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Profissionais apontam dados ainda mais preocupantes que os mostrados em pesquisas
Por Felipe Eduardo Costa
Camila afirma que antes do começo da pandemia pacientes em crise de ansiedade representavam cerca de 50% da sua clientela e agora, 80%. A situação não é diferente com Fernanda Ferracini que é psicóloga em consultório particular de Jundiaí e clínica escolar na rede municipal de Campo Limpo Paulista. Ela relatou que nesse mesmo período recebeu um aumento na procura de 60% em relação ao período pré-pandemia de casos também relacionados com a ansiedade e seus pacientes jovens relatam falta de concentração.
Segundo Fernanda Oliveira, a ansiedade representa atualmente 49% dos casos atendidos por ela. Além disso, a psicóloga que atua no Núcleo de Apoio à Aprendizagem da Prefeitura de Jundiaí destacou que o sono, a má alimentação e a falta de concentração são outros transtornos frequentes.
Outras causas apontadas por Fernanda Ferracini são o medo da morte, de perda de entes queridos, do emprego e do contágio. “O medo nunca é positivo, embora seja necessário, porém em certo ponto passa a ser patológico” afirma.
Dentro de casa também há a confusão do ambiente familiar com de trabalho, o que segundo a Camila contribui para a perda de concentração, perda de produtividade e consequente ansiedade. Essa visão também é partilhada por Fernanda Oliveira. “Nós não temos mais uma rotina regrada com horários e nós podemos acordar e ir trabalhar ou para a aula e fazermos tudo no mesmo cômodo muitas vezes atrapalhando o sono. A razão desse transtorno está no fato que o cérebro interpretava o quarto, por exemplo, como local de descanso”, alerta.
Outra fonte de preocupação para as psicólogas é falta de socialização e interação que os jovens estão tendo nesse contexto de isolamento, pois é na adolescência que se dá a formação de grupos e identidades. Diante desse cenário esses adolescentes muitas vezes perdem o contato com o seu círculo de amizades ou se focam em relações virtuais o que pode trazer um prejuízo no futuro na capacidade de construir seus relacionamentos.
Orientação: Prof. Gilberto Roldão
Edição: Luiz Oliveira
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