Destaque
Pequenos negócios representam 48,06% registrados na rede social
Por: Fernanda Almeida e Sofia Pontes
Pesquisa realizada pela PayPal mostra que o número de lojas virtuais foi de 930 mil em agosto de 2019 para 1.3 milhão em agosto de 2020, e tudo isso devido à pandemia, que incentivou mais pessoas a realizarem compras on–line por não poderem sair de suas casas. Ainda segundo a pesquisa, no Brasil o Instagram possui uma participação de quase 20 milhões de perfis comerciais, sendo uma parcela significativa de pequenos negócios, contabilizando 48,06%, quase metade das lojas comerciais. Dentro desse contexto, o nicho comercial de artesanatos passou por mudanças e adaptações, principalmente nos cuidados com a entrega.
Quem se preocupa bastante quanto a isso é a estatística Rafaella Konno. Com loja on-line desde abril de 2019, ela se dedica a produção de amigurumis, técnica japonesa para criar pequenos bonecos de crochê ou de tricô. Para Rafaella, a segurança nunca é demais. “Logo que termino o amigurumi espirro um spray de álcool em cima dele e as sacolas da embalagem ficam uma semana sem contato comigo”, descreve. Na hora da entrega o contato com o cliente é o mínimo possível e se a encomenda for de outro estado, a segurança ainda é dobrada. “Antes de colocar dentro da caixa eu desinfeto tudo e mando pelo correio”, diz a artesã.
Familiarizada com essa técnica de artesanato desde criança, Rafaella conta como surgiu a ideia de transformar o hobby em investimento. “Sempre gostei muito dessa parte do artesanato e sempre fui muito boa em fazer coisas manuais”, afirma. Ao fazer um curso para aperfeiçoar seu talento, no começo de 2019, ela percebeu o interesse de familiares em encomendar amigurumis de presente a amigos e gostou da ideia. “E aí surgiu a ideia: Por que não abrir uma loja on-line para levar essa diferente arte para quem ainda não conhece?”.
Mesmo tendo a loja por mais de um ano, o começo da pandemia diminuiu drasticamente o número de encomendas feitas para a artesã, que contou com a ajuda de familiares durante o processo. “Logo no começo da pandemia, em abril, foi bem difícil. Só as pessoas que eram mais próximas estavam encomendando”. Para dar a volta por cima, Rafaella investiu na ideia de um projeto social, voltado a ajudar a região do pantanal, que passou por inúmeros incêndios desde julho. Chamado por Ajude o Pantanal, o projeto começou em setembro e já doou R$ 400 com a produção de amigurumis de animais nativos da região.
A rotina do artista Thais de Freitas Gasmenga na pandemia acabou sendo completamente diferente da que estava acostumada. A artista e maquiadora teve de recorrer a pintura de quadros para obter uma renda extra e conseguir se manter durante o período. “Resolvi criar a loja on-line porque minha principal ocupação, a de maquiadora, teve todos os eventos cortados”, diz Thais.
Thais, que é estudante de Artes Visuais da PUC-Campinas trabalhou durante três anos como maquiadora e acredita que a pandemia veio com seu lado positivo. “Nunca tinha feito encomendas antes e nem mostrado minhas pinturas, a pandemia me impulsionou a perder esse medo e insegurança”. Com a loja on-line desde abril, a Thais conta que começou a pintar como um hobby para decorar seu quarto, mas ao receber encomendas, viu uma oportunidade de investimento. “Eu queria fazer três pinturas para colocar na parede do meu quarto e acabei vendendo duas dela”, conta a artista.
Nas entregas, a artista diz preferir levar os quadros pessoalmente aos clientes e evitar o correio para ter menos manipulação. “Embalo a obra com um papel e fitas antes de entregar para não ter contato com a tela diretamente”, descreve. E ainda brinca: “Acabo deixando a tela de quarentena”. Mesmo com todos os cuidados, Thais pede para que a pessoa não passe álcool na tela para a preservação do material, da tinta e da cor.
A importância da arte para o bem estar dos indivíduos também foi ressaltada pela artista. Segundo Thais, a pandemia abriu os olhos das pessoas, que passaram mais tempo dentro de casa e repararam na decoração. “As pessoas começaram a se dar conta da falta que fazia uma cor no quarto delas, na sala”. E ainda acrescenta: “Isso muda o ambiente, a energia das pessoas. Fechadas dentro de casa elas perceberam que o que faltava na casa era arte”.
Do outro lado da moeda, a estudante de terapia ocupacional Sarah Sartori Silva, disse ter aumentado em grande escala seu consumo durante o período de pandemia, já que não está saindo de casa tanto como costumava sair: “Como a gente não pode sair, tudo que eu fazia presencialmente, eu procurei alternativas pela internet”. Por mais que já tivesse o hábito de comprar on-line, Sarah conta que usa o Instagram para tudo e acredita que esse hábito veio para ficar. “Eu prefiro comprar e receber na minha casa do que ter que ir até o shopping. Acho que vou adquirir esse hábito para a vida”.
Mas o conforto de casa também pede atenção. A estudante confessa que a maior parte de suas compras está sendo por impulso e que o cuidado com a saúde não pode ficar de lado. “A maior parte das minhas compras foram em comida fast food e ganhei muito peso durante esse período”, afirma. Se por um lado a pandemia aumentou o consumo por comidas fast food, por outro deu mais destaque aos cuidados com a pele, conta Sarah. “Não estava precisando de produtos para cuidar da pele, não era questão de vida ou morte. Mas a pandemia me chamou a atenção para os cuidados com o rosto e resolvi investir”.
Orientação: Profa. Rose Bars
Edição: Danielle Xavier
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