Destaque
O mercado vê com otimismo o crescimento no número de estabelecimentos que comercializam produtos de segunda mão
Por: Luís Felipe Buzzetti e Marina Fávaro
Somada à consciência sustentável e social, a crise da pandemia de Covid-19 influenciou a ascensão dos brechós. Conforme o levantamento realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a abertura de estabelecimentos que comercializam produtos de segunda mão registrou um crescimento de 48,58%, entre os primeiros semestres de 2020 e 2021.
Para a analista de negócios do Sebrae-SP, Giovana Paschoalotto, esse crescimento é benéfico para o mercado porque cria a oportunidade de renda para pessoas que não conseguiriam ter acesso a realizar a abertura de um comércio de produtos novos devido à quantidade de capital investido. Segundo ela, a pandemia de Covid-19 influenciou a expansão desse setor na sociedade porque as pessoas perderam o poder aquisitivo e buscaram economizar na compra de alguns bens, entre eles, as vestimentas. Além disso, ela diz que há a vertente da conscientização em relação ao consumo sustentável, pois “uma vez que você faz a compra de produtos de segunda mão, você também está economizando recursos hídricos, energéticos e materiais”.
A jornalista especializada em moda, Raíssa Zogbi, diz que a moda sustentável, em oposição ao fast-fashion, busca trazer ações, processos e formas de produção que reduzam os impactos e prejuízos ambientais. Paralelamente a isso, afirma Raíssa, a moda consciente se dedica a melhorar as condições de trabalho, que muitas vezes são análogas à escravidão, ao longo da cadeia produtiva. Ela ainda ressalta que “quando a gente fala de moda, a gente está falando de sociedade, de história, de economia e de política. Eu costumo dizer que a moda é um reflexo da sociedade e um reflexo do espírito do tempo”. Nesse cenário, afirma, “os brechós são uma opção democrática e acessível de consumo de uma moda consciente e sustentável”.
A Trend2Box, localizada em Jundiaí-SP, foi criada em 2018 e, posteriormente, se tornou o primeiro brechó em shopping do Brasil. A proprietária e consumidora de produtos de segunda mão, Carol Abumrad, diz que quando decidiu empreender nesse segmento considerou os aspectos da sustentabilidade e da moda consciente, uma vez que se preocupa com o fato de que a indústria da moda está entre as mais poluentes do cenário mundial.
As proprietárias do Siciliano Brechó Lívia Visnardi e Roberta Visnardi, também consumidoras de brechó, decidiram criar o empreendimento de modo online com a finalidade de alcançar um maior público. Incentivadas pela família a cultivar a sustentabilidade, Lívia revela que além da preocupação ambiental, elas também criaram o brechó devido à pandemia de Covid-19, visto que decidiram investir em um segmento em crescimento no mercado.
A estudante Júlia Braghetto é a prova da popularização dos brechós na sociedade. Ela começou a comprar nesses estabelecimentos devido à uma tradição de família e, hoje, acredita que obter peças de segunda mão diminuem os impactos ambientais causados pela indústria de roupas. A consciência sustentável também influenciou a jornalista Vitória Zane que começou a comprar em brechós antes mesmo da pandemia, ela diz que não gosta dessa pressão em seguir as tendências, para ela, “tudo é muito cíclico”.
Orientação: Profª Rosemary Bars
Edição: Letícia Almeida
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