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Cresce mercado para cuidadores de idosos

Há 25 anos na profissão, Eliane Prado ganhou mais segurança quando fez cursos de capacitação

Eliane Prado: “Graças a um curso, pude realizar os primeiros socorros em uma senhora para quem eu trabalhava” (Imagem: Acervo Pessoal)

Por Fernanda Santos

Uma das profissões que mais cresce hoje no Brasil é a de cuidadores de idosos. Segundo dados do Ministério do Trabalho divulgados no final de 2018, houve um aumento de 547% no número de cuidadores de idosos no país comparado ao ano anterior. O salto foi gigante: de 5.263 cuidadores registrados em 2007 para 36.720 cuidadores em 2018, o que torna a profissão uma das que mais cresceu no país nos últimos anos. 

O aumento na atividade de cuidador de idoso é o resultado do crescimento da população idosa no Brasil, hoje estimada em quase 30 milhões pessoas. Esse número vem se ampliando nos últimos anos, segundo o IBGE. Até 2018, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Características dos Moradores e Domicílios, houve um acréscimo de mais 4,8 milhões de pessoas idosas no país. Em 2012, a população com 60 anos ou mais era de 25,4 milhões.

Este cenário favoreceu a expansão da atividade de cuidadores de idosos. Para a cientista social Stela Godoi, professora da PUC-Campinas, “até pouco tempo atrás o perfil do cuidador era basicamente de pessoas próximas ao idoso, predominantemente do sexo feminino e que trabalhava na casa. Com o constante avanço da sociedade, hoje as mulheres saem para trabalhar e já não podem mais se dedicar exclusivamente a essa função”.

O profissional que se habilita a cuidar de idosos deve aprender a identificar os principais sinais de doenças comuns na velhice e estar sempre atento a qualquer risco que o ambiente externo possa proporcionar aos idosos, e saber como agir caso necessitem de primeiros socorros. O envelhecimento, na maioria das vezes, traz consigo diversos impactos à saúde, como a redução de mobilidade, maior risco de doenças crônicas, maior propensão a demências e perda de visão, problemas típicos dessa etapa da vida.

Valéria Aparecida Gonçalves é cuidadora de idosos desde os 13 anos: “Comecei cuidando do meu avô” (Foto: Acervo Pessoal)

Valéria Aparecida Gonçalves, de 59 anos, exerce a profissão de cuidadora de idosos desde os seus 13 anos. “Comecei cuidando do meu avô, depois do meu pai e assim comecei a trabalhar. Cuidava de parentes de amigas próximas, de familiares, e assim foi. Hoje eu vivo disso e gosto muito do que faço”, diz. Valéria conta que conseguiu mais oportunidades de trabalho após fazer cursos profissionalizantes na área.

Para atender os idosos com segurança, a cuidadora Eliane Prado teve que aprender a lidar com os problemas que acometem essa faixa etária. “Graças a um curso, pude realizar os primeiros socorros em uma senhora para quem eu trabalhava até a chegada da ambulância. O curso me deu muita segurança”, afirmou a cuidadora, que há 25 anos trabalha na área.

Políticas públicas

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), idoso é todo indivíduo com 60 anos ou mais. Seguindo uma tendência mundial, a população de idosos vem crescendo no Brasil e o aumento se deve, entre outros fatores, a melhorias nas condições de saúde dos idosos e à queda na taxa de fecundidade, que é um outro fenômeno mundial.

No Brasil, os direitos dos idosos são regulamentados pela Política Nacional do Idoso e o Estatuto do Idoso, sancionados em 1994 e em 2003, respectivamente. Segundo a professora Stela Godoi, ainda faltam políticas públicas que reforcem a ideia do cuidado aos idosos no Brasil. Ampliar programas de atenção ao idoso é considerado por ela extremamente importante para manter a qualidade do serviço prestado ao idoso e também para garantir a profissão do cuidador.

Orientação: Profa. Cecília Toledo

Edição: Oscar Nucci


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