Destaque

Torcedores do Guarani relatam frustração vivida na série B

Bugre chegou perto de acesso à elite do futebol nacional, mas tropeçou em casa e seguirá no calvário de dez anos


Torcida do Guarani lotou o Brinco de Ouro em jogo diante do Goiás (Foto: Thomaz Marostegan/Guarani FC)

Por André Galassi e Bruno Costa

Ainda com esperanças remotas de acesso para a elite do futebol brasileiro antes da bola rolar, o Guarani


empatou em 2 a 2 com o Botafogo na tarde deste último domingo (28) e deu adeus a esperança de frequentar o Campeonato Brasileiro da Série A em 2022. Ronaldo Alves e Lucão do Break marcaram para o Bugre, enquanto Marco Antônio e Rafael Navarro anotaram os tentos do Fogão.

Fechando o torneio na sexta colocação com 60 pontos ganhos, a equipe de Campinas alcança sua melhor pontuação desde o último rebaixamento ao segundo escalão do futebol brasileiro, mas segue sem conseguir voltar ao Brasileirão, onde esteve pela última vez em 2011. Ao todo, foram 16 vitórias, 12 empates e 10 derrotas, com 54 gols marcados e 41 sofridos.

Com um descenso para a Série C ao longo da última década, o ano de 2021 marcou o retorno da equipe na briga para voltar ao lugar que sempre pertenceu. Na edição com mais vencedores nacionais na Segunda Divisão, o time campineiro digladiou ao lado de Vasco, Botafogo, Cruzeiro e Coritiba, todos com títulos da Série A no prateleira.  

Com o equilíbrio do Campeonato Brasileiro, o Bugre chegou vivo na disputa por uma vaga na elite nas últimas rodadas da competição. No entanto, com a amarga derrota por 2 a 0 diante do Goiás, no Brinco de Ouro, na 37ª rodada, o escrete treinado por Daniel Paulista desceu da terceira para a sétima colocação, tirando praticamente todas as chances de ascensão.

A derrota não apenas inibiu as chances do Guarani como também garantiu o Goiás na Série A do Campeonato Brasileiro de 2022. Precisando vencer o Botafogo na 38ª rodada e torcendo por uma combinação improvável de quatro resultados, o Bugre não passou da igualdade com o Fogão e viu o Avaí comemorar a vaga para a elite do futebol brasileiro.

Presente no Brinco de Ouro no revés diante do time goiano, o torcedor Nivaldo Santos conversou com o Portal Digitais destacando o que faltou para a equipe vencer a partida que poderia encaminhar o acesso. “Temos que ver que o Goiás tem uma estrutura hoje melhor do que o Guarani. Paga salários maiores e tem melhor estrutura. Existe todo um trabalho por trás. Por parte da comissão técnica, o Guarani deixou a desejar”, destacou Nivaldo Santos.

Após a sequência negativa, o adeus ao sonho do acesso e consequentemente o final do campeonato, a torcida bugrina vive o drama de bater na trave para retornar ao degrau mais alto do certame nacional. Frustrados com a oscilação da equipe que passou as 38 rodadas brigando pelas quatro primeiras colocações, os adeptos ainda buscam explicações do que deu errado nos últimos jogos para impedir a consagração da equipe.

Para Nivaldo, o sentimento gera em torno da decepção de uma temporada de altos e baixos do clube campeão do Brasileirão de 1978. 

“Sentimento é de frustração total. Acompanhamos a equipe e os comentários esportivos sempre que possível e isso gera em nós uma expectativa. Muito altos e baixos na temporada em um campeonato tão equilibrado, não podemos perder pontos assim. Sentimento total de frustração, já que a expectativa no coração estava programada a subida”, completou o torcedor.


Lucão do Break foi o destaque do Guarani na Série B (Foto: Thomaz Marostegan/Guarani FC)

Garantido no Campeonato Brasileiro da Série B em 2022 e no Paulista, o Bugre planeja o futuro após o término do campeonato nacional. Eliminado nas quartas de finais pelo Mirassol na última edição do Paulistão, o clube tem como meta repetir a colocação no próximo estadual. Na edição de 2022, a equipe divide grupo com Corinthians, Inter de Limeira e Água Santa.

Aos olhos do torcedor Adilson Júnior, o futuro é de expectativa para dias melhores. Com boa administração e a venda do Brinco de Ouro, o torcedor acredita que reforços pontuais podem significar melhora no quadro da equipe. “O clube passou a ser bem administrado, apesar de não ter conseguido conquistar o acesso esse ano. Está passando por um processo de reconstrução, teve a venda do estádio e o time está caminhando. Para conseguir o acesso vai precisar de reforços no atual elenco, principalmente contratar mais atacantes. Fora que precisa ser mais decisivo em alguns jogos considerados chave”, declarou Adilson.

Sem data oficializada para retornar aos gramados, a equipe de Daniel Paulista ganhará cerca de 40 dias de férias antes de se reapresentar para a temporada de 2022. Com início previsto para o dia 26 de janeiro, o estadual representa o início do ano para o clube, que deverá ganhar reforços pontuais para manter a competitividade para o próximo ciclo.

Orientação: Profª  Amanda Artioli

Edição: Letícia Almeida


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