Destaque
Estudo feito por Mariana Beneti mostra o efeito camaleão sobre a construção midiática do artista
Por: Gabriel Carneiro
“Alguns personagens eram personas, Bowie usava uma máscara e se desenvolvia através deles, tinha toda uma construção”, aponta Mariana Beneti, que desenvolveu a pesquisa “Efeito camaleão: a construção midiática de David Bowie e seus personagens e personas”, em dissertação de mestrado sob orientação da professora Márcia Eliane Rosa. A jornalista, durante o processo de estudo no Programa de Pós-Graduação em Linguagens, Mídia e Arte, da PUC-Campinas, fez uma comparação entre a criação dos personagens e personas, a exposição etnográfica David Bowie is, e uma fanfic criada por ela mesmo.
No desenvolvimento da pesquisa, Mariana Beneti encontrou dificuldades para achar um equilíbrio entre a escrita acadêmica e a inserção de um texto de ficção em sua dissertação. “Foi complicado, não tinha como achar uma reta, sendo que o David, que era quem estava sendo estudado, era todo torto. Não poderia ser uma análise normal, teria que ser diferente”.
Bowie se destacou por suas composições, mas não por elas, e foi lembrado por sua versatilidade musical, que foi desenvolvida por diversos gêneros na música, e assim ficou conhecido como o “Camaleão do Rock”. “No começo, pensei que seriam só dois personagens, Major Tom e Ziggy Stardust, e assim, me deparei com o meu maior problema: não eram só os dois, e sim uma variedade deles”, disse Mariana.
O artista também criou personagens e dentro desses, suas próprias personas. Tudo isso de uma forma muito midiática e que de alguma maneira gerava comunicação e influência para quem estava ouvindo ou vendo, e obviamente, comprando sua imagem.
“David Bowie era um produto à venda. Ele sabia se vender e como fazer com que o personagem e a persona dele fossem vender e influenciar. Ele influencia muito, tem desfiles de moda que são baseados nas roupas do Ziggy Stardust, os shows deles eram um espetáculo à parte. Ele foi muito chocante, era a persona dele e representou muita gente nos anos 70 e até hoje”, destaca.
Mariana ainda ressalta o conflito que foi para ela escrever sobre uma pessoa que a vida inteira se voltou para “se vender”, até antes da sua morte. “Ele era o ‘The Man Who Sold The World’. Na época que comecei, não estava entendendo o tanto que eu tinha que também ser uma crítica dele. Queria só falar bem, mas não poderia ser assim, inclusive poderia ter sido mais do que fui na dissertação.”
A entrevista com Mariana Beneti, na íntegra, está disponível abaixo:
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: João Vitor Bueno
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