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Evento ocorre nesta sexta (27), em Piracicaba, com organização de Gabriel Ávila e Cris Mendes

Por: Gleysiane Clemente
A primeira edição do projeto Mostra Prata da Casa acontece nesta sexta-feira (27) a partir das 13h no Teatro Erotídes de Campos, no Parque Engenho Central, em Piracicaba (SP).
O projeto, que busca resgatar a valorização do cinema independente e interiorano, exibe seis curtas-metragens que foram produzidos na cidade nos últimos anos e ganharam destaque no Brasil e no mundo.
Logo após a exibição dos filmes, o evento promove uma roda de conversa e debates com os realizadores para aproximar espectadores e produtores. A mostra é totalmente gratuita e segue os protocolos de segurança sanitária do Plano São Paulo contra a Covid-19.

O espetáculo exibe seis curtas-metragens idealizados por diretores independentes e universitários que abordam questões como a luta por equidade de gênero e classes sociais, a rotina de crianças soropositivas, transtornos mentais e a temática LGBTQIA+. São eles: “Um Beijo para Sofia” (Calleb Jangrossi); “Crisálida” (Felipe Amaral/Gabriela Torres); “Pôr do Sol em Dias Nublados” (Eduardo Martins); “Volume Morto” (Kit Menezes); “Estranho Ímpar” (Beto Oliveira); e “A Fantástica Fábrica de Sonhos” (Mario Bregieira).
O estudante de cinema e audiovisual Eduardo Martins estará na Mostra com o curta “Pôr do Sol em Dias Nublados”. O filme conta a história de Leonardo, que descobre o que é o amor ao se relacionar com um rapaz mais velho. Martins diz que a principal dificuldade no cinema independente é a captação de recursos.
“Na falta de apoio no que diz respeito a questões orçamentárias, é necessário recorrer à rifas populares e financiamentos coletivos, ainda mais quando falamos de produções feitas no interior, onde os recursos são ainda mais escassos”, diz o produtor.
Martins também afirma que, além da falta de incentivo, o governo é negligente com o cinema independente e do interior. “Com o desmanche artístico-cultural que o governo atual promoveu no Brasil nos últimos anos, a negligência com a Cinemateca Brasileira as produções independentes aqui do interior contam com o apoio de pessoas do próprio meio cultural para sobreviver”, conclui.
“Volume Morto”, outro trabalho inscrito, é ambientado em 2014, época em que o sudeste do país viveu uma crise hídrica, e conta a história de duas mulheres já maduras que vendem água nas ruas e acessam seu próprio volume morto para sobreviver.

A diretora Kit Menezes diz que “aqui a gente tem um agravante a mais, que é a falta de incentivo. Mas o cinema independente sempre foi, de certa maneira, marginalizado. Está no nome, né?, independente”.
Para Kit, ser uma diretora independente mulher é um grande desafio. “O desafio é imenso, porque faltam políticas públicas, falta entender que há uma categoria de gênero que é mais ignorada ainda. É um acreditar diário que exige, além de busca por verbas, muito afeto e cuidado para acontecer”.
O evento desta sexta-feira conta com o apoio de produtores e artistas locais, como Beatriz Ferraz e Marco Esconhoela. O projeto é contemplado no edital de Mostras e Festivais da Lei Aldir Blanc, que apoia o setor cultural após o impacto negativo causado pela pandemia do coronavírus.
Os organizadores Cris Mendes e Gabriel Ávila afirmam que a categoria de produtores independentes precisa ser vista e lembrada na região, o que não acontece no cenário nacional. “As grandes distribuidoras não se interessam por essas obras. Essa é uma grande barreira que o cinema independente encontra para chegar ao público geral”, diz Cris Mendes.
Ao avaliar o evento, Cris afirma que “são por essas vias que muitas vezes são reveladas grandes obras e grandes cineastas, criando oportunidade para tais”.
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Fernanda Almeida
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