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Cineasta propõe audiovisual para conter crise climática

Fernando Meirelles disse acreditar que o cinema pode aumentar a consciencialização da população

Meirelles, no Café Filosófico: “O trabalho agora é de jornalistas e cineastas” (Imagem: YouTube)

Por: Vitória Landgraf

Com a interferência humana provocando cada vez mais o aumento da temperatura do planeta e, consequentemente, gerando eventos climáticos extremos ao redor do mundo, o cinema se tornou uma ferramenta indispensável de informação para a conscientização da sociedade. A afirmação é do cineasta e ativista brasileiro Fernando Meirelles, em conversa com o neurocientista Álvaro Machado Dias, professor adjunto da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), transmitida ao vivo, nesta terça-feira (10), no programa Café Filosófico, promovido pela CPFL-Campinas.

Diretor e produtor de filmes como Cidade de Deus, Ensaio sobre a Cegueira, O Jardineiro Fiel e Dois Papas, o cineasta Fernando Meirelles contou que o seu próximo projeto tratará das mudanças climáticas de uma maneira simples e acessível. O cineasta, que disse estar “obcecado” pelo tema, pretende trazer uma história a partir do ponto de vista dos adolescentes, que – segundo ele – são os verdadeiros prejudicados com a destruição do meio ambiente. “Serão 5 personagens ao redor do mundo e são pessoas que já estão vivendo a crise do clima. Essas histórias vão se articulando e, assim, a gente tenta mostrar ao mundo o que essa molecada vai receber no futuro”, explicou Meirelles.

Ao falar do longa-metragem “Ensaio sobre a Cegueira” – baseado no aclamado romance homônimo do escritor português José Saramago – Fernando Meirelles fez uma analogia sobre o enredo da obra e as ações das pessoas frente às mudanças climáticas. Segundo Meirelles, assim como no filme, em que a cegueira ilustra uma metáfora social para representar a alienação do homem em relação a assuntos referentes a ele mesmo, as pessoas continuam não querendo enxergar as consequências da interferência humana na natureza.

“Eu quis fazer esse filme justamente pela crise ambiental, nem tanto climática. Já no fim dos anos 90, eu tinha uma nítida associação que isso [destruição do meio ambiente] não daria certo. Nós já tínhamos estudos a respeito, mas ninguém falava nada, existia uma cegueira na sociedade”, ponderou ele.

“Conteúdo é o novo petróleo”, observou o professor Álvaro Machado Dias ao apontar o cinema como fonte de informação que pode influenciar diretamente as percepções e concepções do público. 

Para Meirelles, os filmes, em particular, são parte fundamental da narrativa de cada época e têm-se mostrado muito importante no debate ambiental. Ele também alertou para o papel dos profissionais de comunicação na luta pela conscientização da população.

“A ciência já falou tudo sobre clima, já está tudo exposto. O trabalho agora é de jornalistas e cineastas contarem e fazerem as pessoas entenderem o problema”, destacou ele.

Aqui, acesso ao Café Filosófico “O controle do artista sobre a sua obra” 

Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti

Edição: Beatriz Mota


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