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Estudo comparou estudantes do Brasil com outros 21 países durante a pandemia
Por Sofia Pontes
O Brasil celebra o 07 de abril, Dia Mundial da Saúde, com uma média diária de 2.710 mortes em consequência da Covid 19, assumindo a liderança global em números de mortes diárias. O país já ultrapassou o número de óbitos de continentes como a Ásia, segundo dados levantados pelo “Our World in Data”, pesquisa realizada pela Universidade de Oxford, divulgada em 20 de março.
Uma das consequências da profunda crise vivenciada no país são os impactos causados diretamente na saúde mental de toda a população, principalmente dos estudantes. Um estudo feito no começo de 2021 pela Companhia de Tecnologia Estudantil Americana (Chegg.org) aponta que o jovem universitário brasileiro é o que teve a taxa de saúde mental mais afetada na pandemia, em comparação a estudantes de outros 21 países.
Os jovens analisados pela pesquisa são de 18 a 21 anos, período que a maioria termina o ensino médio e dá início a vida acadêmica nas universidades. Segundo a psicóloga Bárbara Dalcanale, 44, houve um aumento sigbrasinificativo na busca por sessões de terapia pelo público jovem desde que a pandemia começou e os motivos podem ser dos mais variados. “As três questões que mais aparecem são quadros de ansiedade, síndrome do pânico e depressão pela situação da pandemia”, e completa: “Ansiedade por conta do futuro, do trabalho, medo da doença e de como vai ser depois que a pandemia acabar e se irá acabar”.
Ainda segundo Bárbara, o estudo e trabalho em home office colabora para o aumento de estresse e ansiedade em universitários, já que tudo é realizado em um só ambiente: “Ele (estudo online) e o home office demandam uma energia, atenção e disciplina muito grande, isso acaba gerando um estresse enorme e uma sensação de impotência”. Quem já apresentava quadros de ansiedade e depressão também acabou sendo prejudicado, agora que a situação da pandemia acarretou uma piora na saúde mental, comenta a psicóloga.
As sensações apontadas pela psicóloga é o que vem ocorrendo com a estudante de Física da UFSCAR, Maria Rita Guimarães, 19. A rotina de estudos e à distância afetou bastante sua saúde mental e as aulas online demandam muito mais que a presencial. “Eu já era muito ansiosa, mas com a pandemia e não poder sair de casa, estar cheia de coisa da faculdade para fazer acabei desenvolvendo enxaqueca crônica e minha ansiedade atacou”. A insônia também é um sintoma presente na rotina de Maria Rita. “Eu estava acostumada a ter uma rotina e a pandemia mudou tudo”. Ela reforça. “É uma sensação de angústia que a gente tem”.
Romper a inércia e redirecionar a energia é o principal conselho da personal trainer Laís Moro, 24, que atualmente está dando aulas de maneira online. “Meus alunos universitários têm relatado um aumento de ansiedade e estresse e como não conseguem sair por causa das medidas restritivas da pandemia acabam descontando em hábitos não muito positivos como consumo de bebidas, alimentos industrializados e fumar”.
Mesmo assim, Laís conta que houve um aumento na procura de aulas e atividades esportivas já que as academias estão fechadas e conta que existem muitas opções para se manter ativo. “Aulas on-line, aulas em praças e até mesmo residencial com todos os protocolos de segurança”. Outra dica é se manter ativo. “O treino é totalmente adaptável, nesse momento o importante é se manter ativo, em movimento, preservando assim a saúde física e mental”.
Orientação: Prof. Carlos Gilberto Roldão
Edição: Patrícia Neves
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