Destaque
O projeto Mobiliza Campinas ajudou cerca de 30 mil pessoas em insegurança alimentar, desde o início da pandemia
Por João Chaves e Pedro Delgado
O Mobiliza Campinas distribuiu cerca de 6.500 cartões alimentação para famílias em insegurança alimentar na cidade desde o início da pandemia. O projeto foi criado para ajudar famílias que perderam suas principais fontes de renda, selecionadas através de uma parceria com as Organizações da Sociedade Civil que haviam estatísticas sobre as famílias mais vulneráveis nesse período.
A líder do programa Sílnia Nunes Martins Prado, também funcionária da Fundação FEAC, decidiu iniciar o projeto logo em março de 2020, optando por distribuir cartões monitorados com R$ 200 mensais para cada família por um período de cinco meses.
Esses recursos estavam destinados a outros projetos que não puderam entrar em ação devido a pandemia, e foram cancelados ou adiados. Com a verba disponível, o projeto Mobiliza tomou posse dos R$ 5 milhões, e que somados a mais R$ 1,3 milhões doados por pessoas físicas e jurídicas se tornaram o valor utilizado para sustentar o Mobiliza durante 2020.
Já em 2021, os recursos foram reduzidos a quase R$ 3,3 milhões, e por isso o projeto foi adaptado para a distribuição de cartões no valor de R$ 120 mensais durante quatro meses. Para 2022 o planejamento é um pouco diferente, pois apesar de fornecer auxílio para quase sete mil famílias da cidade, o objetivo é fazer com que elas se tornem menos dependentes desse auxílio.
Durante os dois anos do projeto, muitas instituições deram suas contribuições. Entre elas, a Casa de Maria de Nazaré, que segundo Nicole Pacheco, coordenadora técnica da instituição, continuarão dando suporte ao projeto, pois é uma forma de proporcionar às famílias o acesso à alimentação e higiêne. Nicole informou que aceitaram ajudar na seleção de famílias beneficiadas e na entrega dos cartões, pois acreditam que a ajuda do poder público neste momento, não supriria todas as necessidades das famílias, que mesmo antes da pandemia já viviam em extrema vulnerabilidade social. “A Casa de Maria de Nazaré e a FEAC possuem um histórico de parceria há anos. Então, para nós em nenhum momento tivemos dúvidas de que o Projeto Mobiliza faria diferença na vida da população de Campinas”.
O Mapa da Fome, elaborado pela ONU, indica que O Brasil alcançou em 2014, no último ano em que o mapa foi produzido, a marca em que menos de 2,5% da população tinha problemas de subnutrição, o que caracterizava uma evolução, mas
não dizia em geral que a população tivesse condições de uma boa alimentação todos os dias. Agora, o mapa INSAN (Mapeamento da Insegurança Alimentar) de 2016, do Ministério do Desenvolvimento Social, cerca de 200 mil pessoas encontram-se em situação de insegurança alimentar na cidade de Campinas, correspondente a 16,7% da cidade.
Esses problemas ficam mais evidentes quando a cidade apresenta um IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) de 0,805, que considera indicadores do município como a longevidade, a renda e educação. Apesar desse fator ser considerado muito alto, e ocupar a 28ª melhor posição do índice no país, segundo pesquisa de 2010 do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, demonstram que a cidade tem recursos, mas tem problemas em relação à distribuição de maneira igualitária.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, aproximadamente 35 mil famílias foram beneficiadas em Campinas com o Bolsa Família, em 2019. O projeto chegou ao seu fim para ser substituído pelo Auxílio Brasil, no dia 29 de outubro de 2021, e se iniciou em 17 de novembro, atendendo cerca de 14,6 milhões de famílias brasileiras. O valor de R$ 217,18 no primeiro mês, maior que os R$ 191 do programa anterior, e deve alcançar a marca de R$ 400 a partir de dezembro.
Buscando erradicar a fome até 2030, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação ou FAO (uma das agências da ONU), divulgou uma lista com ações que devem ajudar a alcançar esse objetivo. A primeira é não desperdiçar comida, podendo reaproveitar sobras ou evitar que muitos alimentos sejam deixados prontos para depois com o risco de serem desperdiçados. Outra ação consiste em buscar maneiras de evoluir a agricultura para que seja possível produzir maiores quantidades em menores espaços, aumentando assim as colheitas, e defender o projeto da #FomeZero.
Serviços – As doações são abertas e os depósitos através de pix pelo número (19) 98301-0041, por pagseguro, ou por transferência e depósito para o banco Bradesco. Para saber mais, é possível acessar o site https://feac.org.br/mobilizacampinas/
Orientação: Prof.ª Rosemary Bars
Edição: Letícia Almeida
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