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Paolla quer palco virtual para focar direitos humanos

Vereadora lidera plano que assegure vida digna a todo cidadão que reside em Campinas                                              

 

A vereadora Paolla (PT): “O que queremos é o mínimo de dignidade na vida,
como sair de casa sem medo de ser atacado na rua” (Imagem: YouTube)

 

Por: Vitória Landgraf

Eleita para o mandato que começou em janeiro deste ano, a vereadora Paolla Miguel, 30 anos, pretende deixar como legado de sua passagem pela Câmara de Campinas um plano que assegure aos cidadãos do município os direitos mínimos apontados na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT), Paolla é presidente da Comissão Permanente de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania de Campinas.

“Há situações que eu não vivo, que os vereadores não vivem”, explicou a parlamentar em entrevista ao Digitais ao justificar a abertura de canais específicos com a população campineira para recolher reivindicações que escapam ao radar dos representantes do Legislativo local. Em um primeiro momento, ela pensa em criar “palcos virtuais” para incrementar a participação popular, o que evitaria deslocamentos e protegeria contra a propagação do coronavírus.

 “O papel do vereador é transformar em lei as demandas específicas das comunidades locais”, afirmou.

Paolla disse reconhecer as limitações que a legislação impõe ao vereador e ao Executivo municipal para atender demandas que impliquem em gastos para o poder público. “Por isso, temos que trazer para o debate o Executivo, o Legislativo e setores da sociedade civil”, afirmou. 

De acordo com a vereadora, o município apresenta problemas que precisam ter encaminhamento urgente, alguns dos quais não impõem gastos. Entre os primeiros, ela citou a construção de moradias, asfaltamento de ruas ou redimensionamento de linhas de ônibus. Entre os outros, mencionou o combate ao racismo estrutural que torna a população negra mais vulnerável nas abordagens policiais.

“As ditas minorias, que em alguns casos nem são minorias, precisam ter seus direitos assegurados”, disse Paolla ao afirmar que a defesa dos direitos humanos – ao contrário do que pensa uma parte da população – não significa “defender bandidos”. “O que queremos é o mínimo de dignidade na vida, como sair de casa sem medo de ser atacado na rua”.

Paolla conta que vem ampliando o debate sobre direitos humanos a fim de esclarecer para a comunidade a real necessidade da construção de um plano municipal com este objetivo. “As pessoas não conseguem entender. Por isso, o meu papel nesta comissão é fomentar o diálogo e, justamente, mostrar à população que os direitos são para todos”. 

Segundo afirmou a vereadora, os direitos humanos já pressupõem, nos dias de hoje, cuidar melhor do planeta, o que obriga também a pensar na reciclagem do lixo ou no consumo consciente dos recursos naturais. “Isso reflete no futuro, precisamos falar sobre meio ambiente e desse país poluído”.

Aqui, acesso à entrevista completa com Paolla Miguel.

Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Beatriz Mota


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