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Lixo espacial preocupa agência brasileira, aponta seminário

Rodrigo Leonardi: volume de detritos cresceu com iniciativa privada entrando no setor

Por Beatriz Cezar

O coordenador do programa de satélites e aplicações da Agência Espacial Brasileira (AEB), Rodrigo Leonardi, disse ontem que o crescimento da participação da iniciativa privada destinada à explorações do espaço aumentou o volume de lixo espacial presente na órbita terrestre. O fenômeno compromete a segurança de satélites operacionais, que ficam sujeitos a colisões que podem interromper serviços de telecomunicação e levar a enormes prejuízos financeiros.

De acordo com Leonardi – que participou de seminário nesta quinta-feira (26) para debater a exploração do espaço extraterrestre – o problema deverá aumentar devido a presença de novas corporações atuando na área, derivadas do New Space System, empresa privada destinada à construção de naves e satélites espaciais.


O astrofísico Rodrigo Leonardi: “A curto prazo, ainda não vi uma solução” (Imagem: YouTube)

Segundo o pesquisador, a exploração espacial responde, antes de tudo, ao desejo e interesse humano de ultrapassar limites e encarar desafios, o que explica a ida à lua e, eventualmente, ao planeta Marte. Projetos dessa natureza têm promovido constante aumento de lixo espacial – componentes de lançamento ou sistemas obsoletos – levando ao “superpovoamento” da órbita terrestre.

O chamado “lixo espacial”, também conhecido por “detritos espaciais” ou “resíduos espaciais”, são todos os objetos de origem humana que foram lançados ao espaço e perderam a sua utilidade. Em outros termos, como pontua a astrofísica, são mais conhecidos por “perder a vida útil” e, consequentemente, permanecerem vagando sobre a órbita terrestre baixa, em altitudes que vão de 500 a 1.500 km da Terra.

“O Brasil não é o principal contribuidor para o problema, porém debate com seus pares as soluções”, disse o astrofísico Leonardi no seminário virtual levado ao ar pelo canal TV Folha no YouTube. Participaram do evento o astronauta Charles Duke, da Apollo 16; Gustavo Silbert, diretor-executivo da Embratel; Marcelle Soares-Santos, pesquisadora do Fermi National Accelerator Laboratory (EUA); e Salvador Nogueira, criador do blog “Mensageiro Sideral”, hospedado na Folha de S. Paulo.

Ao longo de 65 anos desde o lançamento do primeiro satélite a orbitar a Terra, o Sputnik 1, a humanidade presenciou o lançamento de outros 11 mil artefatos enviados para o espaço, o que leva a uma média de 2 por dia. O Brasil está presente em iniciativas desta natureza, tendo lançado em 2014 e 2019 dois objetos destinados à telecomunicação e, em 2021, com o lançamento do Amazônia-1, cuja função é monitorar o desmatamento da região amazônica.

Leonardi disse que o Brasil, durante as operações de lançamentos de satélites, utiliza-se da premissa do “uso responsável do espaço”. A estratégia consiste no descarte adequado de seus objetos – o lixo espacial – após seus 4 anos de vida útil, podendo ocorrer a sua reentrada na atmosfera terrestre ou o encaminhamento para uma órbita distante da Terra, liberando o espaço orbital.

O coordenador de programas da Agência Espacial Brasileira enfatizou que, para a solução do problema, as nações deveriam “buscar soluções viáveis para minimizar a questão dos detritos espaciais”. Com o aumento do trânsito e da demanda de novos objetos exploradores do espaço, o cientista conclama para soluções rápidas e satisfatórias. “A curto prazo, porém, ainda não vi uma solução que seja satisfatória para todos”, disse ele.

Aqui, acesso ao webinário Por que explorar o espaço?

Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti

Edição: Fernanda Almeida


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