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As escolas da rede pública têm trabalhado para um retorno inclusivo e seguro
Por Eloísa Bressan e Marcela Peixoto
Após cerca de 20 meses com aulas remotas, o governo do estado de São Paulo autorizou o retorno das aulas presenciais para os alunos da rede pública. Com a retomada em agosto, pais e funcionários das escolas apontaram melhorias na qualidade do ensino, mas ainda sentem as consequências da pandemia na vida acadêmica de seus filhos e alunos.
A decisão do governo gerou polêmica, muitos pais e responsáveis se preocuparam com a segurança de seus filhos em relação a retomada presencial das aulas. No entanto, o rendimento escolar dos alunos da rede pública decaiu em 80% durante a pandemia, de acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Ensino e Pesquisa (Insper). Dessa forma, a retomada das aulas presenciais se mostrou mais benéfica para os pais e principalmente, para os alunos.
Ana Paula Tulio, mãe de Matheus, estudante da Escola Estadual Geraldo Enéas de Campos, em Indaiatuba, afirmou que a qualidade do ensino durante a quarentena foi muito pior do que comparada à vida antes da pandemia. “O conteúdo fica bem mais difícil de ser entendido, principalmente em matemática”, aponta a mãe.
Contudo, para Ana Paula, as escolas se mostraram mais solicitas para ajudar com as dificuldades do ensino remoto. “Os alunos que não conseguem acompanhar o conteúdo recebem um comunicado e são chamados para fazer as atividades na escola”, afirma Ana Paula. “O governo disponibilizou chips de celular para as aulas remotas se alguém precisasse”, complementa.
A diretora Luciana Márcia, que trabalha na escola Carlos Alberto Galhiego em Campinas, diz que as aulas para quem está presencial e para quem optou por continuar em casa são simultâneas, e ficam gravadas para que eles possam assistir depois. Luciana enfatiza também que para aqueles que optaram pelo ensino remoto, mas não possuem um dispositivo eletrônico em casa, a escola disponibiliza sala de informática para os alunos realizarem as atividades online.
Luciana diz também que todos os protocolos de saúde estão sendo realizados pela escola. “As medidas de segurança em relação ao COVID são respeitadas por todos: funcionários, professores e alunos. Monitoramos para que de fato sejam cumpridos os protocolos”, afirma.
Já no âmbito social, a pedagoga e professora Karen Cristina acredita que o ensino remoto não contempla 100% das necessidades para o desenvolvimento do ser humano. Na opinião da pedagoga, para o ensino e a aprendizagem, o aluno necessita de interação e socialização com outros alunos, cenário impossibilitado pela pandemia.
Karen acrescenta que o rendimento dos alunos durante a pandemia pode variar. “Foi bom para os alunos que tiveram um apoio familiar e se sentiram motivados. Já para aqueles que não tiveram suporte familiar e nem recursos necessários, infelizmente não atingiram as expectativas desejadas”, finaliza.
Infográfico a respeito das aulas presencias nas escolas públicas:
Orientação: Prof. Gilberto Roldão
Edição: Marcela Peixoto
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