Destaque

Vendas de peixes devem aumentar até 50% na Semana Santa

A tradição religiosa ainda é o fator determinante para o crescimento da compra dos peixes

Por: Letícia Franco

Com a chegada da Semana Santa, celebrada pelos católicos a partir de domingo (10), os comerciantes de Campinas já esperam aumento de até 50% nas vendas de peixes, em relação ao mesmo período em 2021. Ao Digitais, eles contaram que a procura por peixes cresceu 15% desde o início da Quaresma, período de 40 dias que antecede a Páscoa.

O gerente de mercado, Fernando Frigo: “Mais quatro colaboradores para atender a demanda do período” (Foto: Arquivo pessoal)

De acordo com Fernando Frigo, gerente de mercado, a pandemia prejudicou as vendas de peixes dos últimos dois anos. “A pandemia afastou os clientes da loja, tivemos um número de consumidores muito pequeno. Além disso, a dificuldade de entrega dos fornecedores também afetou no desempenho das vendas”, disse Fernando, gerente há 30 anos em Campinas e região.

Agora com o índice alto de vacinação contra a Covid-19 – cerca de 991 mil campineiros estão com ciclo vacinal completo – e a flexibilização da pandemia, Frigo contou que as vendas na Quaresma já registraram crescimento de 15% se comparadas ao ano passado. “Já conseguimos ver o reflexo da melhora da pandemia com a grande movimentação de consumidores no mercado. A expectativa para a Semana Santa é muito boa, já foram contratados quatro colaboradores para o período”, afirmou.

As expectativas também são boas nas peixarias mais tradicionais da cidade, localizadas no Mercado Municipal. Segundo Elisangela Marques, vendedora de uma das peixarias, as vendas desde o início da Quaresma indicam que a procura na Semana Santa deve bater o recorde de 2021. “Tudo aponta para um número 50% maior do que no ano passado. Na Quaresma, já conseguimos passar a média de 60% das vendas”.

Os comerciantes disseram que os peixes frescos, como salmão, tilápia e a sardinha tradicional, são os mais procurados nessa época do ano. “Já o consumo de cavalinha e pescadinha cai bastante na Semana Santa, mesmo em com os produtos em promoção”, disse Elisângela.

Preço alto e renda em queda

Eli Borochovicius: “A tradição aquece o setor de peixaria na Páscoa” (Foto: Arquivo pessoal)

A comerciante e dona de casa, Luciane Bruno, disse que é tradição consumir peixe na Semana Santa. “Sou católica e sigo essa tradição todo ano. É quase um ritual comprar peixes e prepará-los, fui criada assim”.

Com os preços em alta, a carne bovina perde espaço no prato do brasileiro, que vê a renda diminuindo, na medida em que a pobreza aumenta. Apesar disso, o valor da carne vermelha não influencia no crescimento das vendas de peixes na Semana Santa, de acordo com o economista e professor de finanças da PUC-Campinas, Eli Borochovicius. “O consumo de peixes é alavancado, de certa forma, pela alta nos preços das carnes, mas não no período da Semana Santa. O volume deve aumentar pela tradição do consumo do peixe e não pela alta de preços da carne bovina”, disse o economista.

A comerciante e dona de casa, Luciane Bruno: “Fui criada com essa tradição” (Foto: Letícia Franco)

Outra dona de casa, Morgana Dias, também afirmou que também dá preferência aos peixes nessa época pela questão religiosa, mas que consome o alimento o ano todo. “Eu já não tenho o hábito de comer carne vermelha, então o peixe faz parte da minha rotina, e nesse período ainda mais, pois sempre procuro seguir a tradição”.

A dona de casa, Morgana Dias: “O peixe sempre foi uma ótima opção e nessa semana consumo ainda mais” (Foto: Letícia Franco)

Mesmo que a alta nos custos da carne não afete o cardápio da Semana Santa, ambas contaram que reduziram consumo em geral. “Infelizmente, está difícil acompanhar os preços da carne de boi. Hoje, dou preferência ao frango e peixe no dia a dia”, destacou Luciane.

Tradição religiosa

O consumo de peixes durante a Semana Santa, especialmente na sexta-feira, é conhecido e praticado por muitas pessoas, visto que 50% dos brasileiros são católicos, segundo pesquisa Datafolha divulgada em 2020.

Para os cristãos, a abstinência de carne simboliza o respeito ao sofrimento de Jesus para salvar os pecados da humanidade, segundo relatos da bíblia. O Código de Direito Canônico, livro que determina as regras da Igreja Católica, sugere que renunciar à carne vai além, incluindo outros atos para a prática, como jejum, que deve se estender por toda a Quaresma.

Orientação: Prof. Gilberto Roldão

Edição: Letícia Franco


Veja mais matéria sobre Destaque

Provão Paulista incentiva estudantes da rede pública


Desde 2023, a prova seriada se tornou porta de entrada para as melhores universidades do Estado de São Paulo


Sistema de Educação ainda requer ajustes para incluir alunos PcD na educação física


Apesar dos avanços na educação, alguns profissionais ainda se sentem despreparados para lidar com esse público nas aulas


Revolução na luta contra Alzheimer: Unicamp lidera avanços com IA na inovação farmacêutica


Pesquisas inovadoras unem tecnologia e biociência na busca de tratamentos eficazes para doença neurodegenerativa


Projeto social promove atividades pedagógicas em escolas de Campinas


São pelo menos 280 jovens mobilizados nos encontros e quatro escolas que abraçam as atividades propostas


Valinhos é eleita a cidade mais segura do Brasil em 2024


Uso de tecnologia e aumento de 30% no efetivo da Guarda Civil Municipal aumentam a segurança e a qualidade de vida na cidade


Novembro Azul destaca o papel da hereditariedade no avanço do câncer de próstata


Especialista explica como o fator genético pode acelerar o câncer masculino



Pesquise no digitais

Siga – nos

Leia nossas últimas notícias em qualquer uma dessas redes sociais!

Campinas e Região


Facebook

Expediente

Digitais é um produto laboratorial da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas, com publicações desenvolvidas pelos alunos nas disciplinas práticas e nos projetos experimentais para a conclusão do curso. Alunos monitores/editores de agosto a setembro de 2023: Bianca Campos Bernardes / Daniel Ribeiro dos Santos / Gabriela Fernandes Cardoso Lamas / Gabriela Moda Battaglini / Giovana Sottero / Isabela Ribeiro de Meletti / Marina de Andrade Favaro / Melyssa Kell Sousa Barbosa / Murilo Araujo Sacardi / Théo Miranda de Lima Professores responsáveis: Carlos Gilberto Roldão, Carlos A. Zanotti e Rosemary Bars.