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Os artistas e os funcionários do circo seguem a rotina mesmo mudando frequentemente de cidade
Por: Allane Moraes
Antes do espetáculo a vida das pessoas que trabalham no circo não é diferente da das outras pessoas. Elas lavam roupa, cozinham, assistem séries e se dedicam à religião. A diferença é que elas moram em trailers e estão sempre viajando. Mas para quem nasceu no circo, essa realidade é normal. Esse é o caso de Cedrik Maciel (24), equilibrista e quinta geração de artistas circenses de sua família.

Ele conta que seu trisavô era proprietário de um circo. Cedrik nasceu no circo e foi treinado por seu pai desde criança. Estreou seu primeiro número aos 10 anos, mesma idade em que abandonou os estudos por ter déficit de atenção e por preferir treinar seu número do espetáculo. Antes, trocava de escola conforme o circo mudava de cidade, graças a Lei 6.533/78 que garantia o acesso de filhos de artistas itinerantes a escolas públicas, contanto que houvesse certificado da escola de origem. Em 2012, foi proposta a Lei 3543/12 que obrigava escolas públicas e particulares a aceitarem os alunos sem exigir esse documento.
Mesmo assim, Cedrik preferiu ficar com a carreira circense. “Para mim nunca fez falta, porque eu sempre fui do circo, mas eu aprendi muito estudando a bíblia”, afirma. Ele é testemunha de Jeová. Antes da pandemia, frequentava diferentes congregações nas cidades que visitava, mas agora participa do culto virtualmente e faz a pregação ligando aleatoriamente para diferentes números de telefone. Sua rotina também envolve ensaiar e criar as roupas para ele e seus pais usarem no espetáculo.
O circo de sua família foi vendido por causa de atritos familiares. Cedrik e seus pais encontram trabalho no circo Happy Day Circus há oito meses. Apesar de não ter escolhido o número que apresenta, ele gosta de sua vida no circo. “Não é igual as pessoas da cidade que escolhem suas profissões. No circo é assim, o pai olha para o filho e diz ‘meu filho vai fazer tal coisa’. O menino ensaia sem vontade e depois vai apresentar. E você acaba gostando”.
E não são só os artistas que se encantam com o circo. A recepcionista do Happy Day Circus, Ana Luiza Gomes (18) assistiu a uma apresentação em sua cidade natal há dois meses, apaixonou-se e decidiu juntar-se à equipe. Ela deixou sua casa em Cachoeira Paulista, trancou a matrícula no cursinho pré-vestibular e mantém contato com os pais através das redes sociais. “Foi difícil me acostumar com a nova rotina, bem diferente da antiga”, conta.

Ela dorme em um quarto em uma carreta, toma banho gelado num chuveiro improvisado com uma mangueira e tem refeições diárias junto com os demais funcionários. “É um trabalho normal, só que eu moro no meu trabalho”, frisa. Uma de suas atividades rotineiras é frequentar uma academia na cidade onde está. Ana Luiza conta que, antes do Happy Day Circus, se sentia triste e era muito tímida. Agora está feliz e avalia que a rotina do circo a transformou. Sua intenção é continuar a estudar e fazer a faculdade de direito.
Um dos proprietários do circo João Pedro Arantes (25) diz que o objetivo do trabalho é levar a alegria para as pessoas. Ele e seus três irmãos abriram o Happy Day Circus com a intenção de dar acesso à cultura para todos, principalmente aqueles que não tem condição de pagar pelo ingresso. A entrada é gratuita e a renda do circo é obtida com a venda de alimentos e brinquedos durante o espetáculo.
Serviços – O Happy Day Circus fica em Campinas até o dia 24 de abril no estacionamento aberto do Shopping Unimart. Os espetáculos acontecem às 20h nas segundas, quartas, quintas e sextas, e nos sábados, domingos e feriados às 16h, 18h e 20h. Quem conseguir pode doar 1Kg de alimento não perecível que é entregue para instituição de caridade do município.
Entenda porque João e seus irmãos criaram o circo
Assista uma prévia do espetáculo
Orientação: Profa. Rose Bars
Edição: Oscar Nucci
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