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Pandemia da Covid 19 fez aumentar o consumo de frutas, hortaliças e feijão desde 2020
Por: Beatriz Borghini
Com o trabalho híbrido ou totalmente home office intensificado durante a pandemia da Covid-19, a alimentação dos brasileiros foi impactada. De acordo com a nutricionista comportamental Mariana Petracco,25, existem dois perfis que se acentuaram. Os mais de 116 milhões de brasileiros sem acesso a alimentação adequada, pela alta no preço dos produtos da cesta básica e as pessoas que conseguem trabalharem de casa e preparar os seus alimentos cozinhando mais nesse período.
De acordo com os resultados da NutriNet Brasil, realizada em 2021 pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) da Universidade de São Paulo (USP), que contou com a participação de 10 mil pessoas, o consumo de frutas, hortaliças e feijão apresentou aumento de janeiro a agosto de 2020 em relação aos primeiros meses do ano até o agosto do ano de 2020 passando de 40,2% para 44,6%. Jéssica Bueno, 21, estudante de publicidade e propaganda conta que essa tendência também se deu por não sair mais de casa para ir a restaurantes. “Antes da Pandemia eu já cozinhava, mas com menos frequência, muito em razão dos deliverys e saídas para comer fora. ”A estudante afirma que estava com medo no início da pandemia, por não saber a procedência dos alimentos e a higiene dos locais.
Gabriela Ortiz, 23, estudante de nutrição conta que até do ponto de vista psicológico cozinhar ajudou nesse período de isolamento, “O processo de fazer uma receita, esperar para ver o resultado, faz bem para nós, já vi vários profissionais da psicologia falando bem disso”. Ela ainda conta que se arriscou na cozinha com receitas diferentes e colocou todas no seus ebooks de receita.
Para a especialista Mariana Petracco, cozinhar em casa além de tudo ajuda nono aspecto ponto de vista nutricional e destacou: “É muito positivo do ponto nutricional, cultural e sociopolítico. Isso aumenta autonomia alimentar, como está descrito no Guia alimentar da população brasileira, temos uma maior noção de temperos, sódio e conhecemos assim a composição dos alimentos”, afirma. A nutricionista ainda aponta que sabendo do que os alimentos são feitos, o consumo de ultraprocessados tende a diminuir.
Essa é uma tendência que a estudante de publicidade que já consumia comia alimentos como frutas e verduras pretende continuar após a pandemia, “Me aventurei bem mais na cozinha. Principalmente pelo motivo de ter parado de comer carne, ando testando diversas receitas para substituir a proteína animal”, diz.
Perfis nas redes sociais
Tanto Mariana Petracco como Gabriela Ortiz trabalham em seus perfis com a nutrição. A estudante de nutrição Gabriela, explica que com seu perfil no Instagram e TikTok procura trazer a ideia de que se alimentar bem e de maneira saudável tem que ser feito com prazer e não uma obrigação. “ No perfil também explico sobre os perigos das dietas restritivas, como as dietas sem carboidratos, é extremamente perigoso porque os carboidratos são a fonte primária de energia no nosso corpo, e sem ele, podemos ficar com a imunidade baixa”, conta.
Mariana começou a utilizar a rede social para compartilhar quando trabalhava em uma unidade de saúde e fazia os posts sobre o SUS (Sistema Único de Saúde) além de defender a saúde pública, também é ativista contra a fome. “Trago vários assuntos não só nutrição, falo também sobre as políticas ligadas a alimentação dos brasileiros”. A especialista conta que esses assuntos são importantes para que a população brasileira entenda mais profundamente o que envolve até um alimento chegar até a mesa. “Agrotóxicos, reformas agrárias e questões de comprar de grandes produtores ou de produtores familiares, tudo isso está envolvido até o alimento final”, finaliza.
Aqui, link para acesso ao podcast com Mariana Petracco
Orientação: Prof. Gilberto Roldão
Edição: Sophia de Castro
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