso de necessidade. A campanha realizou, no dia 28 de maio, o famoso “Dia D”, para potencializar as arrecadações dos materiais necessários, em boas condições, como agasalhos, roupas masculinas, femininas e infantis, cobertores, roupas de cama, meias, gorros, sapatos, toalhas, entre outros itens.
O Dia D ocorreu no Paço Municipal, das 8h às 17h, e teve o apoio de equipes da prefeitura, militares e por grupos de apoio, que ajudaram a supervisionar e coletar as doações feitas pelas pessoas em seus carros. A ação conseguiu arrecadar 1,1 tonelada de itens, que foram levados direto para o almoxarifado, onde foram triadas e encaminhadas para entidades beneficentes.
Outra operação realizada em Campinas é a “Operação Inverno”, que vai até o dia 30 de setembro. Durante esse período, o acolhimento de moradores em situação de rua, do município, é intensificado por meio do SOS Rua, formado por uma equipe de assistentes sociais, psicólogos e educadores, que atuam diretamente nas ruas e tem como objetivo acolher as pessoas em vulnerabilidade e encaminhá-las aos serviços da rede de proteção, de assistência social e de saúde do município.
Construído pela Prefeitura de Campinas, o Samim é um dos abrigos feitos para o acolhimento de pessoas em situação de rua. Em entrevista com a assistente social e coordenadora do albergue municipal, Inês Jesus Rodrigues Cussolim, de 41 anos, conta um pouco como funcionam as coisas por lá.
De forma espontânea, as pessoas em vulnerabilidade, por não terem aonde ir, procuram o Samim. O estabelecimento recebe cerca de 10 a 15 pessoas em média por dia, tendo a capacidade de 120 pessoas no total. Por enquanto, o albergue já chegou a abrigar 111 pessoas na última segunda-feira, 13 de junho, com a lotação variando de dia para dia.
O critério para ser aceito e poder usufruir do Samim, é ser maior de 18 anos, crianças e adolescentes acompanhado dos pais ou responsáveis legais, ter autonomia física e mental, a pessoa tem que estar documentada ou com um boletim de ocorrência, ou uma declaração de perda de documento. O público-alvo são pessoas em situação de vulnerabilidade social. Cada um é atendido individualmente, pelo serviço social, e recebe o devido tratamento, podendo ficar no albergue 5 dias, ou mais ou menos tempo, dependendo de cada caso. Tem casos que as pessoas chegam sem nenhuma identidade, quando isso acontece, a coordenação faz um processo de encaminhamento para tirar a segunda via dos documentos.
O Samim possui um sistema de divisão, que separa homens e mulheres. O quarto de homens têm capacidade para abrigar 90 pessoas, o das mulheres com capacidade para 16 pessoas, tem o quarto de mães e filhos, com capacidade de 10 pessoas, e tem 4 vagas para transsexuais. O número de funcionários no estabelecimento, são de 45 pessoas, tirando os terceirizados, como os vigilantes, o pessoal da higienização, a lavanderia e a nutrição.
Em entrevista com Diogenes Del Vesco, 70 anos, morador em situação de rua há cinco anos por falta de recursos para se manter, nos conta um pouco como é viver no Samim, estando já há um mês no abrigo, porém tendo frequentado outras vezes. Ele fala que gosta demais do ambiente que o Samim oferece, dizendo que foi um dos melhores abrigos em que já ficou, pois tem uma boa vigilância, um grande espaço para caminhar, refeições diárias, entre outros pontos positivos. A única ressalva, porém, é em relação aos outros moradores, Diogenes diz que não pode bobear com seus pertences, pois se não alguém pode pegar.
Em outra entrevista, com Tathiane (a entrevistada não quis dizer o sobrenome), desabrigada a 8 meses, mãe de três filhos, e à espera do seu quarto filho, desabrigada há 8 meses, está atualmente alojada no Samim. Tathiane diz que não tem o que reclamar, pois foi muito bem recepcionada pelas pessoas e pelos funcionários, tudo que precisou até agora o abrigo proporcionou e tentou ajudar, o lugar é bem higienizado, de acordo com ela, todos os dias acontece a troca de lençóis.
Edição e orientação: Prof. Artur Araujo
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