Destaque
Pesquisa de Amanda Artiolli apura competição, sufoco e luta por fama ao redor do fogão
Por: Felipe Eduardo Costa
A pesquisa de mestrado da professora Amanda Maria Artioli Pezzo, da PUC-Campinas, aponta que o crescimento dos realities shows gastronômicos, em larga medida, está ligado ao “espírito da pós-modernidade”, que se caracteriza pelo uso excessivo da imagem, por rápidas mudanças de comportamento e pelo uso do sujeito como uma mercadoria de si próprio.
Sob o título “Realities gastronômicos e o espírito da modernidade: um estudo sobre as motivações da participação dos competidores”, o trabalho da docente, desenvolvido em 2017, teve a orientação do prof. Carlos A. Zanotti, do programa de pós-graduação em Linguagens, Mídia e Arte.
Em entrevista ao Digitais, a pesquisadora disse acreditar que a televisão aberta abraçou esse modelo de entretenimento em busca da sobrevivência em um período marcado pelo crescimento das produções audiovisuais na internet. Uma das razões para o sucesso do formato se daria por aproximar o conteúdo à rotina das pessoas comuns.
“A gastronomia na televisão leva a gente para um ambiente que é comum a todos, que é a cozinha”, diz Amanda, que afirma que a comida se tornou parte das relações sociais. Segundo ela, o senso de disputa e outros elementos da pós-modernidade contribuem para sua popularidade.
Na pesquisa, a professora entrevistou três participantes do Master Chef, o mais popular da VT brasileira. “Eram pessoas que estavam em diferentes mídias e que buscavam qualidade de vida”, pontua Amanda, chamando a atenção para a superexposição e as características do sujeito pós-moderno.
Os entrevistados de modo geral aproveitaram todo o espaço concedido pelo reality show para se exporem ainda mais nas suas mídias sociais e conseguiram lucrar com a própria imagem, anunciando produtos e serviços da mesma maneira que o programa aproveitava as ocasiões para anunciar produtos dos patrocinadores.
“Os próprios competidores tinham esse interesse”, afirma Amanda. De modo geral esses participantes têm uma vida profissional bastante instável e tentaram tirar, da fama adquirida rapidamente, um proveito também fugaz, características que a professora aponta como predominantes na sociedade contemporânea.
Abaixo, a íntegra da entrevista em vídeo:
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Natália C. Antonini
Veja mais matéria sobre Destaque
Provão Paulista incentiva estudantes da rede pública
Desde 2023, a prova seriada se tornou porta de entrada para as melhores universidades do Estado de São Paulo
Sistema de Educação ainda requer ajustes para incluir alunos PcD na educação física
Apesar dos avanços na educação, alguns profissionais ainda se sentem despreparados para lidar com esse público nas aulas
Revolução na luta contra Alzheimer: Unicamp lidera avanços com IA na inovação farmacêutica
Pesquisas inovadoras unem tecnologia e biociência na busca de tratamentos eficazes para doença neurodegenerativa
Projeto social promove atividades pedagógicas em escolas de Campinas
São pelo menos 280 jovens mobilizados nos encontros e quatro escolas que abraçam as atividades propostas
Valinhos é eleita a cidade mais segura do Brasil em 2024
Uso de tecnologia e aumento de 30% no efetivo da Guarda Civil Municipal aumentam a segurança e a qualidade de vida na cidade
Novembro Azul destaca o papel da hereditariedade no avanço do câncer de próstata
Especialista explica como o fator genético pode acelerar o câncer masculino