Destaque
Fernando Meirelles disse acreditar que o cinema pode aumentar a consciencialização da população
Por: Vitória Landgraf
Com a interferência humana provocando cada vez mais o aumento da temperatura do planeta e, consequentemente, gerando eventos climáticos extremos ao redor do mundo, o cinema se tornou uma ferramenta indispensável de informação para a conscientização da sociedade. A afirmação é do cineasta e ativista brasileiro Fernando Meirelles, em conversa com o neurocientista Álvaro Machado Dias, professor adjunto da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), transmitida ao vivo, nesta terça-feira (10), no programa Café Filosófico, promovido pela CPFL-Campinas.
Diretor e produtor de filmes como Cidade de Deus, Ensaio sobre a Cegueira, O Jardineiro Fiel e Dois Papas, o cineasta Fernando Meirelles contou que o seu próximo projeto tratará das mudanças climáticas de uma maneira simples e acessível. O cineasta, que disse estar “obcecado” pelo tema, pretende trazer uma história a partir do ponto de vista dos adolescentes, que – segundo ele – são os verdadeiros prejudicados com a destruição do meio ambiente. “Serão 5 personagens ao redor do mundo e são pessoas que já estão vivendo a crise do clima. Essas histórias vão se articulando e, assim, a gente tenta mostrar ao mundo o que essa molecada vai receber no futuro”, explicou Meirelles.
Ao falar do longa-metragem “Ensaio sobre a Cegueira” – baseado no aclamado romance homônimo do escritor português José Saramago – Fernando Meirelles fez uma analogia sobre o enredo da obra e as ações das pessoas frente às mudanças climáticas. Segundo Meirelles, assim como no filme, em que a cegueira ilustra uma metáfora social para representar a alienação do homem em relação a assuntos referentes a ele mesmo, as pessoas continuam não querendo enxergar as consequências da interferência humana na natureza.
“Eu quis fazer esse filme justamente pela crise ambiental, nem tanto climática. Já no fim dos anos 90, eu tinha uma nítida associação que isso [destruição do meio ambiente] não daria certo. Nós já tínhamos estudos a respeito, mas ninguém falava nada, existia uma cegueira na sociedade”, ponderou ele.
“Conteúdo é o novo petróleo”, observou o professor Álvaro Machado Dias ao apontar o cinema como fonte de informação que pode influenciar diretamente as percepções e concepções do público.
Para Meirelles, os filmes, em particular, são parte fundamental da narrativa de cada época e têm-se mostrado muito importante no debate ambiental. Ele também alertou para o papel dos profissionais de comunicação na luta pela conscientização da população.
“A ciência já falou tudo sobre clima, já está tudo exposto. O trabalho agora é de jornalistas e cineastas contarem e fazerem as pessoas entenderem o problema”, destacou ele.
Aqui, acesso ao Café Filosófico “O controle do artista sobre a sua obra”
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Beatriz Mota
Veja mais matéria sobre Destaque
Sistema de Educação ainda requer ajustes para incluir alunos PcD na educação física
Apesar dos avanços na educação, alguns profissionais ainda se sentem despreparados para lidar com esse público nas aulas
Revolução na luta contra Alzheimer: Unicamp lidera avanços com IA na inovação farmacêutica
Pesquisas inovadoras unem tecnologia e biociência na busca de tratamentos eficazes para doença neurodegenerativa
Projeto social promove atividades pedagógicas em escolas de Campinas
São pelo menos 280 jovens mobilizados nos encontros e quatro escolas que abraçam as atividades propostas
Valinhos é eleita a cidade mais segura do Brasil em 2024
Uso de tecnologia e aumento de 30% no efetivo da Guarda Civil Municipal aumentam a segurança e a qualidade de vida na cidade
Novembro Azul destaca o papel da hereditariedade no avanço do câncer de próstata
Especialista explica como o fator genético pode acelerar o câncer masculino
Dustin Lynch estreia no Brasil com Fernando & Sorocaba
Estrela do country comemorou o lançamento de feat com a dupla sertaneja no Rodeio de Jaguariúna